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07/06/2016
Ainda pouco conhecida pela população, a esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica que afeta 2,5 milhões de pessoas, das quais 30 mil são brasileiras, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla.
Quando não tratada da forma correta, a doença – crônica e ainda sem cura –, afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias.
Mas, de fato, quais são os principais sintomas da EM?
Alguns dos sinais mais comuns são:
fadiga, falta de energia, fraqueza, sensação de adormecimento de partes do corpo, formigamento, falta de equilíbrio e coordenação ao caminhar, tontura, visão embaçada, fala arrastada, complicações na bexiga, problemas intestinais, depressão, perda de memória e dificuldade de concentração e/ou dificuldade para resolver problemas.
Cada paciente vivencia os sintomas de maneira diferente e a doença pode progredir com mais velocidade em uns do que em outros.
Por isso é importante a avaliação médica para a indicação do tratamento mais adequado ao paciente. O mais importante é entender que é possível ter uma vida normal, desde que sejam tomadas as devidas providências de prevenção dos surtos e controle da doença”, informa o Dra. Yara Fragoso (CRM 41313), especialista no assunto.
Os cientistas ainda desconhecem a causa da EM, mas é consenso na classe médica que atualmente o portador pode controlar ou amenizar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida.
Uma das atitudes importantes para isso é reduzir o estresse e priorizar um tempo para descansar, já que a fadiga é uma queixa muito frequente dos pacientes de EM.
Cerca de 75% dos portadores da doença sentem falta de energia na maior parte do tempo e quase todos os pacientes vão sentir esse cansaço em algum momento.
Entendendo a EM
O tipo mais comum de esclerose múltipla é a recidivante-remissiva, quando ocorrem surtos seguidos por períodos de remissão com a recuperação parcial ou completa do funcionamento neurológico.
Porém há também formas progressivas de EM, em que a doença provoca impacto contínuo na vida do paciente, não apenas surtos ocasionais, resultando em uma piora progressiva dos sintomas.
Durante a doença, a camada protetora (bainha de mielina) das células responsáveis por enviar os impulsos de um neurônio para outro e comandar todas as atividades conscientes e inconscientes do organismo é vista como um invasor, sendo atacada pelo sistema imunológico.
Os motivos dos ataques à bainha de mielina ainda são desconhecidos pelos médicos especialistas.
“Quando a bainha de mielina está danificada, o funcionamento dos neurônios é afetado, causando uma perda nas funções do corpo e sua incapacitação. A mielina está presente em todo o sistema nervoso, assim qualquer região do corpo pode ser atingida”, esclarece a médica Dra. Yara Fragoso.
Apesar de não ter cura, os surtos observados durante o desenvolvimento da EM podem ser controlados e alguns sintomas amenizados em prol da qualidade de vida do paciente.
Quanto mais cedo o paciente iniciar o tratamento com medicamentos, mais significativos serão os seus efeitos e mais se adiará o progresso da doença. O tratamento precoce também poderá evitar sequelas deixadas pelos surtos.
Para cada caso será indicado um tipo de medicação com o objetivo de evitar inflamações no sistema nervoso central e auxiliar no alívio de sintomas.
O acetato de glatirâmer, por exemplo, não tem seu mecanismo de ação completamente compreendido, porém sabe-se que reage de forma a “enganar” o sistema imune e inibir o ataque à bainha de mielina, com importante papel no sistema imune e autoimune do organismo³.
Algumas dicas para seguir, a fim de melhorar a qualidade de vida do portador de EM:
– Evitar banhos quentes, sauna, locais quentes e abafados – quando a temperatura do corpo aumenta, há uma piora nas falhas na mielina, podendo ocorrer uma interrupção do impulso nervoso, logo desencadeando os sintomas característicos da doença.
– Conversar com a família – é importante a abordagem da família do paciente, explicando o papel da fadiga na vida do portador de EM e suas implicações nas atividades pessoais e profissionais, com o objetivo de obter maior compreensão, apoio e tolerância por parte daqueles que o cercam.
– Praticar exercícios físicos – realizar uma atividade leve pode ser muito benéfico ao paciente para aliviar o estresse, aumentar o relaxamento e auxiliar o equilíbrio e a flexibilidade. Um médico poderá indicar o melhor tipo de exercício para cada paciente.
– Manter uma dieta equilibrada – uma alimentação equilibrada é importante para qualquer pessoa manter um corpo saudável. Para um paciente de EM, é importante consumir alimentos ricos em nutrientes e, consequentemente, manter um sistema imunológico forte, livre de outras doenças.
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