20 de março de 2015
O desfile cívico em comemoração ao 61º aniversário de Ribeirão Pires, na manhã de ontem, foi marcado por protestos que pedem melhorias nas áreas da Saúde e Educação, além de reclamar do abandono do município. A gestão do prefeito Saulo Benevides (PMDB) também foi criticada.
Enquanto integrantes da Segurança pública, GCM (Guarda Civil
Municipal) e alunos da cidade desfilavam para público de cerca de 1.000
pessoas, um grupo usava nariz de palhaço, erguia cartazes e gritava por
mudanças. Aos poucos as reivindicações foram ganhando mais adeptos.
A
consultora Evelise Palmino, 30 anos, é mãe de um aluno da rede municipal
e reclama das condições da escola em que seu filho estuda. “Há muitos
anos não há reformas, quando chove é preciso colocar baldes para dar
conta das goteiras. Os estudantes ainda não receberam uniformes e temos
que nos virar com as roupas antigas, pequenas e rasgadas.”
A Saúde também foi motivo de discussão. Cartazes questionaram a falta
de medicamentos nas unidades, além de problemas estruturais. Segundo a
professora Vanessa Botelho, 37, alguns remédios estão em falta há mais
de um ano. “Sofro de ESCLEROSE MÚLTIPLA e necessito tomar medicação de
uso contínuo, no entanto, há meses não encontro a carbamazepina na rede
pública.”
Apesar da manifestação, o prefeito afirmou estar feliz com as
mudanças promovidas no município em sua gestão. “É muito bom ver essa
integração entre os funcionários e a população. A evolução da cidade é a
prioridade do governo.”
Indagado sobre os protestos, Saulo disse que algumas reclamações são
infundadas. “No nosso plano de governo, sabíamos que os dois primeiros
anos seriam difíceis, mas a partir deste terceiro ano as coisas irão
melhorar e entregaremos obras em conjunto com os governos estadual e
federal. Quanto aos uniformes, faremos a entrega até o meio do mês que
vem.”
De acordo com participantes do ato, funcionários da Prefeitura e
guardas-civis posicionaram-se em frente ao ponto no qual eles
reivindicavam, de forma a bloquear o ato. “Um homem que não quis se
identificar nos ofendeu. Guardas ficaram na nossa frente na tentativa de
nos encobrir. Aumentaram o som para sufocar nossas vozes”, disse
Vanessa, que afirmou ainda que alunos da rede municipal foram impedidos
de protestar. “Mandaram os estudantes tirarem o nariz de palhaço. Isso
fere nossos direitos, vai contra a liberdade de expressão.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário