ALZHEIMER GANHA DIAGNÓSTICO MAIS EFICIENTE...

02/07/2014 

Cientistas definiram e validaram novos critérios para diagnosticar a doença neurodegenerativa em plena expansão. 
Estudo feito por um grupo internacional de neurologistas definiu critérios para determinar casos típicos e atípicos da doença.


Novos marcadores biológicos permitem que o Alzheimer passe a ser diagnosticado de forma precoce e confiável. 

Segundo Bruno Dubois, professor de Neurologia e pesquisador francês que coordenou estudo publicado na revista britânica The Lancet Neurology, após nove anos de trabalho, os cientistas definiram e validaram novos critérios para diagnosticar a doença neurodegenerativa em plena expansão.

Sintomas como transtornos de memória, seguidos de problemas de orientação espacial e temporal, transtornos de comportamento e perda de autonomia não são específicos do Alzheimer. 

Por tanto, a doença "não podia ser diagnosticada até agora de forma segura em um estágio inicial", explicou o professor Dubois. Era necessário, geralmente, esperar que evoluísse para a demência ou que o doente morresse para poder examinar as lesões que ele tinha no cérebro.

Após analisar os estudos publicados sobre o tema, os cientistas chegaram a um consenso de diagnóstico do Alzheimer, com dois perfis clínicos específicos. 

Os casos típicos (80% a 85% dos casos) se caracterizam por problemas de memória episódica de longo prazo (lembrança voluntária de fatos), enquanto nos casos atípicos (15% a 20% dos casos) são encontrados transtornos da memória verbal ou de comportamento.

Cada um desses perfis, segundo os pesquisadores, deve ser confirmado por pelo menos um marcador biológico. Trata-se de uma punção lombar que mostra o nível anormal de proteínas cerebrais no líquido cefalorraquidiano ou de uma tomografia por emissão de pósitrons (TEP) do cérebro, um exame de imagem que permite visualizar a atividade dos tecidos.

Embora por enquanto não haja tratamento eficaz contra o Alzheimer, a detecção confiável e precoce deve facilitar a pesquisa, afirmou Dubois. Esses trabalhos permitiriam aos pesquisadores se darem conta de que muitos diagnósticos estabelecidos segundo os antigos critérios estavam errados, entre eles 36% dos falsos doentes de Alzheimer incluídos em um teste terapêutico anterior.

Fora da pesquisa, o uso de marcadores biológicos se limita atualmente a pacientes jovens ou a casos difíceis, pois a técnica é cara e invasiva.


Perfis clínicos da doença


Casos típicos: 

correspondem de 80% a 85% dos casos e se caracterizam por problemas de memória episódica de longo prazo (lembrança voluntária de fatos)


Casos atípicos: 

correspondem de 15% a 20% dos casos e são encontrados transtornos da memória verbal ou de comportamento.




 

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