FAMPYRA (FAMPRIDINA) ,MELHORA DA MARCHA PARA PORTADORES DE ESCLEROSE MÚLTIPLA...

Domingo, 17 Maio 2015

Fampyra (fampridina, comprimidos de libertação prolongada), o primeiro tratamento destinado a combater as disfunções da marcha em doentes com Esclerose Múltipla (EM). 

Trata-se do primeiro tratamento que demonstrou ser eficaz em pessoas com todos os tipos de EM, tanto na forma surto-remissão, como nas formas secundária progressiva, primária progressiva e progressiva recidivante.

De acordo com um estudo publicado em 2011, cerca de 93% dos doentes com EM reportam problemas de mobilidade nos primeiros 10 anos do diagnóstico. 

Actualmente verifica-se um aumento do absentismo laboral, e consequentemente diminuição dos rendimentos, nos doentes que apresentam problemas da marcha , sendo que estes problemas são também responsáveis por uma diminuição da qualidade de vida dos doentes e cuidadores.

Fampyra aumenta a função neurológica através da melhoria da condução dos impulsos nervosos através dos neurónios desmielinizados. 

Em ensaios clínicos, os doentes que responderam a Fampyra apresentaram uma melhoria significativa na velocidade da marcha superior a 25 por cento e ficou demonstrado que Fampyra traz melhorias significativas na qualidade de vida dos doentes. 

Fampyra pode ser usado em monoterapia ou conjuntamente com outras terapêuticas para a EM, incluindo medicamentos imunomoduladores.

Para Ana Martins da Silva, especialista do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, “Fampyra representa um avanço importante no tratamento de um dos sintomas mais frequentes e incapacitantes para os doentes com EM. 

É um fármaco que melhora a marcha e a qualidade de vida destes doentes, independentemente do curso da doença ou da sua duração. 

Trata-se de um fármaco com algumas características, como sejam a facilidade de administração (2 comprimidos por dia), rápida e simples avaliação da resposta ao tratamento (em 15 dias na maioria dos doentes) e perfil de segurança bem conhecido. 

Considero estes fatores importantes para uma adequada utilização na prática clinica, assegurando a acessibilidade do fármaco aos doentes com EM e perturbação da marcha, os quais podem vir beneficiar deste novo medicamento. 

Por fim, realço que a combinação de fármacos adequados, como Fampyra, e programas de fisioterapia individualizados e regulares, são indispensáveis para a melhoria da marcha e consequentemente da incapacidade dos doentes com EM.”

Fátima Paiva, presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla explica que “este é um medicamento cuja comparticipação aguardamos com bastante expectativa desde 2011, pois sabemos que é a única solução disponível para alguns portadores, especialmente para os casos de EM secundária progressiva e para todos aqueles que vêm a sua mobilidade afectada, representando a possibilidade de recuperar alguma qualidade de vida”.


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