10 de Junho de 2013
Médico fisiatra Delane Ramires.
As manchetes dos jornais
normalmente associam a toxina botulínica unicamente aos tratamentos
estéticos, como o preenchimento de rugas faciais. “Mas, o que pouca
gente sabe, é que pesquisas sobre o uso da mesma substância têm avançado
bastante no tratamento de outras doenças, principalmente na neurologia e
na medicina de reabilitação, melhorando a qualidade de vida de muitos
pacientes”, afirma o médico fisiatra da Santa Casa de Maceió, Delane
Henrique Ramires.
Segundo o especialista, que
realiza aplicações da toxina botulínica no Consultório Eletivo da Santa
Casa de Maceió, o botox tem sido amplamente utilizado na
neurorreabilitação de pacientes em que o dano cerebral ou medular levou à
perda do controle sobre a contração muscular.
"Tal perda gera uma contração
excessiva de alguns músculos, dores, limitação da capacidade funcional e
deformidades, que podem levar o paciente à cirurgia corretiva no
futuro", explicou Delane Ramires.
A toxina botulínica também é
usada com sucesso para tratar crianças com paralisia cerebral, distonias
(movimentos abruptos e involuntários), salivação excessiva
(sialorréia), hiperidrose (suor excessivo em mãos, axilas e pés),
sequelas de AVC (acidente vascular cerebral), TCE (traumatismo
cranioencefálico), lesões medulares, Esclerose Múltipla, espasmos
faciais, blefaroespasmos, e mais recentemente usada como tratamento da
enxaqueca.
A toxina age bloqueando a
passagem do impulso nervoso do cérebro para o músculo, promovendo um
relaxamento do músculo aplicado. Com o relaxamento é possível que o
paciente realize os movimentos com mais facilidade, mais amplitude,
menos dor e menos gasto energético. Ocorre ainda melhora do equilíbrio,
da postura e da estética, facilitando a ressocialização dos pacientes e
as sessões na fisioterapia.
"A aplicação da toxina
botulínica é realizada em consultório em um ou mais músculos. Entre uma
sessão e outra, deve haver um intervalo de três a quatro meses",
explicou Delane Ramires.
Segundo atesta o médico
fisiatra, os resultados podem ser percebidos pelo paciente já na
primeira semana, entre o terceiro e quarto dia após a primeira
aplicação.
O tratamento consta na lista
de procedimentos da Agência Nacional de Saúde, por isso, os planos ou
operadoras de saúde, em cumprimento a uma portaria do Ministério da
Saúde, oferecem cobertura. A mã notícia é que o o Sistema Único de Saúde
(SUS) ainda não cobre o medicamento.
Para ter acesso ao
medicamento, via plano de saúde, o paciente, seja criança ou adulto,
precisa ser avaliado por um médico que tenha conhecimento sobre a
medicação, a técnica de aplicação e as doenças que podem ser
beneficiadas com o tratamento. "Cabe ao médico elaborar um relatório
clínico indicando a importância desta terapêutica e solicitar à
operadora de saúde a liberação da medicação", finalizou Delane Ramires.
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