FÁRMACO ANTI-MALÁRIA MOSTRA EFICÁCIA CONTRA ARTRITE,ESCLEROSE E CANCRO

21/07/2011

Num estudo publicado recentemente, cientistas do VARI Center for Structural Biology and Drug Discovery demonstram , em nível molecular , como a cloroquina ( medicamento anti-malária ) reprime a inflamação, o que pode fornecer um modelo de tratamento para uma variedade de doenças auto-imunes, como artrite, Esclerose Múltipla e certos tipos de cancro, avança o portal ISaúde.



A cloroquina é um fármaco amplamente utilizado que inibe o crescimento de parasitas. Durante décadas, esta substância e uma derivada, a amodiaquina, têm sido usadas como medicamentos anti-inflamatórios para tratar doenças como a artrite reumatóide, embora não se saiba qual o mecanismo exacto pelo qual afecta o sistema imunológico.


Fornecendo uma compreensão destas funções básicas, os investigadores agora podem ter as ferramentas necessárias para desenvolver tratamentos melhores para uma infinidade de doenças auto-imunes comuns.



"Estes resultados fornecem uma base mecanicista a estratégias terapêuticas para tratar inflamações e doenças auto-imunes e devem fornecer novas abordagens que podem ser testadas em ensaios clínicos", disse o neurologista Henry F. McFarland.



O director do VARI Center, H. Eric Xu, e seus colegas mostraram que a cloroquina reprime a inflamação pela activação sinérgica da sinalização dos glicocorticóides, uma classe de hormonas esteróides que se ligam aos respectivos receptores presente em quase todas as células de animais vertebrados. Eles estão entre os agentes mais potentes e eficazes para tratar a inflamação e as doenças auto-imunes.



Os glicocorticóides sintéticos são usados para tratar asma, alergias e artrite reumatóide. Como também interferem em alguns dos mecanismos anormais das células cancerígenas, são usados em doses elevadas para tratar certos tipos de cancro, como a leucemia e o linfoma. No entanto, em doses terapêuticas, os glicocorticóides podem causar uma gama de efeitos secundários debilitantes, incluindo diabetes, osteoporose, atrofia da derme e retardamento do crescimento.



A investigação revelou uma regulação inesperada da sinalização glicocorticóide pelo funcionamento dos lisossomos, estruturas celulares que utilizam enzimas para quebrar resíduos e detritos.

Os investigadores descobriram que poderiam imitar o efeito da cloroquina ao inibir o mecanismo lisossómico. Eles acreditam que o desenvolvimento de novas terapias para tratar as inflamações e as doenças auto-imunes envolve estratégias que combinam os inibidores de glicocorticóides e lisossómicos.



"Já sabíamos há algum tempo que esteróides e lisossomos afectam o sistema imunológico, mas não sabíamos que trabalhavam juntos. Os investigadores agora têm um caminho claro para a realização de projectos para desenvolver inibidores glicocorticóides e lisossomais e para melhorar a eficácia e a potência de cloroquina como um agente terapêutico", disse o presidente e director de pesquisa do VARI Center, Jeffrey Trent.

FONTE: http://www.rcmpharma.com/actualidade/id/21-07-11/farmaco-anti-malaria-mostra-eficacia-contra-artrite-esclerose-e-cancro

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