RETOCOLITE,INFLAMAÇÕES INTESTINAIS

24/12/2011 e 25/12/2011


Prejudica o convívio social, a vida profissional e as atividades sexuais.


A Retocolite Ulcerativa (RCU) é uma inflamação intestinal grave que pode levar até ao desenvolvimento de câncer colorretal. Os impactos causados por essa doença na vida dos pacientes são altos e envolvem aspectos profissionais, sexuais e familiares. Os principais sintomas da doença são sangramentos, diarreias com cólicas, muco e, eventualmente, pus, se houver infecção. Os pacientes com RCU sofrem de crises persistentes de diarreia, que ocorrem a qualquer hora, provocando constrangimentos e desconfortos.

Os sintomas afetam as atividades cotidianas, provocando uma significativa piora na qualidade de vida. Além de preferir ficar em casa, são frequentes as faltas ao trabalho e, ainda, o abandono das atividades profissionais. A queda do orçamento doméstico, adicionado aos gastos com exames, internações e tratamentos, reflete em grande impacto financeiro aos pacientes.

A alimentação passa a ter muitas restrições, como o não consumo de alimentos que contêm fibras insolúveis (cascas de frutas e verduras), comidas com adição de condimentos picantes, leite ou derivados e bebidas fermentadas. Outro incômodo é o intenso reflexo para evacuar vindo logo após as refeições, que faz com que muitos pacientes de RCU prefiram não comer, provocando significativa perda de peso. A vida sexual pode diminuir e até ser interrompida, pois a pessoa se sente desconfortável com seu próprio corpo e com os sintomas que apresenta.

Todas essas implicações causadas pela RCU também podem ser agravadas pela condição emocional dos pacientes, que acabam apresentando algum grau de depressão ou ansiedade, em decorrência da paralisação de sua vida social. Os tratamentos mais comuns buscam tirar o paciente da crise e mantê-lo estável, a fim de devolver a normalidade ao seu cotidiano. No entanto, essas terapias exigem a ingestão de dois ou mais medicamentos ao dia, sendo necessário, muitas vezes, adicionar o uso de medicação via retal, diminuindo a adesão terapêutica.

A retocolite ulcerativa pode evoluir para quadros graves, com sangramento volumoso de difícil controle. São casos mais raros, que exigem internação hospitalar para repor sangue e introduzir medicação endovenosa. Outra complicação é o megacólon tóxico, inflamação acompanhada de infecção grave que pode atingir a corrente sanguínea e causar septicemia.

RETOCOLITE,NOVA OPÇÃO DE TRATAMENTO

 A forma clássica de tratar a retocolite é o uso de sulfa e de seus derivados. Quando tais medicamentos não apresentam bons resultados, os corticoides são bastante eficazes. Para os pacientes que não respondem ao tratamento convencional ou se tornam dependentes da cortisona, os imunossupressores são um recurso importante. Recentemente, chegou ao mercado brasileiro uma nova opção de tratamento, que tem uma maior dose de mesalazina (substância utilizada para combater a inflamação intestinal), e um revestimento nos comprimidos que retarda a liberação do princípio ativo, prolongando sua dissolução, diminuindo, ainda, os sintomas

Segundo Adérson Damião, médico gastroenterologista do Departamento de Gastroenterologia da Universidade de São Paulo (USP), esse é um importante avanço:

Quando o paciente precisa ser medicado apenas uma vez ao dia, ele tende a incorporar o tratamento a sua rotina – diz o especialista.

Segundo a gastroenterologista Genoile Oliveira Santana, “vale ressaltar que o tratamento de formas graves da retocolite deve sempre ser realizado por especialistas com ampla experiência no assunto e atuem numa equipe multidisciplinar”.

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