As doenças cardiovasculares são popularmente tidas como problemas que afetam mais o sexo masculino. De fato, estudos mostram que os homens sofrem mais IM (infarto do miocárdio), porém de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o índice de mortalidade por infarto chega a ser 6% superior entre o sexo feminino. Inclusive, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em mulheres no mundo. Todos os anos cerca de 8,5 milhões de mulheres morrem por conta dessas doenças. Entre elas, as principais são o AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame, e o IM.
No Brasil, uma em cada cinco mulheres adultas está em risco de desenvolver doenças cardiovasculares. As possíveis causas que levam a um maior índice de mortalidade por tais doenças nas mulheres, segundo a Dra. Magaly Arrais, cirurgiã cardiovascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e do HCor (Hospital do Coração), são o estilo de vida moderno, a diferença nos sintomas e a falta de acompanhamento médico.
“No mundo atual, a mulher geralmente acumula vários papéis: trabalha fora, cuida da casa e da família. O ritmo acelerado a expõe ao estresse e favorece hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo e má alimentação, que levam ao sobrepeso e à obesidade,” explica a médica. Este é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que 48% da população feminina brasileira esta acima do peso, o índice de obesidade entre as mulheres cresceu de 11% para 18% desde 2006 – segundo dados do Ministério da Saúde.
“Quando a mulher fuma e usa pílula anticoncepcional, os riscos cardiovasculares são triplicados,” afirma a Dra. Magaly. Outro fator importante é o envelhecimento, nessa fase da vida a pressão arterial e o nível de colesterol tendem a aumentar. “Nas mulheres, a partir dos 45 anos pode começar a diminuição dos níveis hormonais e com a chegada da menopausa, a incidência de doenças do coração aumenta,” complementa.
Diferença de sintomas
As mulheres podem apresentar sintomas muito diferentes dos homens. “O sintoma característico do IM é uma forte dor no peito que irradia para os braços, acompanhada de náuseas e sudorese fria. Comumente, as mulheres apresentam sintomas como dores nas costas, cansaço aos esforços, fraqueza, dores gástricas e falta de ar. O IM é a morte do musculo cardíaco ocasionado pela oclusão da artéria coronária que deveria levar o sangue para nutri-lo.” Ainda, segundo a especialista, esses sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças, ocasionando uma demora na identificação de um problema cardiovascular, ou seja, quando a paciente descobre a doença, ela já evoluiu.
Falta de acompanhamento médico
Entre as brasileiras, dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 150 mil morreram em 2010 por conta de doenças relacionadas ao coração. “As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no país e correspondem a aproximadamente 30% do total de todas as mortes de mulheres, enquanto o câncer de mama é responsável por 2%,” completa a Dra. Magaly.
As mulheres estão alerta sobre o perigo do câncer de mama e não deixam de ir regularmente ao ginecologista, mas não pensam em prevenção das doenças do coração e nem conhecem os fatores de risco. “É importante criar o hábito de visitar anualmente um cardiologista, assim como fazem com o ginecologista,” aconselha a Dra. Magaly.
Fatores de risco cardiovascular
Os fatores de risco cardiovascular são os mesmos para as mulheres e os homens. Mas, enquanto alguns desses fatores não podem ser controlados, como sexo, idade e histórico familiar, a maioria deles podem ser evitados por meio de mudanças de comportamento. Alguns fatores que podem ser modificados: o tabagismo, a obesidade, a má alimentação e o sedentarismo. Ao adotar hábitos mais saudáveis como uma alimentação adequada, praticar exercícios físicos regularmente e parar de fumar, reduz em 80% o risco de infarto agudo do miocárdio.
FONTE:http://www.paranashop.com.br/colun
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