DEU BRANCO...

05 de julho de 2014 

ESTUDANTES QUE PERDEM A MEMÓRIA POR CAUSA DO NERVOSISMO TÊM DESEMPENHO 23% INFERIOR EM MATEMÁTICA, MOSTRA PESQUISA.


O conteúdo foi revisado, os exercícios estão frescos na memória e, de repente, vem o branco durante a prova. Essa é uma das formas de a ansiedade se manifestar em muitos alunos. 

Um estudo divulgado em maio pela Mind Group, comunidade internacional de cooperação na educação, identificou que, quanto maior a ansiedade dos estudantes, menor é o resultado em avaliações de Matemática, e a capacidade para resolver problemas em equipe também é afetada.

A primeira etapa da pesquisa contou com a participação de 3 mil alunos de 40 escolas de diferentes partes do país. Os jovens responderam a questões que envolviam raciocínio lógico e quantitativo, habilidades socioemocionais (como motivação e estratégias de aprendizagem) e a resolução colaborativa de problemas. Cada estudante recebeu um relatório personalizado com orientações para serem implantadas durante os estudos. Os resultados desse segundo momento serão apurados em novembro.

Conforme o estudo, alunos tomados pelo nervosismo a ponto de não lembrarem conteúdos que dominavam têm rendimento 23% menor em Matemática. Outro dado indica que a falta de confiança durante a prova diminui o desempenho geral em 10%.

O aluno sabe fazer, mas a avaliação causa uma ansiedade que prejudica sua performance. Por outro lado, a auto eficácia tem relação direta com o bom resultado – afirma Tadeu da Ponte, especialista em Avaliações Educacionais e um dos autores do estudo.

Para a psicopedagoga Debora Loepper Borges, coordenadora pedagógica do colégio Decisivo, de Curitiba (PR), a ansiedade em provas pode ser controlada com uma estratégia de estudos diária e contínua, que dê segurança ao aluno sobre o conteúdo aprendido.

A ansiedade de véspera de prova é natural e não é ruim. A adrenalina estimula o raciocínio. Quando o aluno se sente seguro, isso é positivo – afirma Debora.

A coordenadora reforça que deixar para estudar no dia que antecede o exame contribui com quadros de ansiedade.

Suar, esquecer, soltar o intestino e ter tremedeiras são sintomas de um estágio normal de ansiedade em situações novas, conta a psicopedagoga Evelise Portilho, doutora em Educação e professora da pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

– Tudo o que não se sabe traz um pouco de ansiedade. Ela também te mobiliza, mas tem de ser equilibrada. O problema é quando ela te paralisa – afirma Evelise.

 


ENVOLVIMENTO

 

Nem sempre a ansiedade vem durante a prova por falta de estudo, garantem Ângelo Ferreira e as gêmeas Evelin e Ellen Kravetz, todos estudantes com 16 anos. Para os jovens, a postura do professor nas aulas e no momento que antecede o exame também contribui com o nervosismo ou a tranquilidade dos estudantes.

Para Ferreira, quanto maior a afinidade dos alunos com o professor, melhor o resultado.

– Assim, temos mais confiança para a prova e no conteúdo que está sendo passado, mostrando o que sabemos – ressalta o aluno.

Ellen lembra ainda que a ansiedade aumenta quando há pressão sobre o tempo e quando há dificuldade com alguma disciplina específica.

A psicopedagoga Evelise Portilho corrobora que a atitude do professor é muito importante.

– Quem faz o clima da sala de aula é o professor. A avaliação não deve ser um momento rígido, cruel – afirma a especialista.

Segundo ela, é necessária uma melhoria da qualidade de formação dos professores ainda na licenciatura.

UMA DAS ESTRATÉGIAS PARA CONTROLAR A ANSIEDADE NA VÉSPERA DAS PROVAS É CRIAR UMA ROTINA DE ESTUDOS, REVISANDO OS CONTEÚDOS SEMPRE.

Xô,

ansiedade!

A psicopedagoga Debora Loepper Borges dá algumas dicas para controlar a ansiedade durante as provas: estudar diariamente e deixar a véspera apenas para revisar matérias, resolver primeiro as questões com conteúdos que domina para ganhar confiança no exame e controlar o tempo para evitar acúmulo de exercícios nos últimos minutos da avaliação.


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