SINTOMAS ATÍPICOS COMO SUOR EXCESSIVO E AZIA PODEM INDICAR INFARTO...

03/05/2015 

Apenas 2% dos brasileiros sabem identificar os sinais que vão desde fadiga a suor excessivo.


A falta de informação relacionada à doenças cardiovasculares pode ser fatal e, portanto, reconhecer os sintomas de um infarto é fundamental. O principal sinal é a dor aguda no peito, mas ele também pode se manifestar por meio de outros sintomas atípicos e igualmente importantes como fadiga, azia, suor excessivo, dores nas costas e no pescoço, indigestão e sensação de obstrução na garganta. Ou seja, além da sensação de que algo aperta o coração, a pessoa que está enfartando pode sentir dores e desconforto em toda a região torácica.

Isso acontece porque os órgãos e os tecidos do corpo são interligados e interdependentes. O músculo cardíaco não funciona sozinho, ele precisa de uma boa oxigenação promovida pelos pulmões e uma pressão sanguínea eficiente e constante. Além de um sistema circulatório sadio, livre de placas de gordura ou coágulos que impeçam a chegada do sangue e do oxigênio aos diversos órgãos — esclarece Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do Hospital do Coração, de São Paulo.

O infarto agudo do miocárdio é a morte das células do coração por falta de oxigenação adequada. Pavanello explica que para o coração funcionar é preciso que as artérias coronárias levem o oxigênio até o músculo cardíaco. Segundo o médico, quando uma dessas artérias está obstruída, esse fornecimento é interrompido, e nada for feito para frear essa obstrução as células cardíacas morrem.

Dependendo de qual artéria estiver obstruída, o paciente pode apresentar um conjunto de sintomas diferentes. A dor de infarto costuma durar poucos minutos e pode vir acompanhada de palidez, mal-estar e dificuldade para respirar — acrescenta o especialista, ao afirmar que os sintomas do infarto são agudos.

Os sintomas atípicos são mais comuns em três grupos de pacientes: idosos, diabéticos e mulheres. Nessas pessoas, a dor deve ser olhada com mais atenção. O quadro clássico de dor no peito, que irradia para o braço esquerdo, é muito comum até os 60 anos, mas 50% dos idosos, diabéticos e mulheres podem apresentar sintomas menos comuns.

Isto faz com que o paciente leve mais tempo para pensar que tem um problema cardíaco e demora mais para procurar ajuda. O ideal é não esperar sentir dor para procurar atendimento. No cenário ideal, todos deveriam procurar saber se têm fatores de riscos e se cuidar para prevenir algo mais grave — comenta Pavanello.

Especialistas recomendam que as pessoas fiquem atentas aos casos de sintomas específicos, pois a falta de informação pode ser fatal principalmente nesses casos. Quem tem antecedente familiar com doenças cardíacas, por exemplo, entra no grupo de risco e não deve menosprezar até mesmo os sintomas mais leves e aparentemente insignificantes. Diabéticos, em especial, podem sofrer diminuição da sensibilidade à dor. Idosos e mulheres muitas vezes atribuem as dores a outras causas não cardíacas, o que não pode acontecer.

Quem não se enquadra nos casos anteriores também deve ficar atento se ocorrer, por exemplo, azia ou queimação com vômitos e náuseas persistentes ou falta de ar súbita e limitante, pois esses sintomas devem ser avaliados por um médico. Nos casos de infarto que não são atendidos adequadamente, podem ocorrer complicações graves e até óbitos, que com abordagem precoce certamente seriam evitados — finaliza Pavanello.

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