MODELO PARA PRODUZIR CÉLULA-TRONCO ABRE CAMINHO PARA REGENERAR FIGADO E PÂNCREAS

05 de Dezembro de 2011 


Cientistas no Canadá superaram um obstáculo essencial na busca de tratamentos regenerativos para o diabetes e para a doença hepática com uma técnica capaz de produzir quantidades clinicamente úteis de células da endoderme a partir de células-tronco humanas pluripotentes.

"Um milhão de pessoas sofrem de diabetes tipo 1 nos Estados Unidos, enquanto a doença hepática soma 45 mil mortes por ano. Isso torna as células-tronco e o potencial para tratamentos regenerativos extremamente interessantes para os cientistas.

As técnicas de laboratório podem produzir milhares ou mesmo milhões destas células, mas gerá-las no número e na qualidade necessários para a medicina tem sido um desafio", explica o pesquisador Mark Ungrin, da University of Toronto.

A pesquisa enfocou o processo de usar células-tronco pluripotentes (PSC) para gerar as células da endoderme, uma das três camadas germinativas primárias que formam os órgãos internos, incluindo os pulmões, o pâncreas e o fígado.

A capacidade de transformar as PSCs em células da endoderme é um passo vital para o desenvolvimento de tratamentos regenerativos para estes órgãos.

"Para produzir a quantidade de células da endoderme necessária é importante compreender como as células se comportam em números maiores, por exemplo, quantas se perdem durante o processo de diferenciação e se todas as células vão se diferenciar nos tipos desejados", detalha Ungrin.

A equipe marcou as células com corante fluorescente e, enquanto elas se dividiam, o corante se segmentou igualmente entre as células.

Ao medir a fluorescência das populações de células em um estágio posterior, a equipe conseguiu descobrir a frequência da divisão celular, o que lhes permitiu prever quantas células estariam presentes em uma população em um dado momento.

Esta técnica permitiu que a equipe detectasse ineficiências celulares e desenvolvesse uma nova compreensão da biologia celular subjacente durante a diferenciação de PSCs. Isto permitiu que a equipe aumentasse a produção de células eficazes em 35 vezes.

"Nossos resultados mostraram um aumento significativo na quantidade de células da endoderme geradas. Este novo conceito nos permite ampliar a produção de células úteis, assegurando a sobrevivência das PSC e a diferenciação eficaz", disse Ungrin.

Superar esse gargalo na pesquisa também vai ajudar os futuros pesquisadores de células-tronco a navegar na rota muitas vezes longa e desafiadora entre os testes laboratoriais e o uso clínico, e acelerar o tempo entre o avanço biomédico e a terapia benéfica.

"A maioria das pesquisas nesta área se concentra na pureza das populações de células geradas. A eficiência de diferenciação continua não declarada.

No entanto, nossa pesquisa fornece um modelo importante para futuros estudos de células-tronco pluripotentes, particularmente onde as células terão de ser produzidas em quantidade para uso médico ou industrial", concluiu Ungrin.



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