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A doença acomete mais de 15 milhões de brasileiros...
No Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hipertensão Arterial, datado em 26 de abril, segundo calendário do Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta sobre a necessidade da relação médico-paciente ser bem sucedida para que a adesão ao tratamento seja efetivada e proporcione o resultado esperado pelo profissional, com foco na qualidade de vida do indivíduo.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública muito frequente no Brasil e no mundo.
Com o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (PA≥140/90mmHg), a prevalência na população urbana adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo da cidade.
Recente publicação sobre a análise de prevalência da HAS no Brasil apontou para uma discreta redução nos últimos 30 anos, mas ainda apresenta uma alta taxa média de aproximadamente 30%.
A HAS é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC), por 25% das mortes por doença arterial coronariana (DAC) e, em combinação com o diabetes, por 50% dos casos de insuficiência renal terminal.
Verifica-se que a hipertensão é um problema de fácil diagnóstico e que não requer tecnologia sofisticada, podendo ser tratada e controlada com medidas não farmacológicas e medicamentos comuns ofertados adequadamente, a um baixo custo, com poucos efeitos colaterais, comprovadamente eficazes e de fácil aplicabilidade em atenção primária.
Embora se tenha demonstrado o potencial de redução da pressão arterial e seu impacto na redução de eventos cardiovasculares, através de mudanças no estilo de vida e no tratamento medicamentoso, observa-se de maneira geral números pouco promissores em relação ao reconhecimento destes hipertensos, seu tratamento e seu controle. Embora se observe um avanço nas últimas décadas, nos Estados Unidos, até os anos 2000, ainda permanecia percentual de reconhecimento da hipertensão de apenas 70%, de tratamento de 59% e de controle de 34%.
Estudos mais recentes mostram uma melhora nas proporções de reconhecimento e tratamento da hipertensão, provavelmente em razão da reorganização dos serviços.
Contudo os níveis de controle pressórico seguem baixos, constituindo ainda o maior desafio no cuidado aos hipertensos.
Para enfrentar o desafio de melhorar o cuidado de pacientes hipertensos, envolvendo seus pontos críticos, várias intervenções na atenção primária têm sido propostas e testadas. Estas intervenções podem ser dirigidas ao paciente, ao profissional ou a organização do sistema de saúde em si.
A relação médico-paciente deve ser sempre positiva e realizada da melhor forma possível para que o médico estabeleça uma relação de confiança e que se torne uma pessoa na qual o paciente se sinta acolhido e possa contar desde a primeira consulta, os problemas que possam ser reflexivos na saúde, além da evolução do tratamento e dificuldade de adesão da terapia indicada.
Para Trindade, dar voz ao paciente é um dos tópicos mais importantes durante a consulta. “Ouvir e decifrar o que há por trás de todo um problema de saúde que muitas vezes o paciente não consegue descrever é um dos princípios da Medicina de Família.
Muitos pacientes têm sintomas gerados por fatores econômicos e sociais que refletem diretamente na saúde, além de impactar na adesão e continuidade do tratamento, por isso estabelecer uma relação de confiança, conhecer a realidade daquela pessoa e estabelecer um protocolo de tratamento de acordo com o cotidiano dela é fundamental para controle de doenças como hipertensão”, explica.
Uma das ações válidas é a visita domiciliar, na qual o médico avalia os fatores de risco de cada indivíduo, além de possibilitar ao médico analisar as condições sociais, culturas e econômicas do paciente, adaptando o paciente a um tratamento que seja de maior adesão de acordo com a realidade vivida por ele.
Além da análise da interação medicamentosa de remédios para controle da hipertensão com outros prescritos por outras especialidades médicas como, por exemplo, para coração, depressão, entre outros, que pode evitar efeitos colaterais e adversos, que possam causar incomodo, desconforto e sintomas que possam levar ao abandono do tratamento proposto.
A não-adesão ao tratamento da hipertensão deve-se a vários fatores, entre eles, por ser de tempo prolongado e, pelo medicamento ser de alto custo, em alguns casos, por isso há a necessidade da análise da condição social do paciente.
Entre os motivos para o abandono do tratamento estão desconhecimento da importância da continuação do uso do medicamento, custo, medo dos efeitos da mistura com demais medicamentos e álcool. Portanto, cabe ao médico fazer uma análise sobre toda a vida do paciente para checar como a possibilidade de adesão, assim como descontinuidade do uso de medicamentos.
Os médicos de família, especialidade que atua na Estratégia da Saúde da Família, implementada pelo Ministério da Saúde em 1994, são capacitados para identificar, controlar e prevenir a hipertensão, além de evitar complicações.
A Estratégia da Saúde da Família também tem impacto positivo econômico, pois com o tratamento preventivo e detecção inicial de doenças, como a hipertensão, evita agravos que possam impactar em demandas emergências de pacientes como cirurgias cardíacas emergenciais, internações, entre outros.
Na Atenção Básica, o atendimento integral ao paciente hipertenso precisa levar em conta os diferentes aspectos da saúde dele. Considerada porta de entrada dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) com equipes formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, profissionais de saúde bucal e cirurgião-dentista.
Esse modelo de atendimento remete a integralidade com atendimento das necessidades reais de cada paciente e de uma comunidade como um todo.
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