LÚPUS...9 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A DOENÇA...

11/07/2014

Entre os órgãos que o lúpus ataca está a pele. Manchas vermelhas podem aparecer, e a exposição solar piora o quadro..
As mulheres são as principais vítimas dessa doença autoimune. Conheça as causas, os sintomas e os tratamentos disponíveis contra o problema.


. O que é Lúpus?
 
Trata-se de uma doença inflamatória crônica de origem autoimune - isto é, ocorre uma produção excessiva de anticorpos contra as próprias células do organismo ou contra proteínas existentes no núcleo celular. Há dois tipos principais: o lúpus cutâneo, que se restringe à pele, e o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que também atinge outros órgãos.

2. É uma doença rara?

 
Pesquisas apontam que a prevalência do lúpus varia entre 1 a cada 2 mil pessoas e 1 a cada 10 mil. Não há estudos epidemiológicos feitos aqui no Brasil, mas especialistas acreditam que os números sejam os mesmos de outros países.

3. O lúpus atinge mais o sexo masculino ou feminino?

 
"90% dos casos são em mulheres, principalmente naquelas entre 15 e 45 anos de idade", informa a médica Emilia Inoue Sato, professora titular de reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Isso porque é nessa faixa etária que os hormônios estão mais atuantes. E, nesse caso, o estrógeno chama a atenção. "Ele é um facilitador de linfócitos, células produtoras de anticorpos", explica a reumatologista.

4. O que pode desencadear o lúpus?

 
Fatores genéticos, hormonais e também ambientais - a exposição ao sol, por exemplo, é um deles. "É que a luz ultravioleta pode ativar o lúpus", conta Emilia. Além disso, outros elementos podem servir de pontapé para o aparecimento do problema, como infecções virais e até medicamentos.

5. Quais são os sintomas?

 
Nem todas as pessoas manifestam o lúpus da mesma maneira, pois os sintomas variam de acordo com a fase em que a enfermidade se encontra (atividade ou remissão) e o local onde ocorre a inflamação. Mas é comum que pacientes com LES apresentem cansaço, desânimo, febre e perda de peso nos períodos em que a doença está ativa. Além disso, são comuns:

- Dor e inchaço nas articulações (principalmente nas mãos);

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Manchas vermelhas na pele, em especial nas maçãs do rosto e que pioram ao tomar sol;

- Inchaço ou dificuldade para urinar devido à inflamação nos rins;

- Dores no peito ou para respirar decorrentes de inflamações nas membranas que recobrem os pulmões e o coração;

- Problemas neurológicos – a exemplo de convulsão e psicose -, em virtude de comprometimento do sistema nervoso central.

6. Como é feito o diagnóstico?

 
A identificação do lúpus é baseada em manifestações clínicas e alterações notadas em testes laboratoriais, principalmente os de sangue. Não há um exame que tenha alta especificidade e sensibilidade para o diagnóstico do LES.

7. Existe um tratamento?

 
Por ser uma doença crônica, o lúpus não tem cura. No entanto, é possível controlá-lo não só com medicamentos, mas também com a adoção de certos hábitos. "Entre eles estão evitar exposição ao sol, prevenir-se de infecções e praticar atividade física nas fases em que a doença não estiver ativa", recomenda a reumatologista Lilian Tereza Lavras Costallat, professora titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista.

Quanto aos remédios usados no tratamento, os pacientes devem tomar hidroxicloroquina, substância que previne a doença de entrar em atividade. Já os corticoesteroides são indicados para a fase inflamatória aguda do lúpus. 

Se mesmo assim não houver controle, a indicação é associar outro medicamento que ajude a atenuar o processo inflamatório ou a reduzir a resposta imunológica do organismo. "Mas o tratamento depende muito das manifestações que o paciente apresenta", pondera Lilian Costallat.

8. A pessoa com lúpus precisa de cuidados especiais?

 
Sim. Entre eles estão evitar exposição ao sol; parar de fumar, já que o cigarro reduz a ação da hidroxicloroquina; fazer exercícios; adotar uma dieta rica em cálcio para prevenir a osteoporose, associada ao uso de corticoesteroides; e não consumir alimentos ricos em gordura e açúcar, afastando, assim, os picos de colesterol e triglicérides e o risco de aumento da glicemia, também ligado a esses medicamentos.

9. A mulher com lúpus pode ter filhos?

 
Sim, desde que a doença esteja controlada por, no mínimo, seis meses e a paciente não faça uso de medicamentos que possam fazer mal ao feto. Mesmo assim, a gravidez precisa de cuidados e acompanhamento médico mais rigorosos. 

"Pessoas que ficaram com disfunções importantes em órgãos como rim, coração ou pulmão não devem engravidar", alerta Emilia Inoue Sato.



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