Quais são os tipos ou “formas” de Esclerose Múltipla?

Na EM há quatro formas de evolução diferentes identificadas:

>>> SÍNDROME CLÍNICA ISOLADA (CIS)

Damos o nome de CIS ao primeiro episódio (surto) de sintomas neurológicos sugestivos ou típicos de EM. Os sintomas que marcam esse episódio, que dura no mínimo 24 horas, envolvem inflamações e danos à mielina no sistema nervoso central. Nem toda CIS vai evoluir para um caso de EM e por isso mesmo, há situações de maior e menor probabilidade para isso.


A probabilidade de se desenvolver EM é maior quando a CIS é acompanhada por lesões cerebrais semelhantes às que aparecem na doença (quanto maior o número das lesões, maior a probabilidade) e que são visíveis através de ressonância magnética.


Por alguns critérios estabelecidos em 2010, é possível diagnosticar EM após uma CIS quando, na ressonância magnética, mostram-se evidências de lesões cerebrais anteriores e de inflamação em outras regiões do sistema nervoso. O tratamento precoce da CIS mostrou atrasar o aparecimento de novo surto e evolução da doença, motivo pelo qual, nesses casos, já se inicia alguma medicação específica.


>>> ESCLEROSE MÚLTIPLA REMITENTE RECORRENTE (EMRR)


A EMRR é a forma de evolução mais comum da doença e se caracteriza por repetidos ataques (surtos) com novos sintomas neurológicos. Esses ataques, ou recaídas, ou surtos, são seguidos por períodos de recuperação, parcial ou total, chamados de remissões. Durante uma remissão, os sintomas podem desaparecer, ou alguns deles podem persistir e se tornar permanentes. No entanto, durante o período da remissão, parece não haver progressão da doença.


A EMRR pode ser caracterizada como ativa, com episódios de sintomas e/ou atividades vistas pela ressonância magnética, ou não ativa. Ela também pode piorar, aumentando lenta e gradualmente a incapacidade do paciente dentro de um período após um surto, ou não piorar. A porcentagem aproximada de pessoas diagnosticadas com EMRR é de 85%.


>>> ESCLEROSE MÚLTIPLA PRIMARIAMENTE PROGRESSIVA (EMPP)


A EMPP é caracterizada por danos a funções neurológicas que, desde o início dos sintomas, progridem de forma lenta e contínua, sem que haja um surto (piora aguda ou subaguda) da doença. Ela pode ser caracterizada como ativa (lesões com atividade inflamatória - captação do contraste - detectadas pela ressonância magnética) ou não ativa. Aproximadamente 15% dos pacientes com EM são diagnosticados com EMPP.


>>> ESCLEROSE MÚLTIPLA SECUNDARIAMENTE PROGRESSIVA (EMSP)


Na EMSP, o paciente inicia sua evolução como uma forma com surtos, ou seja EMRR, e evolui após vários anos ou mesmo décadas de forma progressiva, ou seja, com piora lente e progressiva das suas limitações, mas já sem surtos agudos ou subagudos.


Dr. Leandro Calia - Neurologia Clínica


FONTE:www.drleandrocalia.com.br



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