EVOLUÇÕES OCULARES

10 de setembro de 2011

Congresso em Porto Alegre aborda técnicas mais avançadas da oftalmologia.

 Órgão translúcido, que permite aos médicos uma visualização nítida de sua radiografia, o olho humano é privilegiado por natureza. Tal transparência, somada à tecnologia de ponta e desenvolvimento científico avançado, geram boas perspectivas para o campo da oftalmologia, que durante a semana passada teve suas atenções voltadas para o Centro de Eventos Fiergs, no 36º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Porto Alegre.

– Com os recursos disponíveis, hoje é possível falar em cura de diversas patologias – diz o oftalmologista e um dos presidentes do congresso, Jacó Lavinsky.

Considerado o segundo maior evento nacional do mundo no segmento, atrás apenas do encontro organizado pela Academia Americana de Oftalmologia (AAO), o congresso reuniu 8 mil médicos (o Brasil conta com mais de 15 mil oftalmologistas) e 654 palestrantes. Foram discutidos avanços como visão artificial, células-tronco e nanotecnologia, que podem beneficiar a saúde ocular de mais de 200 milhões de brasileiros. Outros temas que não fugiram à pauta foram o glaucoma, descolamento de retina (prevalente em adultos jovens), retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), catarata, estrabismo, além de saúde ocular na infância. Confira alguns tópicos que foram discutidos no evento.

Visão artificial

Vem sendo utilizada para tratamento de doenças da retina. Por exemplo: quando uma das camadas da retina está lesada e a parte interna, preservada. Exemplo disso é a Retinose Pigmentar, que é uma doença degenerativa, em que a pessoa vai perdendo o campo visual, vendo como se tivesse através de um tubo. Para esses pacientes, já existe o recurso da visão artificial, ou seja, são implantados chips na retina e uma pequena câmera capta a imagem, presa ao óculos, transmite a este chip as informações, estimulando a camada íntegra da retina a conduzi-las até o cérebro.

Glaucoma

A técnica Selective Laser Trabeculoplasty (trabeculoplastia seletiva a laser) permite que seja diminuída a pressão intraocular sem o uso de medicamentos, com maior chance de controle da doença.

Nanotecnologia

Substâncias em escala atômica conseguem atingir o local desejado com mais eficiência, maior precisão e menos efeitos colaterais, como explica Italo Marcon, um dos presidentes do evento.

Terceira Idade

Segundo o oftalmologista e também presidente do Congresso, Jacó Lavinsky, a Degeneração Macular Relacionada à Idade, conhecida como DRMI, acomete mais de 25% das pessoas acima de 80 anos, assim como a Retinopatia Diabética. Elas se manifestam por um desgaste na área central da retina, ocasionando uma perda da visão central, mas o campo periférico se mantém. Hoje, existem produtos nos quais que se injeta moléculas dentro do olho para controlar os vasos anormais, reestabelecendo a visão – afirma Lavinsky.



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