12/12/2013
Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho descobriu uma
proteína cuja acção é fulcral no tratamento da Esclerose Múltipla. A
mesma pode ajudar a percepcionar a rapidez com que a doença evolui em
cada paciente e, dessa forma, adaptar o tipo de medicação mais preciso,
avança o portal Boas Notícias.
Os resultados do estudo, levado a cabo pela equipa liderada por João Cerqueira, foram agora publicados na revista 'Frontiers in Cellular Neuroscience' e sugerem que a lipocalina 2 pode ser usada como marcador de diagnóstico e avaliador de prognóstico na esclerose múltipla, uma vez que a mesma aumenta nos pacientes com a doença.
"Ao medir a quantidade desta proteína presente no líquido da
espinal-medula, é possível saber, com alguma segurança, se o doente vai
ter uma evolução mais ligeira ou agressiva da doença. Isso vai permitir
um ajustamento mais adequado e eficaz da terapêutica em cada paciente",
explica o neurologista de 36 anos.
Em comunicado enviado ao Boas Noticias, os especialistas avançam ainda
que o sol e respectiva vitamina D também beneficiam o tratamento da
esclerose múltipla, na medida em que ajudam ao controlo do sistema
imunitário.
"Há um défice endémico desta vitamina na população ocidental, que
deixou de se expor ao sol em quantidades suficientes. Isso pode agravar
uma série de doenças imunitárias e outras degenerativas como o
Alzheimer", avança o docente da Escola Superior de Ciências da Saúde da
Universidade do Minho.
A esclerose múltipla surge quando o próprio sistema imunitário se
começa a agredir a si mesmo, em particular ao sistema nervoso central
(cérebro e espinal medula) e à mielina, que protege os neurónios. Essa
mudança interfere com as funções coordenadoras centrais como a
sensibilidade, a locomoção, a cognição, a audição, a visão e a excreção.
Em Portugal, a doença afecta cerca de 5.000 portugueses, numa média de
46 casos em cada 100.000, entre os 20 e os 40 anos de idade, dos quais
dois terços são mulheres.
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