DERMATOLOGISTA ADVERTE,NÃO IMPORTA A COR DA SUA PELE,PROTETOR SOLAR DEVE SER NO MÍNIMO 30

23/12/2011


Fator de proteção muda conforme a quantidade e a frequência da aplicação.


Câncer de pele corresponde a cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil.


A recomendação médica é usar diariamente, até mesmo no inverno, mas é no verão que o protetor solar ganha status de produto de primeira necessidade. Longas horas de exposição ao sol em psicinas, praias e parques fazem aumentar a preocupação com a pele, para evitar desde as inconvenientes queimaduras até doenças mais graves, como o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no país.

Novos estudos demonstram que as pessoas usam muito menos protetor solar do que deveriam para não correr riscos de desenvolver doenças de pele por conta do sol — comenta a dermatologista Márcia Donadussi.

Um mito comum, segundo a especialista, é a crença de que fator de proteção maior do que 15 não adianta.

Por algum motivo, se popularizou a ideia de que fatores de proteção mais altos eram apenas uma questão de rótulo, mas não é verdade. Todos deveriam usar protetor solar com fator de proteção, no mínimo, 30, independente da cor da pele — alerta.

Para fototipos mais sensíveis, a especialista recomenda fator 60. É o caso de quem tem pele, cabelo e olhos claros. No entanto, Márcia considera que a regra geral nem sempre se aplica, devido à grande missigenação que há no Brasil — pessoas de cabelo e olhos escuros podem ter pele clara e muito sensível ao sol, assim como loiros podem se bronzear com facilidade. A dica da dermatologista é simples: quem logo fica com a pele vermelha quando toma sol deve usar fatores de proteção maiores mas nunca menores que 30.

Confira outras respostas da profissional para dúvidas comuns sobre o uso do produto:

:: Qual o protetor solar ideal para o meu tipo de pele?

Além da recomendação de fator 30 para peles de todas as tonalidades, a dermatologista chama atenção ainda para outro cuidado: observar no rótulo se o produto protege a pele dos raios UVA. Ela explica que o número que aparece no rótulo indica o fator de proteção contra os raios UVB. Estima-se que um terço do número do rótulo corresponda ao nível de proteção contra os raios UVA.

— Os raios UVB são os que causam a vermelhidão na pele e estão mais presentes entre as 10h e as 17h. Os raios UVA não queimam, mas são tão nocivos quanto, pois penetram mais profundamente na pele e podem causar manchas e rugas — esclarece Márcia.

Para peles mistas e oleosas, a dermatologista recomenda protetores em gel ou do tipo oil control e oil free, para evitar acne. Para peles normais, o mais indicado é o creme, pois adere melhor à pele e, portanto, não precisa ser reaplicado com tanta frequência quanto o gel.

:: Que cuidados devo ter no armazenamento do produto?

O ideal é que o frasco não seja exposto diretamente ao sol. Na praia, vale colocar debaixo de uma toalha, sob o guarda-sol. O aquecimento provoca reações químicas e pode comprometer as propriedades do produto.

:: Ainda posso usar um filtro solar que comprei no verão passado? 

É comum as pessoas deixarem alguns produtos na casa da praia de um verão para o outro. Segundo a dermatologista, se estiverem armazenados dentro de casa e dentro do prazo de validade, não tem problema usar.

:: Nos horários de menor radiação (antes das 10h e após as 17h), é necessário usar filtro solar? 

É, porque ainda há incidência de raios UVA que, como já foi explicado, não queimam, mas podem causar doenças de pele.

:: Qualquer filtro solar não sai na água? 

Segundo a dermatologista, isso é um mito.

Os testes de resistência à água são feitos com voluntários, que ficam dentro de uma banheira, sem se mexer, durante 40 minutos. Se o produto permanece na pele depois disso, ele é resistente à água. Mas quem é que fica parado na praia? — questiona Márcia.

A especialista ressalta que o movimento das ondas no mar e até a transpiração do corpo comprometem a resistência do produto. A ordem é, a cada hora de banho, secar bem o corpo e reaplicar o filtro.

:: Se eu for passar o dia todo na praia ou na piscina, de quanto em quanto tempo o produto deve ser reaplicado?

No mínimo, a cada duas horas. Se for para a água, de hora em hora, depois de secar o corpo com uma toalha, para não comprometer a aderência à pele. A profissional destaca que é importante associar outras formas de proteção, como chapéus, bonés, guarda-sol — de preferência de lona — e camisetas de cor escura e de algodão.

Márcia salienta ainda que, em laboratório, a quantidade de produto aplicada é de 2mg/cm² de pele, enquanto na prática as pessoas costumam usar entre 0,5 e 1mg/cm² de pele. Por exemplo, uma pessoa com cerca de 1,75m e 60kg deveria aplicar 34,9g de protetor solar em toda a superfície do corpo — um tubo de filtro solar tem em torno de 120ml, ou seja, seria suficiente apenas para três ou quatro aplicações.

O fator de proteção fixado no rótulo é estabelecido para a quantidade aplicada no teste, ou seja, na prática, o fator 30 já protege menos do que isso, porque a aplicação no corpo é menor — exemplifica.

Para facilitar o cálculo, a dermatologista ensina uma receita para usar protetor solar na medida certa: uma colher de sobremesa para o rosto, duas colheres de sopa no peito e na barriga e duas nas costas, duas colheres de sopa nas pernas e uma colher de sopa nos braços. A profissional tem ainda mais uma dica: apostar em filtros solar em spray para aplicar no couro cabeludo. Ah! E não esquecer das extremidades — orelhas e pés.

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