CAMPANHA MUNDIAL EM HOSPITAIS PÚBLICOS BUSCA PREVENIR FRATURAS DE REPETIÇÃO

Ortopedia   12/07/2013

Dados da IOF mostram que uma fratura por osteoporose ocorre a cada três segundos no mundo.
Compromisso é reduzir em 20% a incidência de fratura de fêmur em todo o mundo até 2020.


Fundação Internacional de Osteoporose (IOF, a sigla em inglês) lança nesta sexta-feira, no Rio de janeiro, a campanha mundial Capture the Fracture, que será implantada até o fim deste ano nos hospitais públicos de todo o país. O objetivo é identificar as pessoas que já tiveram fratura por osteoporose .

Essas pessoas têm risco muito maior de ter uma segunda fratura do que aquelas que têm osteoporose e nunca tiveram uma fratura antes — disse o vice-presidente do Comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Federal de Ipanema, Bernardo Stolnick.

A unidade do Ministério da Saúde já implementou a campanha há dois anos, por meio do Programa de Prevenção a Refraturas (PrevRefrat), considerado referência no mundo entre os serviços de excelência que adotam o parâmetro. O PrevRefrat servirá de modelo para os demais hospitais brasileiros, porque adota a linha e a filosofia da campanha da IOF.

Segundo Stolnick, o sucesso da filosofia da campanha da IOF em relação à gestão pública dos pacientes que têm osteoporose já está comprovado. Além de maior risco de ter as chamadas fraturas de repetição, esses pacientes apresentam mais taxas de internação e reinternação, gerando um custo social, humano e financeiro grande para todos os países.

A pior das fraturas é a de fêmur, que exige cirurgia e internação e tem elevada taxa de mortalidade. Segundo Stolnick, 50% das pessoas que tiveram esse tipo de ocorrência já haviam sofrido outra fratura qualquer anteriormente. Ainda de acordo com o médico, se houver a intervenção em pacientes depois desse primeiro caso, consegue-se reduzir entre 50% e 60% a ocorrência de fratura de fêmur.

Stolnick informou, ainda, que existe o compromisso de reduzir em 20% a incidência de fratura de fêmur em todo o mundo até 2020. 

A única forma de fazer isso é intervindo em relação a esses pacientes. Daí a importância de lançar a campanha no Brasil. 

O chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Federal de Ipanema ajudou a elaborar o painel de boas práticas da campanha.

Dados da IOF mostram que uma fratura por osteoporose ocorre a cada três segundos no mundo, correspondendo a 25 mil casos por dia ou 9 milhões por ano. Stolnick acrescentou que uma fratura vertebral ocorre a cada 22 segundos. 

Uma em cada quatro mulheres depois dos 50 anos de idade vai ter uma fratura osteoporótica e um a cada cinco homens também — afirmou o especialista.

Segundo o médico, os homens, entrentato, não parecem se preocupar com a osteoporose. Ele alertou que, com o aumento da longevidade da população, haverá mais gente com essa deficiência óssea e tendo fraturas. No Brasil, a estimativa é que 10 milhões de pessoas tenham osteoporose hoje.

A projeção para 2050 é que haverá uma fratura de quadril na América do Sul a cada 72 segundos, com base no crescimento da população e no aumento da longevidade. 

Então, é imperioso que você reduza esse número de fraturas. E a melhor forma, mais efetiva e mais barata é intervir em relação aos pacientes que já tiveram fratura por osteoporose. Esta é a base da campanha — reiterou. 


 

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