Esperança contra a distrofia muscular



12 de dezembro de 2009

Síndrome de Steinert afeta uma em cada 8 mil pessoas


Em uma substância utilizada para o tratamento de doenças relacionadas ao  sistema imunológico, como leishmaniose e pneumonia, está a esperança para  vítimas da distrofia muscular mitônica, também chamada de distrofia de Steinert.  O problema, genético, que afeta uma em cada 8 mil pessoas, dificulta o  relaxamento dos músculos depois de uma contração, e pode afetar órgãos como  coração e pulmões.


O pesquisador americano Andrew Berglund, da  Universidade de Oregon, descobriu, com sua equipe, que a pentamidina é capaz de  consertar o defeito no gene que provoca a doença. Em seu laboratório, o  professor do Instituto de Biologia Molecular testou 26 substâncias já aprovadas  pela Food and Drug Administration (FDA), o órgão de vigilância sanitária dos  Estados Unidos, em ratos modificados geneticamente – de forma que desenvolvessem  a distrofia. De todas, a pentamidina foi a que apresentou melhores  resultados.


Segundo Berglund, embora a pentamidina seja usada para tratar  pneumonia, não há correlação entre a doença e a distrofia de Steinert.


–  O único link entre as duas doenças é que ambas têm como origem um componente  ácido nucleico.


Ele também esclarece que a pesquisa concentrou-se apenas  na distrofia mitônica, o que significa que, para outros tipos, como a síndrome  de Duchenne, um possível tratamento à base de pentamidina não traria  efeitos.


No comentário que fez sobre o estudo para a revista Proceedings  of the National Academy of Sciences, onde a pesquisa foi publicada, o médico  Thomas A. Cooper, do Baylor College of Medicine de Houston, comemorou:  “Dezessete anos depois da identificação da mutação que causa a doença,  publicações como essa nos dão a perspectiva da descoberta de terapias  efetivas”.


O pesquisador da Universidade de Oregon conta que os estudos  não param por aí.


– Estamos no processo de elaborar substâncias  semelhantes à pentamidina, na esperança de identificar uma molécula que poderá  trazer resultados melhores que ela – diz Berglund.


Embora empolgado com  os resultados já obtidos, ele diz que a cura para a distrofia muscular ainda é  distante.

– Apesar de a nossa pesquisa e de outras serem promissoras,  acredito que ainda temos um longo caminho antes de descobrir a cura –  afirma.


Saiba  mais
> A síndrome de Steinert é mais frequente em jovens  adultos e pode ocorrer em qualquer idade, com diferentes graus de  severidade.
> Caracteriza-se principalmente por uma dificuldade no  relaxamento muscular após uma contração e está associada com alterações em  outros órgãos, incluindo olhos, coração, sistema endócrino, sistema nervoso  central e periférico, órgãos gastrointestinais, pele e ossos.
> O paciente costuma ter dificuldade para abrir as  mãos ao soltar um objeto depois de segurá-lo com firmeza. Pode também causar  fraqueza muscular.
> Os portadores podem apresentar quedas de pálpebras,  dificuldades para pronunciar palavras, catarata, calvície precoce e diabetes. A  ordem dos músculos afetados é face, pescoço, mãos, antebraço e pés.
> Arritmias cardíacas podem levar à morte.
Fonte: Fonte: Associação Brasileira de Distrofia Muscular  (Abdim)


FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2746157.xml&template=3898.dwt&edition=13707

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