08 de fevereiro de 2014 AQUELES DIAS
COM MAIS DE 150 SINTOMAS CONHECIDOS, SÍNDROME AFETA MAIORIA DAS MULHERES DO PAÍS, QUE SE DIZEM PREJUDICADAS POR SEUS EFEITOS.
A Tensão Pré-Menstrual, popularmente conhecida como TPM, é tema tão
estudado que hoje existem mais de 150 sintomas conhecidos relacionados à
disfunção, que começa no meio do ciclo menstrual e desaparece na
chegada da menstruação. No país, a síndrome é bastante conhecida e
afeta, ou já afetou, pelo menos 80% das brasileiras, de acordo com
estudo feito pela Universidade de Campinas (Unicamp). As queixas
relacionadas à TPM são maiores no Brasil em comparação à Europa e aos
Estados Unidos.
O ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador da pesquisa, diz que o impacto da TPM nas atividades cotidianas é maior quando as mulheres apresentam os dois tipos de sintomas – físicos e emocionais.
O ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador da pesquisa, diz que o impacto da TPM nas atividades cotidianas é maior quando as mulheres apresentam os dois tipos de sintomas – físicos e emocionais.
ALTERAÇÃO HORMONAL É A PRINCIPAL CAUSA
A comunidade médica aponta diversos agravantes para a TPM. O principal deles é a alteração hormonal.
– Os hormônios produzidos pelos ovários atuam em diferentes partes do organismo, aumentando a retenção de água e alterando o nível dos neurotransmissores, portanto desencadeando a TPM – afirma a ginecologista Mara Diegoli, autora do livro Vencendo a TPM (Editora Pioneira).
Além disso, alterações no nível da serotonina (responsável pelo humor e apetite), hereditariedade e até fatores externos, como dificuldades econômicas e pressões no dia a dia, são listadas como outras causas do distúrbio.
Sete em cada 10 mulheres sofrem do tipo mais leve de TPM, que tende a melhorar apenas com a prática de exercícios físicos. Já para as que possuem TPM de nível moderado, os médicos também recomendam o uso da pílula anticoncepcional.
– O tratamento deve ser feito sempre que os sintomas estiverem interferindo no desempenho profissional, social e familiar da mulher – afirma a ginecologista.
– Nestes casos, 56% das mulheres ouvidas disseram que a TPM afeta as relações amorosas, e 50,1% os relacionamentos familiares – afirma.
Entre os 150 sintomas desvendados, quatro deles se destacam e formam os tipos mais comuns, segundo a comunidade médica: o tipo A, de ansiedade, quando a mulher fica nervosa, com oscilações de humor e dada a brigas; H, de retenção hídrica, caracterizada por seios doloridos, corpo inchado e ocorrência de dor de cabeça; C, de compulsão, em que surge a vontade incontrolável de ingerir doces, além de sinais como cansaço e cefaleia; e D, de depressão, em que a paciente fica chorosa mesmo sem ter nenhum motivo.
Segundo a ginecologista Mara Diegoli, coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com Síndrome Pré-Menstrual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de SP, a mesma pessoa pode ter diferentes sintomas com intensidades variadas ao longo da vida:
– Porque os sintomas dependem de vários fatores, entre eles a quantidade de estrogênio e progestogênio produzida naquele mês, a serotonina presente no período que antecede a menstruação e outros fatores que agem de forma direta ou indireta nos hormônios.
DISTÚRBIO GRAVE É MAIS RARO
A comunidade médica aponta que apenas de 8% a 10% das mulheres sofram da síndrome em seu formato mais grave. Nesses casos, ela é chamada de Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) e a paciente apresenta sintomas muito intensos, como explosões de raiva e crises graves de ansiedade.
Quando está no período do TDPM, a mulher pode tomar atitudes que afetam de forma negativa sua vida profissional e pessoal. A recomendação para esse tipo de síndrome é ajuda especializada, entre ginecologistas e até psiquiatras. Os profissionais inclusive podem receitar o uso contínuo de antidepressivos para tratar a síndrome. Isso não quer dizer que o uso de medicamentos seja obrigatório.
Relações amorosas
56% das mulheres ouvidas na pesquisa já tiveram problemas em seus relacionamentos por causa da TPM
Qual tipo
eu tenho?
Confira
dicas dos especialistas
para
lidar melhor com os
principais
sintomas da TPM
DEPRESSÃO
As
mulheres que se sentem desanimadas,
cansadas
e emotivas durante a TPM devem investir
no sono
com qualidade. A primeira dica é dormir
mais e
melhor e evitar bebidas alcoólicas e com
cafeína.
Banho morno à noite ajuda a relaxar,
e
atividade física pela manhã dá ânimo para
enfrentar
o dia.
COMPULSÃO
Uma das
piores queixas das mulheres durante
a TPM é o
aumento da vontade de comer doces.
A
recomendação, neste caso, é levar lanches
saudáveis
e frutas para o trabalho e lembrar de
comer de
três em três horas. Alimentos ricos em
fibras
têm maior poder de saciedade e, por isso,
podem
ajudar a controlar a compulsão.
Alguns
alimentos devem ser priorizados nessa
época,
como aveia, pão e arroz integral,
sementes
de linhaça e frutas com casca (como
maçã,
pera e pêssego).
ANSIEDADE
Para as
que se sentem irritadas, nervosas e
mais
agressivas durante a TPM, a recomendação
médica é
fazer atividades que ajudem a relaxar
e
reequilibrar o corpo, como ioga e meditação.
Passeios
leves em locais agradáveis também valem.
A dica
também é evitar bebidas com cafeína como
café,
refrigerante e chá preto. Cortar o álcool é
igualmente
importante porque ele é um excitante
do
cérebro.
RETENÇÃO HÍDRICA
Para as
mulheres em que o inchaço é o sintoma
que
aparece com mais força, a recomendação é
fazer
sessões regulares de drenagem linfática, tipo
de
massagem que ajuda a combater a retenção
de
líquido. Além disso, investir em uma dieta sem
sal pode
amenizar os sintomas. Atividade física
também
ajuda porque melhora a circulação.
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