ATÉ 90% DOS PACIENTES OM ESCLEROSE MÚLTIPLA APRESENTAM ALGUMA DISFUNÇÃO SEXUAL...

27 de maio de 2015

A esclerose múltipla é uma doença neurológica que acomete cerca de 35 mil pessoas no Brasil...


Nesta quarta-feira (27/5), nossos olhos se voltam para o Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM), doença autoimune que acomete principalmente mulheres jovens de 20 a 40 anos em fase reprodutiva da vida. 

O diagnóstico precoce é a melhor alternativa para que o paciente tenha qualidade de vida. 

Ao ser detectada a doença, é preciso se submeter a um tratamento adequado, capaz de retardar o máximo possível a evolução da doença, que tem como sintomas dormência, perda de visão, visão dupla, falta de equilíbrio e fraqueza.

E mais:

também é preciso ficarmos atentos aos distúrbios sexuais relacionados à doença. 

A ocorrência dessas disfunções em pessoas com esclerose múltipla pode chegar a 90% entre homens e varia de 55% a 75% nas mulheres.

De causa desconhecida, a doença acomete cerca de 35 mil brasileiros e ainda não tem cura. É caracterizada por comprometimento do sistema nervoso central e, assim, provoca dificuldades motoras e sensitivas, que impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes. 

A prevalência de alterações da função sexual em indivíduos com esclerose múltipla é maior quando comparada à população geral. 

Em pessoas com a doença, as células do sistema imunológico atacam a proteção das células nervosas chamada mielina. 

“Com essa agressão, os sinais elétricos ficam atrasados ou impedidos de serem transmitidos entre os neurônios causando diversos danos, seja na área motora, sensibilidade, equilíbrio, controle de funções esfincterianas ou nos processos em que todos estão envolvidos, como a função sexual, em um processo que é irreversível”, explica o neurologista Roberto Carneiro, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

“É importante falar abertamente sobre eventuais problemas sexuais com o médico, e, em muitos casos, o acompanhamento com psicólogo ou terapeuta sexual é indispensável”, completa o especialista.

Os sintomas da doença mais comumente descritos são perda de equilíbrio e coordenação motora, formigamento pelo corpo e perda de força e de visão. Esse conjunto de fatores é chamado de surto. A intensidade e o intervalo entre os surtos variam de acordo com o estágio da doença em que o paciente se encontra e podem deixar sequelas, dependendo da gravidade.

“Apesar do quadro delicado que os pacientes muitas vezes passam, é possível ter o controle da doença com o tratamento adequado e menor impacto nas relações interpessoais ou no envolvimento íntimo. 

Por isso, é importante procurar rapidamente um especialista assim que se notar qualquer sintoma. Quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de o surto progredir e de as sequelas serem graves”, alerta.

Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), apenas 5 mil pacientes recebem o tratamento adequado para a EM no País. Apesar da evolução na medicina e das descobertas na área, ainda é difícil diagnosticá-la precocemente porque os sintomas se manifestam de formas diferentes em cada pessoa.

Tratamento

Embora ainda não haja cura para a esclerose múltipla, os tratamentos têm como objetivo reduzir a atividade inflamatória e os surtos, a fim de proporcionar uma melhora na qualidade da vida sexual dos pacientes. O estudo Benefit, acompanhado ao longo de 11 anos pelos Comitês Americano e Europeu para Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla em Boston, Massachusetts (EUA), revela que o tratamento precoce com betainterferona-1b diminui os efeitos das complicações motoras e sensitivas das pessoas que estão no estágio inicial da doença.

O betainterferona-1b faz parte da primeira categoria de opções terapêuticas, os imunomoduladores, cujo objetivo é reduzir a intensidade dos surtos e o intervalo entre eles, agindo sobre os processos imunológicos.  

As causas exatas da EM ainda não são conhecidas, mas há dados que sugerem que a genética, o ambiente em a pessoa vive e até mesmo um vírus, que poderia desempenhar um papel no desenvolvimento da doença. 

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