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26/04/2017
Programa estadual faz 7 anos, com 8.593 mil transplantes de órgãos e tecidos
O Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro (PET-RJ) teve aumento em todos os indicadores de transplantes no primeiro trimestre deste ano.
Segundo dados divulgados hoje (26) pela Secretaria de Estado de Saúde, os transplantes de coração chegaram a cinco procedimentos em três meses, marca inédita e considerada histórica para o Rio.
Neste período, no ano passado, houve apenas um transplante de coração. Os transplantes de fígado e de rins também aumentaram: foram 66 e 100 procedimentos, respectivamente, de janeiro a março, contra 42 transplantes hepáticos e 82 renais no mesmo período de 2016.
“Foi maravilhoso”, disse à Agência Brasil o aposentado José Osmar, que era portador da doença de Chagas e não conseguia fazer sequer esforços simples, o que o impedia de participar, inclusive, da vida dos filhos. Quando recebeu um coração compatível, há quatro anos e oito meses, sua vida mudou. “Eu estava entre a vida e a morte e [o transplante] abriu caminho para eu ter oportunidade de viver de novo.”
José Osmar leva agora uma vida normal, pratica atividades físicas quase diariamente e tem até uma coleção de medalhas ganhas em corridas de rua. “Graças a Deus, não sinto nada”, disse. Hoje, aos 45 anos, ele se prepara para disputar a Meia Maratona do Rio de Janeiro, em agosto.
O Programa Estadual de Transplantes foi lançado no dia 26 de abril de 2010 e completa sete anos hoje acumulando 8.593 mil transplantes de órgãos e tecidos, disse o nefrologista Rodrigo Sarlo. “É um programa sólido. Ao longo desses anos, mais de 8,5 mil transplantes foram alcançados", ressaltou Sarlo, que é coordenador do PET. Entre as ações desenvolvidas no PET, o médico destacou programas de educação e de conforto e sensibilização junto às famílias, recrutamento e treinamento de profissionais, motivação da equipes, reestruturação física e ações específicas para determinados órgãos.
Córneas
Em transplantes de córnea, nos últimos dois anos, o PET bateu recorde, porque foi aproximado o contato entre centros transplantadores e pacientes. Além disso, uma equipe foi direcionada para trabalhar nessa área. Nos três primeiros meses deste ano, houve 153 transplantes de córnea antes os 113 ocorridos de janeiro a março de 2016.
O Programa Estadual de Transplantes tem parceria com outros estados e com universidades e instituições internacionais, destacou Sarlo. Segundo o nefrologista, também o programa Doe+Vida tem contribuído para o sucesso do PET. Desde 2015, as equipes da Coordenação Familiar promovem palestras de conscientização em empresas, instituições e diferentes entidades para debater o assunto.
No site www.doemaisvida.com.br, as pessoas podem se cadastrar como doadoras e compartilhar essa possibilidade com familiares e amigos.
A Secretaria de Saúde ressalta que, embora não seja um documento legal, porque somente parentes diretos podem autorizar a doação, o cadastro objetiva incentivar as famílias a discutir o assunto e compartilhar a vontade manifestada pela pessoa cadastrada de ser um doador.
Espera
Rodrigo Sarlo informou que o tempo de espera dos procedimentos também diminuiu. No caso dos transplantes de córnea, por exemplo, que tinham uma fila de espera de 10 anos, há cinco anos, o prazo hoje fica entre 1,5 ano e 1,7 ano. “Isso reflete um trabalho árduo, mas, ao mesmo tempo, eficiente”, disse. Há cinco anos, eram pouco mais de 100 transplantes de córnea anuais, e o PET fechou 2016 com 575 procedimentos. Para este ano, a projeção é superar 600 transplantes de córnea.
O secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr., diz que a conscientização da sociedade quanto à importância de abordar o assunto e autorizar a doação de órgãos em um momento difícil como o da perda de um ente querido, tem impacto direto nos transplantes. “É um ato de amor, totalmente altruísta, e permite uma nova chance para quem precisa de um procedimento como este para sobreviver.”
A fila de espera do PET reúne atualmente 2 mil pacientes para todos os tipos de transplante.
Segundo Rodrigo Sarlo, o número pode aumentar ou diminuir de acordo com o ritmo de doações de órgãos e também com o ritmo de inscrições.
No ano passado, o PET registrou taxa de doação em 13.8 PMP (por milhão de habitantes), número que subiu para 15.4 PMP no primeiro trimestre de 2017, alta de 12%.
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