Unifesp desenvolve modelo tridimensional de dente humano

20/04/2011 - 09:57

Pesquisadores da Unifesp dão mais um passo na viabilização da terceira dentição utilizando a computação gráfica tridimensional para confeccionar estruturas de dente com proporções fiéis aos dos seres humanos.

São Paulo – Os cirurgiões dentistas e professores da UNIFESP, Mônica e Silvio Duailibi, dão o primeiro passo para a reprodução fidedigna do dente humano por meio do processo de fabricação aditiva, técnica que utiliza modelos computacionais. O estudo foi desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, órgão de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A fabricação aditiva, também conhecida como prototipagem rápida, possibilita produzir protótipos diretamente do modelo virtual tridimencional a partir de dados obtidos em tomografias ou ressonâncias magnéticas. A pesquisa será publicada neste ano no periódico americano Artificial Organ.

De material biodegradável, as estruturas dos molares gerados pela técnica 3D já estão sendo testadas pelos pesquisadores na chamada fase pré-clinica, com o cultivo de células-tronco adultas humanas em ratos. “Anteriormente, conseguimos desenvolver coroas com todas as suas estruturas, como dentina, esmalte, polpa e ligamento periodontal na mandíbula e abdome dos animais, mas suas dimensões e formato não eram de um dente normal”, explica Silvio Duailibi, que é professor adjunto de Engenharia Biomédica no Instituto de Ciência e Tecnologia da Unifesp, em São José dos Campos.

Para Mônica Duailibi, professora da disciplina de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, a reprodução dessas estruturas, fiéis ao tamanho e formato do dente humano, e a utilização de células também humanas, marca mais um passo rumo à terceira dentição.

Em 2004, o casal de pesquisadores, que também são pesquisadores do Centro de Terapia Celular e Molecular (CTCmol) da Unifesp, conseguiu construir coroas dentais no abdome de ratos por meio da Engenharia Tecidual e, quatro anos depois, fazer com que as coroas se desenvolvessem nas mandíbulas dos animais a partir de células-tronco adultas extraídas de dentes da mesma espécie.

O estudo – que tem como co-autores Lydia Masako Ferreira, professora titular da disciplina de Cirurgia Plástica da Unifesp, Eduardo Felippe Duailibi Neto, mestrando em Diagnóstico Bucal da FO-USP, Waldyr Antonio Jorge, professor titular da FO-USP, Renata Matalon Negreiros, da Fundecto – contou com a supervisão e colaboração dos pesquisadores americanos Pamela C. Yelick, da Tufts University, e Joseph P. Vacanti, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School.

Busca pelo biomaterial ideal-Para que haja a regeneração das estruturas calcificadas do dente humano, Silvio Duailibi explica que é preciso encontrar o biomaterial ideal para a construção das estruturas que receberão as células-tronco. “Vários materiais biocompatíveis e que são degradados pelo organismo estão em análise”, afirma.

De acordo com o dr. Duailibi, com a obtenção desse componente para a interação das células-tronco e a certeza de que essas células ficarão estáveis e não se transformarão em tumores, o próximo passo será iniciar os estudos em seres humanos. “Entretanto, ainda não temos um prazo para iniciar esses testes”.

A pesquisa, que foi financiada pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pelo National Institute of Health (NIH), dos EUA, conta com a parceria do Instituto Nacional de Biofabricação (Biofabris), da Rede Ibero Americana de Biofabricação Cyted e do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), responsável pelo desenvolvimento do sistema de prototipagem em Medicina.

Também colaboram com o estudo os pesquisadores Esper George Kallas (FMUSP), Mônica Vanucci Lipay (Unifesp), Jorge Vicente Lopes da Silva (CTI) e Israel Chilvarquer (FO – USP).

Perfil-A Unifesp foi apontada em 2011, pela terceira vez consecutiva, a melhor universidade federal do País segundo o Índice Geral de Cursos das Instituições de Ensino Superior do País (IGC), elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) e Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Criada oficialmente em 1994, a Unifesp originou-se da Escola Paulista de Medicina (EPM), entidade privada fundada em 1933 que foi federalizada em 1956. Em 1940, a EPM inaugurou o Hospital São Paulo, primeiro hospital-escola do País, que hoje é o Hospital Universitário da Unifesp, localizado no campus São Paulo, no bairro Vila Clementino.

Na ocasião da criação da Unifesp, a instituição era a primeira universidade brasileira especializada em Saúde, abrigando em seu currículo de graduação os cursos de Medicina, Enfermagem, Biomedicina, Fonoaudiologia e Tecnologias Oftálmica e Radiológica.

Em 2005, iniciou-se o projeto de expansão por meio do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), com a criação do campus Baixada Santista. Em 2006, foi criado o campus Guarulhos, seguido de Diadema e São José dos Campos, em 2007, dando seguimento ao processo de ampliação. O ambicioso processo de expansão fez com que a Universidade saltasse de um para cinco campi e de cinco para 28 cursos. Com os novos campi, a Instituição deixou de atuar exclusivamente no campo da saúde, inaugurando cursos nas áreas de Humanas (Guarulhos), Exatas (São José dos Campos) e Biológicas (Diadema). O campus Osasco, com início das aulas previsto para o primeiro semestre de 2011, será voltado para a área de Negócios. No Vestibular 2011, a instituição oferece 2.669 vagas em 33 cursos de Graduação.

Atualmente, a Unifesp conta com 6.442 alunos matriculados nos cursos de Graduação, além de 3.342 discentes nos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado, Mestrado e Mestrado Profissionalizante) e 6.296 na Pós Graduação Lato Sensu (Especialização e Aperfeiçoamento,). Além disso, a instituição conta com 800 discentes no maior programa de residência médica do Brasil.

A Unifesp tem em seu quadro 1.163 docentes, sendo que 95% possuem título de doutor, um percentual que marca a qualidade de ensino oferecida pela Instituição.

No segundo semestre de 2010, tiveram início as atividades do campus avançado de Extensão Universitária da Unifesp, o primeiro deste tipo no Brasil, implantado no município de Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo. O campus avançado de extensão universitária da região de Santo Amaro, na capital paulista, também inicia suas atividades no começo de 2011.

FONTE:   http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=155047

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