ALÉM DOS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS...TOXINA BOTULÍNICA É USADA NO TRATAMENTOS DE DOENÇAS...

26 de junho de 2015 

Além da eficácia em procedimentos de beleza, a toxina botulínica A é um forte aliado no tratamento de doenças – melhorando a qualidade de vida dos pacientes 


Muito procurada por quem busca amenizar rugas e marcas de expressão, a toxina botulínica A, popularmente conhecida como Botox, é sempre associada à área estética. 

Mas sabia que, além da eficácia comprovada nos procedimentos de beleza e rejuvenescimento, o produto é um forte aliado no tratamento de várias doenças – melhorando assim a qualidade de vida dos pacientes?

“Os benefícios do tratamento podem ser observados a partir da primeira semana e a resposta dependerá da indicação clínica. 

No caso da distonia e espasticidade, por exemplo, observa-se um relaxamento muscular, maior amplitude dos movimentos, redução da dor e dos movimentos involuntários”, ressalta Simone Amorim, neurologista infantil e neurofisiologista clínica, especialista em neuroreabilitação adulta e infantil. 

As aplicações geralmente são feitas de 5 em 5 meses, sem nenhuma restrição médica após o procedimento.

Médica Simone Amorim comenta o uso da toxina botulínica A, popularmente conhecida como botox, no tratamento de doenças...


Confira os principais usos da toxina botulínica A:

1) Enxaqueca crônica

A enxaqueca crônica é uma das doenças que mais incapacita o paciente a trabalhar. 

Diagnosticada em pessoas com crise de dor de cabeça por 15 dias ou mais durante o mês, com duração de mais de quatro horas, por mais de três meses. 

O medicamento bloqueia a liberação de neurotransmissores associados com a origem da dor, inibindo os sintomas dolorosos. “Funciona como uma medicação profilática, que usamos para prevenir as crises”, explica a especialista.

2) Bexiga hiperativa

Caracterizada como uma contração excessiva da bexiga, a bexiga hiperativa acaba provocando o aumento da frequência de idas ao banheiro de forma urgente – mais de oito durante 24 horas.

A doença atinge pessoas de todas as idades e sexos, porém é mais comum em mulheres grávidas, idosos e em pessoas que têm doenças neurológicas, como a esclerose múltipla.

No tratamento com a toxina botulínica A, o profissional injeta o medicamento diretamente na bexiga, o que inibirá as contrações involuntárias do órgão e promove a continência urinária.

3) Espasticidade

Os músculos que apresentam espasticidade são mais rígidos do que os músculos normais, o que causa lentidão no relaxamento e uma consequente limitação dos movimentos, principalmente dos braços e pernas. 

Comum em pacientes que sofreram AVC (acidente vascular cerebral), traumatismo craniano, lesões medulares, portadores de esclerose múltipla e paralisia cerebral. 

“Os músculos entram em uma contração muito exagerada. As dores podem ser localizadas ou generalizadas, dependendo da lesão cerebral do paciente. O procedimento é feito diretamente no músculo e a medicação vai agir no relaxamento da musculatura”, explica a médica Simone Amorim. 

A evolução do quadro aumenta a autonomia sobre as atividades diárias, pois melhora o posicionamento do membro afetado.

4) Distonia

Doença neurológica caracterizada por contrações musculares involuntárias, parecidas com um torcicolo constante, os espasmos gerados pela distonia podem afetar uma única parte do corpo, como os olhos, o pescoço, os braços ou as pernas, duas partes vizinhas, como o pescoço e um braço, um lado inteiro do corpo ou praticamente o corpo todo. Além de diminuir as dores causadas pela doença, o tratamento com a toxina botulínica A, melhora a postura do segmento afetado, reduz a intensidade e a frequência da dor no pescoço, no caso da distonia cervical, o que possibilita o paciente realizar atividades diárias.

5) Estrabismo

Mais comum entre as crianças, mas possível de se desenvolver em adultos, o desalinhamento dos olhos apontando em diferentes direções pode ser tratado com aplicações da toxina botulínica. O tratamento reduz os espasmos e relaxa os músculos, o que ajuda a alinhar os olhos dos pacientes. 

“Geralmente quem faz esse procedimento é o oftalmologista, que vai avaliar qual movimento está errado e verificar que músculo está causando o problema e injetar botox nele. 

A toxina botulínica A é injeta na musculatura do olho, nos músculos que comandam o movimento que a gente tem de olhar para um lado e para o outro”, diz a especialista.

6) Blefaroespasmo

Caracterizado pelo fechamento repetitivo e involuntário da pálpebra, a doença é provocada por contrações dos músculos dos olhos, fazendo com o paciente pisque o tempo todo. 

O excesso de movimento pode impedir a leitura e a realização de atividades simples, como dirigir ou usar o computador. 

A aplicação da toxina botulínica A age no relaxamento da região, interrompendo os movimentos involuntários e normalizando as funções de abrir e fechar os olhos.

7) Espasmo hemifacial

Distúrbio involuntário do movimento da face, às vezes confundido com tique nervoso, gera a contração excessiva de um lado do rosto. 

A aplicação da toxina botulínica A proporciona o relaxamento das fibras, normalizando o movimento da região.

8) Hiperidrose

Caracterizada pela produção excessiva do suor, podendo aparecer de forma generalizada ou concentrada nos pés, mãos e axilas. 

Quando a toxina botulínica A é injetada na região, impede a liberação temporária da substância acetilcolina, o que diminui a sudorese. 

“O botox age nas glândulas que liberam o suor. Quando a toxina é injetada na glândula, ela atrofia e produz menos suor”, explica.

9) Paralisia facial

A paralisia facial, perda de movimentos da face ocasionada por problemas nos nervos, pode ser causada por diversos fatores. 

Normalmente, quando é uma perda de movimentos gradual é ocasionada por um tumor na cabeça ou pescoço. 

Se for uma perda repentina, as razões vão desde hipertensão até diabetes. 

Os músculos faciais se tornam fracos e flácidos, geralmente apenas em um lado do rosto. 

Apesar de ainda não ser muito comum, a toxina botulínica A também é usada no tratamento da paralisia facial, com o objetivo de minimizar os efeitos da doença. 

“Pode-se aplicar a toxina botulínica A para diminuir os incômodos dos espasmos. 

Então injeta-se o medicamento no lado não paralisado para que haja relaxamento dos músculos e os dois lados fiquem um pouco mais simétricos”, explica Simone Amorim.

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