QUADRICICLO ELÉTRICO DEVOLVE INDEPENDÊNCIA A JOVEM QUE SOFRE DE DISTROFIA MUSCULAR...

24 Jul 2014

O quadriciclo oferecido pelo Rotary Club da Guarda devolveu a independência ao jovem Marco Pina, de 33 anos, residente em Vale de Estrela, no concelho da Guarda, que sofre de distrofia muscular (uma doença genética caracterizada pela falência e degeneração progressiva dos músculos que controlam os movimentos do corpo).

 
O veículo eléctrico foi oferecido no dia 8 de Julho pelo Rotary Clube da Guarda, na sessão que marcou o fim da presidência de Isabel Reis Pereira e a tomada de posse do novo responsável António Saraiva.

Marco Pina disse ao Jornal A Guarda que a oferta foi recebida com grande satisfação porque a cadeira de rodas que utilizava lhe colocava muitas limitações no dia-a-dia. “Para me deslocar na cadeira de rodas tinha que pedir sempre a ajuda a alguém. Com o quadriciclo já me posso deslocar sozinho. Veio permitir que voltasse a ser independente. 

Agora vou levar a minha filha à escola e vou buscá-la. Vou para o café, ando sozinho e já não preciso de ninguém para me ir buscar”, disse, lembrando que “provavelmente não tinha disponibilidade financeira” para a adquirir por sua conta. “Até aqui tinha que andar a pedir ao meu pai, aos cunhados e aos amigos para que puxassem a cadeira de rodas. Agora, tudo isso acabou”, acrescentou, satisfeito com o gesto solidário do Rotary Club. 

O jovem soube da decisão do Rotary Club em lhe entregar o quadriciclo há cerca de dois meses. Na ocasião foi-lhe dada a possibilidade de escolher o quadriciclo, um veículo eléctrico de três rodas ou uma cadeira eléctrica normal. 

Marco Pina optou pelo quadriciclo, que tem uma velocidade máxima de 13 quilómetros por hora e “porque é mais estável, por ter quatro rodas”. Na cerimónia de entrega do veículo, o jovem esteve acompanhado pelos familiares mais directos (pais, esposa, irmãos e cunhados).

Marco Pina sofre de distrofia muscular e deixou de andar há cerca de 4 anos, altura em que passou a deslocar-se numa cadeira de rodas, após um acidente que lhe fracturou a tíbia e o perónio. Lembra que a doença genética caracterizada pela falência e degeneração progressiva dos músculos que controlam os movimentos do corpo começou a evoluir a partir dos 18 anos.

Até há cerca de 4 anos fazia a sua vida com toda a normalidade. “Eu comecei a notar a doença quando andava a estudar no Ciclo, mas jogava futebol e andava de bicicleta como qualquer jovem. Só a partir dos 18 anos é que notei que a doença começou a evoluir”.

Referiu que uma irmã tem a mesma doença que o afecta, embora ainda não seja de forma tão acentuada. “Nós somos três irmãos. A irmã do meio não tem distrofia muscular. Só tenho eu e a minha irmã mais velha. Ela ainda caminha, embora tenha algumas dificuldades”, referiu.

Com o quadriciclo Marco Pina desloca-se agora pelas ruas da aldeia de Vale de Estrela e garante ao Jornal A Guarda que, pelo caminho, não encontra barreiras arquitectónicas. “Faço o percurso normal, sem grandes dificuldades”, declarou, indicando que os dois cafés e o restaurante da aldeia estão já equipados com rampas de acessibilidade para os cidadãos portadores de deficiência motora.

Nenhum comentário: