#UnidosSmosMaisFortes💪
Portalani recomenda lavar os olhos com xampu neutro infantil..
Assim como a pele, ficam mais ressecados...
Ricardo Portolani de Andrade é médico oftalmologista formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva.
Fez residência médica no Hospital Brigadeiro, em São Paulo. Obteve o título de especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Ainda em São Saulo, trabalhou na clínica do Dr. Tadeu Cvintal, médico pioneiro em cirurgia de catarata e transplante de córnea no Brasil, com sub especialidade em catarata e glaucoma.
"Quando me perguntam por que oftalmologia, dentre as outras possibilidades de escolha na pós-graduação, minha resposta é feche os olhos. Veja quanto tempo consegue ficar?" Nesta entrevista, o oftalmologista que atende em Araçatuba, esclarece um pouco mais sobre as doenças que acometem os olhos no inverno, estação bastante atípica para o clima da região.
Quais são os principais problemas que acometem o olho no inverno?
Os principais problemas que acometem o olho no inverno são as conjuntivites infecciosas, as alergias oculares e o olho seco.
Por que eles são mais comuns no inverno?
Com a chegada do inverno há uma redução do índice pluviométrico, diminuição da umidade relativa do ar, o que gera aumento da evaporação da lágrima. Além disso, há uma tendência de ficarmos mais confinados a ambientes fechados, o que favorece o contagio de vírus e bactérias.
Quais as diferenças entre as conjuntivites alérgica, bacteriana e a viral? Todas são transmissíveis?
As conjuntivites se caracterizam pelo olho vermelho, presença de secreção e sensação de areia nos olhos, sendo que na conjuntivite alérgica, geralmente, há histórico pessoal com outros tipos de alergia (rinite, asma, bronquite) e o maior sintoma é a coceira. Na conjuntivite bacteriana, a secreção é mais purulenta e geralmente é uma doença unilateral. Já na conjuntivite viral, a secreção é mais aquosa. Inicialmente acomete um olho, mas rapidamente acomete o segundo olho e é extremamente contagiosa. A conjuntivite alérgica não é contagiosa e a bacteriana, apesar de ser contagiosa, raramente acomete o segundo olho.
Quais os riscos destas para a saúde dos olhos?
Os riscos para os olhos são que o trauma crônico de coçá-los pode lesionar a córnea, precipitando, em indivíduos predispostos, ao ceratocone. A conjuntivite viral, apesar de ser auto limitada, caso não tratada adequadamente, pode deixar cicatrizes na córnea que podem diminuir a acuidade visual. As conjuntivites bacterianas geralmente respondem bem antibioticoterapia e, se tratadas adequadamente, representam pouco risco à saúde dos olhos.
Geralmente, as pessoas demoram em visitar o oftalmologista para tratar deste problema.
Qual o principal sintoma para ajudar num diagnóstico imediato?
O problema é que várias doenças cursam com sintomatologia semelhante, tal como olho vermelho. Com isso, o principal é observar a evolução, ou seja, está melhorando ou piorando? Pois se houver piora na qualidade da visão ou aumento dos sintomas, este é o momento em que o paciente deve ser avaliado.
Quais são os cuidados que devem ser tomados para que se evite a transmissão?
Antes da chegada do inverno, devemos lavar as roupas que irão ser usadas e estavam guardadas, evitar objetos que possam acumular poeira, principalmente no quarto (cortina, carpete, bicho de pelúcia), além da higiene pessoal como o habito de lavar as mãos, evitar ambientes confinados, umidificar o ambiente e não compartilhar toalhas.
Como é feito o tratamento?
O tratamento na conjuntivite alérgica é realizado com compressas frias, colírio anti-alérgico, além de se evitar o alérgeno quando este é conhecido pelo paciente. Já nas conjuntivites infecciosas, as compressas frias também ajudam, uso de óculos de sol diminui a fotofobia e uso de colírios específicos com antibiótico e ou anti-inflamatório dependendo da etiologia.
É possível evitar as conjuntivites ou elas estão ligadas a fatores imunológicos também?
Nas conjuntivites imunológicas há destruição das glândulas lacrimais e salivares pelo próprio organismo que passa a não reconhecer como suas essas estruturas, gerando quadro de olho seco e boca seca, com olho vermelho, sensação de areia e dificuldade de abrir os olhos, principalmente pela manhã, e a boca seca gera dificuldade de ingerir alimentos sólidos e formação de cáries frequentes.
O que é síndrome do olho seco?
É o ressecamento da superfície ocular devido a uma diminuição na produção ou na qualidade da lagrima, sendo mais comum nas mulheres pós-menopausa. As causas são variadas e vão desde a redução na produção da lágrima com idade, uso de medicamentos, aumento da evaporação e doenças imunológicas (Síndrome de Sjogren, artrite reumatóide e lúpus).
Quais os sintomas e qual o sinal de alerta para visitar o oftalmologista?
Os sintomas são olho vermelho, com sensação de areia e oscilação da visão, principalmente após uso do computador, sendo o sinal de alerta geralmente o desconforto e o cansaço visual após atividades que exijam a leitura.
Esta síndrome oferece risco a saúde dos olhos? Quais são?
Quando o quadro de olho seco é leve, geralmente o risco é pequeno para a saúde dos olhos. Quando estamos diante de um quadro mais exuberante, este deve ser acompanhado com cuidado, pois há risco de perda da visão por formação de úlcera de córnea e perfuração ocular.
Como é feito o tratamento nestes casos?
Além da reposição da lágrima com o uso de colírios e pomadas lubrificantes, nestes casos mais graves o tratamento deve ser multidisciplinar com o tratamento reumatológico associado, além da oclusão dos pontos lacrimais, uso de colírios imunomoduladores e colírios feito com sangue autólogo. Caso isso não seja efetivo, pode ser realizada cirurgia com o objetivo de diminuir a exposição ocular.
É comum, a qualquer sinal de irritação ou vermelhidão nos olhos, adquirir colírios e utilizá-los. O que isso acarreta?
A automedicação deve ser evitada. Somente um profissional saberá distinguir, baseado no diagnóstico correto, qual a melhor terapia para o caso, pois o uso errado pode levar a danos irreparáveis, tal como a perda da visão por glaucoma secundário ao uso de colírio com corticóide.
Qual a maneira ideal de fazer a higiene dos olhos no dia a dia?
Digo aos meus pacientes que tal como escovar os dentes e pentear os cabelos, a higiene deve ser diária com o uso de xampu neutro infantil, pelo menos uma vez ao dia.
Quais os cuidados recomendados para as mulheres que utilizam maquiagem nesta área?
Usar produtos de qualidade, de preferência anti alérgico, não compartilhar rímel e seus aplicadores e nunca dormir sem remover a maquiagem, pois partículas podem entrar no olho e inflamar a superfície ocular, gerando irritações nas glândulas palpebrais.
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