16 de Maio de 2015
Pacientes à espera de atendimento na UPA dos Barris nesta sexta-feira.
Só oito casos de zika vírus (zikav) foram confirmados na Bahia, pelo Ministério da Saúde (MS), até o momento.
Mas as emergências de hospitais particulares e públicos de Salvador estão cheias de pacientes com sintomas da doença, que é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti - o mesmo que causa a dengue e a febre chikungunya.
Até agora, 5.316 pessoas foram notificadas com suspeita de zika vírus na capital baiana, segundo a Secretaria da Saúde.
Outras 8.121 foram sinalizados no interior do estado, somando 13.437 casos suspeitos na Bahia, de acordo com a Secretaria da Saúde do estado (Sesab).
Com pontos brancos ou vermelhos no corpo, febre, dor nas articulações e costas, a estudante Aniele Pereira, 19, procurou atendimento médico ontem, mas precisou ir a dois hospitais da cidade.
Primeiro, ao Santa Izabel; depois, ao Português: "Eu cheguei (ao Santa Izabel) às 6h e já não estavam mais atendendo, devido à grande demanda na emergência".
Ela esperava resultado de exames em sala separada, do Hospital Português, ao lado de dez pessoas com os mesmos sintomas. A TARDE tentou contatar a assessoria do Santa Izabel, sem sucesso.
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município, filas também se formaram ontem.
Segundo servidores da unidade do Vale dos Barris, a procura, por pessoas com suspeita da doença, é grande.
Mas a equipe de reportagem não teve acesso aos pacientes.
Superintendente de Vigilância de Proteção da Saúde da Bahia, Elizabeth França explica que a doença é benigna e não oferece risco de morte às pessoas.
O motivo da superlotação das emergências, segundo ela, deve-se ao grande número de suspeitas, somado à falta de exames laboratoriais que comprovem a patologia.
"É uma doença nova, que está em fase de estudos, em institutos de pesquisa. Por isso, é tratada a partir dos sintomas", frisou.
Sinais e sintomas
Após um período de incubação (entre a picada do mosquito e o início de sintomas), de cerca de quatro dias, o paciente começa a apresentar os primeiros sintomas, que podem durar até sete dias.
Mas a maior parte dos casos é assintomática. A recuperação ocorre em até sete dias após o surgimento dos primeiros sinais.
"Não existem medidas de controle específicas, uma vez que não se dispõe de vacina ou drogas antivirais.
Dessa forma, o controle está centrado em reduzir os riscos de presença do mosquito", esclarece o MS, no portal da saúde.
O pintor industrial Jorge Pereira, 35, foi uma das oito vítimas registradas na Bahia. Ele mora em Camaçari e chegou a ficar internado no Hospital Santa Helena.
"Da primeira vez que fui ao médico, não fizeram exame em mim. Só após ser internado, no quarto dia. Foram dez dias com o zika", lembra ele, que ainda toma remédios para dores no corpo.
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