Sentindo o peso 19/09/2013
Osteoporose também é coisa de homem.
Força dos ossos pode ser comprometida por causa dos quilos a mais.
A gordura da barriga, localizada da cavidade abdominal, tem sido
associada com doenças como diabetes tipo 2, doença cardíaca e até morte
precoce. Agora, um novo estudo mostra que a gordura abdominal também
pode ser um fator de risco para a osteoporose, pelo menos para os
homens.
Pesquisadores de Harvard encontraram uma associação entre a maior
quantidade de gordura da barriga e a diminuição da força óssea em
homens, de acordo com um estudo apresentado na reunião anual da
Sociedade Radiológica da América do Norte. Pesquisas anteriores também
já haviam chamado atenção para uma associação entre a gordura da barriga
e a diminuição da densidade mineral óssea em mulheres.
— É importante para o homem estar ciente de que o excesso de gordura
da barriga não é apenas um fator de risco para doenças cardíacas e
diabetes, também é um fator de risco para a perda óssea — afirma o
reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti.
O estudo incluiu 35 homens com idade média de 34 anos. O IMC médio
foi de 36,5. Os participantes do estudo foram submetidos a tomografia
computadorizada de abdômen e coxas, de modo que os pesquisadores puderam
ver a quantidade de gordura e massa muscular que eles tinham. A
resistência óssea e o risco de fratura dos ossos foram também calculados
por análise de elemento finito, técnica utilizada para calcular o ponto
onde outros materiais (tais como os de pontes, etc) podem quebrar ou
dobrar.
Os pesquisadores descobriram que nem o IMC e nem a idade tiveram
qualquer efeito sobre testes de força dos ossos, mas a quantidade de
gordura da barriga fez diferença: com mais gordura na barriga, um homem
obtém uma menor pontuação em medidas de força dos ossos. Os
pesquisadores também encontraram uma associação entre ter mais massa
muscular e o aumento da resistência óssea.
Outros estudos também têm sugerido uma ligação entre a gordura e a
saúde dos ossos. Um estudo de 2007, publicado no American Journal of
Clinical Nutrition, mostra que pessoas com gordura corporal elevada têm
ossos mais fracos em comparação com pessoas com quantidades normais de
gordura. O estudo também mostrou que tanto aqueles com valores de
gordura mais elevados e os que apresentavam um índice normal de gordura
corporal tinham resistência óssea semelhante.
Inicialmente, os
pesquisadores esperavam que as pessoas com mais gordura corporal teriam
maior força óssea.
Da mesma forma, outro estudo de 2007, publicado no the Journal of
Clinical Endocrinology and Metabolism, mostrou que o aumento de gordura
corporal está relacionada com menor massa óssea.
Os pesquisadores
revelaram que o pensamento anterior de que a obesidade pode realmente
aumentar a massa óssea, servindo, assim, como um fator de proteção
contra a osteoporose, é falho, pois não leva em conta o quanto o peso de
uma pessoa pode influir sobre a sua massa óssea.
Osteoporose também é coisa de homem
Nas mulheres, a osteoporose é diagnosticada bem mais cedo do que em
relação aos homens. Geralmente, elas ficam sabendo da doença quando
entram na menopausa. Já os homens são mais acometidos por volta dos 65
anos, quando a doença atinge um em cada oito. Neles, a osteoporose está
associada a inflamações crônicas e distúrbios renais.
— Por isso, uma das pistas para investigar se o esqueleto masculino
está perdendo massa óssea é saber se o paciente sofre de artrite
reumatoide — explica Bontempi.
O acompanhamento médico apropriado seria o suficiente para impedir o
aparecimento e a evolução da osteoporose, mas os homens não têm o
costume de fazer exames preventivos. O exame básico para diagnóstico e
controle da osteoporose é a densitometria óssea.
— O procedimento é rápido e simples, além de conseguir detectar
níveis iniciais da doença, permite verificar a perda de massa óssea e
determinar os riscos de fratura nos ossos comprometidos — observa o
especialista.
Em geral, costuma-se pedir a primeira densitometria óssea quando a
mulher completa 40 anos, para observação de massa óssea e/ou para fazer o
diagnóstico precoce da doença. Para os homens, a recomendação é fazer o
exame, logo após completarem 65 anos.
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