23 de Julho de 2014
O veleiro Oceans of Hope partiu de Copenhaga numa viagem histórica à
volta do mundo e estará na Marina do Parque das Nações, em Lisboa, entre
28 de Julho e 2 de Agosto para recolher a representante portuguesa na
expedição.
Em comunicado, a organização da iniciativa informa que se trata da
primeira volta ao mundo em circum-navegação numa embarcação tripulada
por doentes com Esclerose Múltipla (EM). O barco deverá entrar na Marina
do Parque das Nações no dia às 17h30.
Oceans of Hope é o veleiro que dá forma a uma campanha com o mesmo
nome, organizada pela fundação dinamarquesa Sailing Sclerosis. O
objectivo do projecto, que tem a duração de 17 meses, é alterar
percepções relativas à EM, mostrando o que é possível atingir quando
pessoas com uma doença crónica são desafiadas à conquista de novas metas
individuais, lê-se no mesmo comunicado.
A tripulação que deixou Copenhaga na tarde de 15 de Junho para a
viagem de 61.000 km (33.000 milhas marítimas) esteve envolvida no
estabelecimento de uma rede de pessoas com experiência regular de vela,
portadoras de EM. Através de eventos de vela organizados durante as
paragens do veleiro nos 20 portos previstos ao longo da viagem,
nomeadamente Lisboa, a Sailing Sclerosis pretende alargar a rede já
criada, alavancando o projecto Oceans of Hope.
O percurso previsto para esta viagem levará o veleiro de Copenhaga a
Kiel, na Alemanha, naquela que é a primeira paragem (19- 22 Junho),
seguindo-se Amesterdão, Holanda (26-29 Junho), Portsmouth, Reino Unido
(3-6 Julho), La Rochelle, França (10-14 Julho) e Lisboa (28 Julho – 2
agosto). De Lisboa, o Oceans of Hope parte para a travessia do Atlântico
até Boston, Massachusetts, nos EUA, onde se espera que a tripulação
desembarque a 8 de Setembro. O Oceans of Hope toma então lugar na
conferência ACTRIMS-ECTRIMS, o maior evento internacional do mundo
dedicado à investigação na área da Esclerose Múltipla.
Mikkel Anthonisen, de 47 anos, especialista na Universidade/Hospital
de Copenhaga, Rigshospitalet, é o fundador da fundação Sailing
Sclerosis. Médico, psicoterapeuta e velejador, constatou a importância
do envolvimento de portadores de EM em actividades de vela quando no
início de 2013 conheceu um doente que alimentava a esperança de voltar a
velejar. Daí nasceu o sonho de circum-navegar o globo com portadores de
EM a bordo.
O especialista comenta que “Hoje é um dia maravilhoso. Não tenho a
certeza de que há 18 meses alguém teria acreditado que isto seria
possível, mas a prova é que tudo é possível quando acreditamos e nos
empenhamos. Todos na nossa organização e em torno dela, incluindo toda a
tripulação a bordo, trabalhou afincadamente para que fosse possível
colocar o Oceans of Hope no mar. Fizeram mesmo um trabalho fantástico.
Este projecto mostra ao mundo que ‘sim, conseguimos fazê-lo!’ – mesmo
após um diagnóstico de doença crónica e potencialmente incapacitante.”
Luísa Matias, a portadora de EM que em breve se juntará à tripulação,
considera que “atravessar o Oceano Atlântico no Oceans of Hope é sinal
que estou pronta para deixar em terra o que me prende à EM. Esta
oportunidade significa que vou conquistar um sonho meu e levar a bordo
todas as mensagens das pessoas que também têm esta doença. E vou-lhes
trazer esperança. As minhas vitórias são também de todos, porque as
partilho com a paixão de quem segue o coração”.
A Biogen Idec juntou-se à campanha da fundação Sailing Sclerosis, Oceans of Hope, como Parceiro Oficial.
De acordo com Sérgio Teixeira, director-geral da Biogen Idec
Portugal, “é com muito prazer que a companhia se associa a um projecto
inédito de cariz social tão forte.
Tal como os portugueses no século dos
Descobrimentos, também a equipa do Oceans Of Hope parte à conquista do
mundo numa viagem única, suplantando as limitações que em muitos casos
estão associados à esclerose múltipla. Estes corajosos marinheiros
deverão servir de exemplo não só para a comunidade de doentes e médicos
mas também para as suas famílias e população em geral”.
Mikkel continua, “Estamos muito gratos à Biogen Idec por nos ajudar a
tornar possível este nosso sonho de dar a volta ao mundo com pessoas
com EM”.
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