EXAMES REDUZEM MORTES POR CÂNCER DE OVÁRIO

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19 de dezembro de 2015

DOENÇA É CONSIDERADA DIFÍCIL DE IDENTIFICAR PRECOCEMENTE

A realização de testes preliminares do câncer de ovário, processo chamado despistagem sistemática, poderia reduzir a mortalidade a longo prazo dessa doença, diz um estudo publicado na quinta-feira na revista médica britânica The Lancet. 

Esse tipo de câncer é raro, mas grave, e frequentemente é diagnosticado já em estágio avançado.

De acordo com o professor Ian Jacobs, da University College London, que liderou o estudo realizado com mais de 200 mil mulheres britânicas com idade entre 50 e 74 anos, “os resultados do estudo mostram uma redução da mortalidade atribuível à despistagem variando de 15% a 28%”.

Recrutadas entre 2001 e 2005, as pacientes foram acompanhadas até 2014 em 13 centros espalhados por todo o Reino Unido.

Metade delas se beneficiou de uma despistagem: pouco mais de 50 mil foram monitoradas por meio de ultrassonografia pélvica transvaginal anual, enquanto outras 50 mil foram submetidas a uma dosagem anual de um “marcador” específico do câncer de ovário chamado CA-125, além da ultrassonografia. As outras 100 mil mulheres não se beneficiaram de nenhum tipo de despistagem.

No final do acompanhamento, com uma duração média de dez anos, 1.282 mulheres tinham desenvolvido câncer de ovário, das quais 649 morreram. Comparando as mortes, os pesquisadores detectaram uma mortalidade um pouco mais baixa (variando de 11% a 15%) em mulheres que haviam passado pela despistagem.

Mas eles descobriram principalmente que uma detecção precoce do câncer graças aos exames permitiu reduzir a mortalidade “significativamente” a longo prazo em 28% dos casos, ao longo de sete anos de acompanhamento, contra apenas 8% antes de sete anos.

– Essa é a primeira evidência de que a despistagem pode reduzir as mortes por câncer de ovário – observa Ushah Menon, co-autor do estudo.


TUMOR É RESPONSÁVEL POR 150 MIL MORTES POR ANO NO MUNDO


Ushah Menon enfatizou que “a descoberta precoce do câncer é importante, dado o limitado progresso” feito no tratamento desse tipo de tumor nos últimos 30 anos.

Difícil de diagnosticar, porque geralmente provoca sintomas em um estágio avançado da doença, o câncer de ovário é o mais mortal dos cânceres ginecológicos. Além disso, os sintomas podem ser associados a outras patologias como fadiga, inchaço, dor abdominal ou dor pélvica.

O câncer de ovário é responsável por cerca de 150 mil mortes por ano em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os autores do estudo britânico insistem na necessidade de um acompanhamento a longo prazo e no desenvolvimento de testes mais sensíveis antes de decidir sobre o valor da despistagem na população em geral.

Em comentários anexados ao estudo, o pesquisador René Verheijen, da Holanda, elogiou os “resultados encorajadores” da pesquisa britânica, mas questionou o fato de que apenas 59% dos cânceres foram detectados pelo método de despistagem.

FONTE:http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a4933873.xml&template=3898.dwt&edition=28063

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