Vacina da gripe: o que muda em 2021.

 17 mar 2021 

Ministério da Saúde definiu o público-alvo da campanha de 2021  

A campanha de vacinação contra a gripe acontecerá junto com a da Covid-19. Saiba quem deve tomar e quais são os cuidados necessários em um ano de pandemia 


Além da Covid-19, as ações de imunização para outras infecções continuam no Brasil. No dia 12 de abril de 2021, começa a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe — e há inclusive orientações específica por causa do coronavírus, como falaremos mais adiante. Ela deve se estender até o 9 de julho. 

Conforme definido no informe técnico do Ministério da Saúde, o objetivo é vacinar pelo menos 90% do público-alvo, que totaliza mais de 79,7 milhões de pessoas, até 9 de julho de 2021. Em 2020, a ação chegou superar essa meta, atingindo 95,7% do grupo prioritário. 


Veja abaixo o que você precisa saber sobre a campanha de vacinação da gripe de 2021: 


Quem deve tomar a vacina da gripe? 


No ano passado, adultos de 55 a 59 anos foram incluídos entre o público-alvo. Mas, em 2021, eles deixaram de integrar os grupos prioritários. As doses serão oferecidas para idosos com mais de 60 anos e a outras turmas. Confira a lista completa de quem que pode se vacinar gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS): 


Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade

Gestantes e puérperas

Povos indígenas

Trabalhadores da saúde

Idosos com 60 anos ou mais

Professores das escolas públicas e privadas

Indivíduos com deficiência permanente

Profissionais das forças de segurança e salvamento (bombeiros, policiais…)

Forças armadas

Caminhoneiros 

Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário

Trabalhadores portuários

Funcionários do sistema prisional

Jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas

População privada de liberdade

Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (leia mais abaixo) 


Diabetes

Obesidade

Doenças respiratórias crônicas (asma, DPOC, fibrose cística…)

Doenças cardíacas crônicas (hipertensão, insuficiência cardíaca…) 

Doenças hepáticas crônicas (hepatites, cirrose…)

Doenças neurológicas crônicas (AVC, paralisia cerebral, esclerose múltipla…)

Imunossupressão (pessoas com o sistema imunológico prejudicado por enfermidades ou medicamentos)

Indivíduos transplantados 

Portadores de trissomias (Síndrome de Down, Síndrome de Klinefelter…) 


Em campanhas anteriores, as vacinas que sobraram foram distribuídas para o resto da população. Fique de olho no noticiário. 


A aplicação em geral é feita com só uma dose. Porém, para as crianças, serão duas picadas, com intervalo mínimo de quatro semanas. Se essa for a primeira imunização dos pequenos, as duas são dadas  juntas.


Quais as fases da campanha e em que ordem a vacina será distribuída? 


Todo esse pessoal será atendido de forma escalonada. A vacinação contra a gripe será dividida em três etapas, com datas recomendadas pelo Ministério da Saúde. Cidades e estados têm liberdade para fazer ajustes, de acordo com a situação local. 


A partir do dia 12 de abril: crianças, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores de saúde

A partir do dia 11 de maio: idosos com 60 anos ou mais e professores 

Do dia 9 de junho e até o 9 de julho: pessoas com comorbidades ou deficiências permanentes, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário, trabalhadores portuários, membros das forças de segurança e do exército, funcionários do sistema prisional, jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade 


Haverá ainda um Dia D — um sábado em que postos de saúde e vários outros locais (shoppings, parques, estações de metrô etc) aplicam a vacina da gripe, para turbinar a campanha de imunização. Essa data não foi estabelecida: o informe técnico afirma que estados e municípios têm liberdade para defini-la de acordo com seus critérios. 


E quem não faz parte do público-alvo? 


O governo prioriza certos grupos por uma questão financeira. Mas pessoas fora dessas turmas também se beneficiam da vacinação contra a gripe.  

Em um sistema sobrecarregado pela Covid-19, proteger-se do vírus Influenza evita idas desnecessárias ao hospital. Fora que essa doença pode ser letal.


 Se for possível, recomenda-se buscar a injeção em clínicas privadas. 


O que vai dentro da vacina? 


Todo ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) investiga quais são os tipos de vírus Influenza que estão circulando pelo mundo para definir as cepas que a vacina daquele período vai combater. É por isso que o imunizante precisa ser dado anualmente. 


São produzidas uma versão para o hemisfério Norte do planeta e outra para o Sul – onde está o Brasil. As cepas contempladas na vacina trivalente da gripe de 2021 do nosso país são: 


● A/Victoria/2570/2019 (H1N1) pdm09;

● A/Hong Kong/2671/2019 (H3N2);

● B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria) 


Esse é o imunizante disponível na rede pública. Já nas clínicas particulares, também dá para encontrar a vacina tetravalente. Além de resguardar contra as três cepas citadas acima, ele ainda evita a do tipo B/Phuket/3073/2013 (B/Phuket/3073/2013, tipo selvagem).


 A vacina tem contraindicações? 


As únicas pessoas que não devem recebê-la são bebês menores de 6 meses e indivíduos com histórico de choque anafilático após doses anteriores. 


Recomenda-se que quem estiver com uma infecção que cause febre, por mais leve que seja, espere-a passar para receber a injeção. Isso para que uma eventual febre baixa disparada pela vacina não seja confundida com a doença. 


Mas que fique claro: as doses não podem causar a gripe, porque são produzidas a partir de vírus inativados. Suas reações adversas, quando surgem, são leves e muito bem toleradas. 


Caso você tenha desenvolvido síndrome de Guillain-Barré até 30 dias depois da vacinação do ano passado, procure um médico para ele avaliar seu quadro e verificar se é melhor levar a picada ou não. 


Ah, e quem possui alergia a ovo pode ir ao posto de saúde normalmente. O Ministério da Saúde orienta apenas que, se sua reação alérgica for muito intensa a esse alimento, a administração ocorra em ambiente adequado para tratar possíveis manifestações alérgicas graves. 


Posso tomar a vacina se eu já peguei o coronavírus? 


Não existe nenhuma evidência de que o Sars-CoV-2 influencie na eficácia ou na segurança da vacina contra a gripe. Se você já se curou da Covid-19, pode se imunizar tranquilamente. 


Agora, o ideal é que pessoas que estejam infectadas com o coronavírus naquele momento (ou com suspeita) aguardem a recuperação clínica total — com pelo menos quatro semanas de distância do início dos sintomas — antes de buscar a dose contra o vírus Influenza. 


Isso para não haver confusão entre os sintomas da Covid-19 e alguma reação da vacina. E também para proteger pessoas que estão aplicando e recebendo as doses. 


Posso tomar a vacina da gripe junto com a da Covid-19? 


Devido à falta de estudos investigando os efeitos das interações entre os dois imunizantes, por ora o Ministério da Saúde sugere que não sejam aplicados simultaneamente. 


A orientação do governo é que, caso a data de receber as duas vacinas coincida, a do Sars-CoV-2 seja priorizada e o paciente agende o dia de receber a da gripe com um intervalo mínimo de duas semanas. Esse agendamento ficará por conta da gestão de cada cidade. 


Por outro lado, não há qualquer restrição em receber a vacina da gripe junto a outros imunizantes que não o da Covid-19. 


Quais os cuidados na hora de se vacinar 


Como estamos passando pela pandemia, não dá para se descuidar: não se esqueça da máscara, fique distante dos outros na fila e higienize as mãos constantemente. 


Em 2020, diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS) organizaram formas de vacinar a população com o mínimo de contato possível, através de um sistema drive-thru – a aplicação era feita dentro do carro do paciente – ou usando um local à parte, fora do posto de saúde. 


Neste ano, o Ministério da Saúde pediu às secretarias estaduais e municipais que disponibilizassem um sistema de agendamento de horários para evitar a formação de aglomerações. 


Outras formas de prevenir a gripe 


A vacina é a forma mais importante de se proteger. Entretanto, dá para reforçar essa defesa aderindo a algumas medidas: 


● Higienize as mãos com água e sabão ou álcool gel

● Cubra a boca e o nariz com o braço quando espirrar

● Não compartilhe objetos de uso pessoal

● Evite locais fechados e sem ventilação 

FONTE:https://saude.abril.com.br/medicina/vacina-da-gripe-o-que-muda-em-2021/

Nenhum comentário: