21/02/2014
A esclerose múltipla destrói a mielina, camada que reveste as fibras
nervosas no cérebro, prejudicando a comunicação entre os neurônios e
dando origem a uma série de problemas.
Pesquisadores descobriram que a presença de determinado anticorpo no sangue acusa que a doença se manifestará no futuro.
Pesquisadores da Alemanha descobriram que a presença de um
determinado anticorpo na corrente sanguínea de uma pessoa pode indicar a
presença de esclerose múltipla anos antes de os primeiros sintomas
surgirem.
De acordo com o estudo, apenas parte dos pacientes com esclerose
múltipla parece apresentar o anticorpo KIR4.1 antes de a doença se
manifestar. Por outro lado, nenhuma pessoa livre da condição tem a
substância na corrente sanguínea. Ou seja, a ausência do anticorpo não
necessariamente significa que um indivíduo nunca terá esclerose
múltipla, mas a sua presença necessariamente acusa que a doença se
manifestará no futuro.
A pesquisa, desenvolvida na Universidade Técnica de Munique, teve os
resultados divulgados nesta sexta-feira. Ela também será apresentada em
abril durante o encontro anual da Academia Americana de Neurologia, nos
Estados Unidos.
Não se conhece a causa a esclerose múltipla, e não existe cura para a
doença. Sabe-se apenas que ela ocorre quando há danos ou destruição da
mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do
cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. Quando isso acontece, são
formadas áreas de cicatrização, ou escleroses, e surgem diferentes
sintomas sensitivos, motores e psicológicos.
O estudo alemão se baseou nos dados de pessoas que haviam participado
de uma pesquisa de longa duração. Os participantes foram acompanhados
por vários anos e tiveram amostras de sangue recolhidas diversas vezes.
Análise — No novo estudo, os autores selecionaram
dezesseis pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla e analisaram
suas amostras de sangue recolhidas seis anos antes de os primeiros
sintomas da doença aparecerem. Depois, os pesquisadores compararam essas
amostras às recolhidas de outros dezesseis indivíduos que não
apresentavam o problema. Na análise, os pesquisadores procuraram
especificamente pelo anticorpo KIRK4.1.
Segundo os resultados, sete dos dezesseis pacientes com esclerose
múltipla apresentaram o anticorpo antes de os primeiros sintomas
surgirem. O exame do anticorpo deu negativo em todos os participantes
sem a doença.
De acordo com Viola Biberacher, coordenadora do estudo, o próximo
passo será replicar esse teste em um grupo maior de participantes para
determinar quão precocemente é possível prever a esclerose múltipla a
partir da análise do anticorpo. "Detectar a doença antes de ela se
manifestar clinicamente pode significar melhores tratamentos e até a
possibilidade de prevenir o surgimento dos sintomas", diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário