PLASMA SANGUÍNEO MELHORA REGENERAÇÃO DE LIGAMENTOS NO JOELHO,APONTA PESQUISA

12/12/2011 

Grupo de 27 atletas, com idades entre 15 e 44 anos, foi acompanhado durante seis meses.

Além de melhorar a cicatrização em até 50%, técnica estudada torna o tendão mais resistente a novas lesões.

 Um estudo desenvolvido no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a utilização de plasma sanguíneo no tratamento de lesões nos ligamentos do joelho pode melhorar a cicatrização em até 50% e tornar o tendão mais resistente a novas lesões.

Para analisar a nova técnica, um grupo de 27 atletas, com idades entre 15 e 44 anos, foi acompanhado durante seis meses.

— Todos apresentavam lesões no ligamento cruzado do joelho, cujo tratamento é feito com o enxerto de parte do tendão patelar — disse o ortopedista do IOT Adriano Almeida.

O novo método consiste na retirada de sangue do próprio paciente, que é enriquecido com plaquetas, por meio de um processo no laboratório, e injetado no local de onde foi retirado o material para enxerto. O plasma foi aplicado durante o procedimento cirúrgico em 12 atletas. Nos demais, foi utilizado o sistema tradicional. Seis meses após as cirurgias, todos eles passaram por novos exames. Os pesquisadores constataram que, nos pacientes em que foi utilizado o plasma, houve uma cicatrização 50% melhor do que a dos demais, o que torna o tendão mais resistente e menos suscetível a lesões.

Segundo Almeida, outro ponto positivo do tratamento é o fato de o processo de recuperação ser menos dolorido.

— Os pacientes que receberam o plasma atingiram 3,8 na escala de dor. Já o grupo que não recebeu chegou a 5,1.

De acordo com o ortopedista, essa etapa da pesquisa já está concluída.

— Os dados coletados são suficientes para aplicarmos o método em qualquer paciente. Além disso, por ser um tratamento autólogo, que utiliza material da própria pessoa, não existem riscos.

Segundo ele, o próximo passo será 'resolver questões burocráticas, para que seja disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS)'.

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