DIABETES AUMENTA RISCO DE DESENVOLVER ALZHEIMER

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12 de novembro de 2015

MÉDICOS ALERTAM para relação entre as doenças em meio a crescimento no número de diabéticos, que representam 7% da população brasileira


Doença que afeta 382 milhões no mundo, o diabetes aumenta o risco dos pacientes terem Alzheimer. A relação entre as doenças foi apresentada ontem no 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), realizado em Porto Alegre. 

A associação entre a doença crônica e a mental preocupa os médicos, que afirmam que o mundo vive uma epidemia de diabetes. 

A estimativa é de que, em 20 anos, o número de diabéticos no mundo chegue a 592 milhões, crescimento de 55% em relação ao dado atual.

No Brasil, 14 milhões de pessoas vivem com a doença, o que representa 7% da população. Conforme o coordenador do Departamento de Diabetes do Idoso da SBD e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), João Eduardo Salles, o número de diabéticos dobrou no país nos últimos 10 anos, devido ao aumento da obesidade e do envelhecimento da população.

No Congresso, o médico apresentou uma pesquisa feita com animais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2013, que mostrou uma relação entre o bloqueio da ação da insulina no cérebro dos diabéticos com o desenvolvimento de demência mental.

– Além disso, o diabetes altera muito a capacidade dos vasos sanguíneos, que ficam disfuncionais. Isso faz com que haja pequenos derrames, que a pessoa não sente, mas vão diminuindo a capacidade do cérebro de armazenar informações – explica Salles.

Somada ao bloqueio da insulina, essa perda de capacidade faz dos diabéticos um grupo de risco para Alzheimer, afirma o médico.

Doutor em Endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor da SBD, Domingos Augusto Malerbi afirmou que o diabetes está associado a um subtipo de Alzheimer, que tem evolução mais lenta.

– Esse tipo é diagnosticado em pacientes mais velhos, a partir dos 70 anos – completa.

ASSOCIAÇÃO À DEPRESSÃO FOI DEBATIDA NO EVENTO

O médico também alerta para a associação entre diabetes e depressão, outro tema do congresso. Segundo ele, esse transtorno de humor muitas vezes é uma doença que antecede a demência.

– É um triângulo: diabetes, depressão e alteração cognitiva – explica Malerbi.

A relação inversa também pode ocorrer. Palestrante do evento, o neurologista André Dalbem explica que o próprio Alzheimer pode levar à depressão.

– O paciente começa a ser questionado sobre seus esquecimentos pela família e, quando se dá conta desse déficit, tende a ficar introspectivo, o que pode levar à depressão – afirma.

Além disso, a constante luta para controlar o peso e as restrições alimentares a que os diabéticos estão sujeitos são outros fatores que encaminham ao estágio depressivo.

Doença cresce mais entre jovens

Apesar da idade avançada ser um fator de risco ao diabetes, é entre os jovens que a doença tem crescido mais. O presidente do Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, Balduino Tschiedel, afirma que, até poucas décadas, o diabetes tipo 2 só era diagnosticado em pessoas a partir dos 30 ou 40 anos. Com o aumento da obesidade em todas as faixas etárias, os adolescentes passaram a ser alvo da enfermidade.

Os fatores que podem ter levado a isso, conforme João Eduardo Salles, são a má alimentação e o sedentarismo nessa faixa etária. Com isso, aumentam mais as preocupações dos médicos, já que esses adolescentes terão grande risco de não envelhecer com qualidade de vida. Poderão ter as complicações associadas ao diabetes, como doença renal e problema nos olhos, e risco de demência mental.

Por isso, especialistas alertam para a importância da prevenção à doença, que passa por uma alimentação saudável e prática de exercícios físicos.


OS TIPOS

-Chama-se diabetes tipo 1 os casos em que o pâncreas não produz insulina.
-Quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou a insulina não é processada corretamente, o paciente tem diabetes 

tipo 2.

-A diabetes gestacional ocorre quando a insulina é menos eficiente durante a gravidez.


COMO É A ENFERMIDADE

-Doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz.
-A insulina é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia.
-Quando a pessoa tem diabetes, o nível de glicose no sangue fica alto (hiperglicemia). Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

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