ALÍVIO PARA DOR NAS COSTAS DIFERE CONFORME A MANEIRA COMO ELA SE MANIFESTA

13/02/2012


Exercícios posturais ajudam a manter a coluna saudável.
Reumatologista diz o que se deve fazer em cada caso.

Dor nas costas é a doença crônica mais comum no Brasil. Segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz, 36% dos brasileiros sofre com esse problema. O estudo, que ouviu mais de 12 mil pessoas com mais de 20 anos em todo o país, revela que, do total de pessoas acometidas pela dor nas costas, apenas 68% buscam tratamento médico. O estudo brasileiro reforça as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, que estima que 80% da população mundial teve, tem ou terá dor nas costas.

Na maioria dos casos, o tratamento é simples: tomar um analgésico. Em outros, pode existir uma causa mais séria para a dor constante. Conforme o reumatologista Sérgio Lanzotti, sentir dor nas costas diariamente pode ser sintoma de tuberculose ou até mesmo de câncer. O médico enumera algumas prováveis razões para o aparecimento das dores nas costas e diz que tipo de ajuda se deve procurar.


:: Minhas costas doem quando eu tenho que ficar em pé por muito tempo

Este pode ser um sintoma de osteoartrite — ou artrose —, um distúrbio crônico das articulações caracterizado pela degeneração da cartilagem articular e do osso adjacente, podendo causar dor e rigidez articulares. Afeta muitos indivíduos em torno dos 70 anos de idade. Alguns podem apresentar rigidez articular após um período de sono ou de inatividade, mas, normalmente, a rigidez desaparece 30 minutos após a articulação começar a ser movimentada. À medida em que a lesão causada pela osteoartrite piora, a articulação pode se tornar menos móvel e, finalmente, ela pode congelar em flexão.

Alongamento, musculação e exercícios posturais ajudam a manter a cartilagem saudável, aumentam a amplitude dos movimentos da articulação e fortalecem os músculos circunvizinhos, de modo que eles possam absorver melhor os choques. É mais provável que a imobilização de uma articulação piore a osteoartrite ao invés de aliviá-la.

O uso de cadeiras, poltronas reclináveis, colchões e assentos de carro excessivamente macios pode piorar os sintomas. Comumente, recomenda-se o uso de cadeiras de encosto reto, colchões duros e estrados de cama inteiriços. Quando o quadro é grave, pode ser necessário o uso de suportes ou coletes ortopédicos para as costas.


:: Não são apenas as minhas costas que doem, minhas pernas também

Dor nas pernas, dormência ou fraqueza que se inicia na região lombar e desce até o nervo ciático na perna são conhecidas como ciática. A dor tende a ser constante em um lado da nádega ou da perna e é agravada quando a pessoa senta. A ciática é geralmente causada por uma hérnia de disco, ou seja, quando os discos da coluna vertebral, que agem como amortecedores entre os ossos de movimento da coluna, pressionam os nervos.

A maioria das hérnias discais resolve-se espontaneamente, sem necessidade de cirurgia. O simples ajuste da posição de dormir traz efeitos positivos: um travesseiro sob a cintura e outro sob o ombro podem ajudar quem costuma dormir de lado. Um travesseiro sob os joelhos pode ajudar aqueles que dormem de costas. A aspirina e outros anti-inflamatórios não-esteroides também ajudam a aliviar a dor. A dor intensa é tratada com analgésicos opioides.


:: Minhas costas e o meu pescoço doem muito, particularmente pela manhã

A dor pode indicar a presença de uma espondilite anquilosante, um tipo de inflamação que afeta os tecidos conectivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna e grandes articulações, como os quadris, ombros e outras regiões. Ela se caracteriza pelo surgimento de dores na coluna de modo lento ou insidioso, durante algumas semanas, associadas à rigidez matinal da coluna, que diminui de intensidade durante o dia.

Alguns pacientes se sentem cansados, perdem apetite e peso e podem ter anemia. Normalmente, os primeiros sintomas surgem no final da adolescência ou no início da idade adulta, sendo muito rara sua manifestação após os 40 anos de idade.

Não há cura para a espondilite anquilosante e, embora a doença tenda a ser menos ativa conforme a idade avança, o paciente deve estar consciente de que o tratamento dura para sempre, com uso de medicamentos, fisioterapia, correção postural e exercícios.

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