CONHEÇA OS SINAIS DO VITILIGIO E QUAIS OS TRATAMENTOS DISPONÍVEIS PARA A DOENÇA

28/10/15, 10:37

Manchas brancas de diferentes tamanhos e formas, localizadas principalmente no rosto, mãos, pés, joelhos e cotovelos. Esse é o sinal mais claro do vitiligo, doença dermatológica benigna caracterizada pela perda da pigmentação natural da pele.

Os médicos ainda não sabem explicar ao certo o que causa o problema, mas a teoria mais aceita atualmente define a doença como autoimune. Uma disfunção no sistema imunológico faz com que as defesas do corpo ataquem os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, que dá cor à pele.

“Como não sabemos exatamente por que o vitiligo ocorre, tratar fica mais difícil”, explica Dr. Beni Moreinas Grinblat, dermatologista do Einstein. “A indicação da melhor terapêutica vai depender do comprometimento de cada paciente, do tamanho da lesão, se ela está estável ou não. A indicação vai depender dessa série de critérios”, ressalva Dr. Simão Cohen, dermatologista do mesmo hospital.

O vitiligo é benigno, não prejudica a saúde física do paciente e não é contagioso. Atinge 1% da população brasileira, afetando igualmente ambos os sexos, e pode aparecer em qualquer idade, mas geralmente dá sinais até os 30 ou 40 anos. Pode ser definido como localizado (quando atinge apenas uma região pequena), generalizado (quando abrange regiões extensas), segmentar (quando está em apenas um segmento) ou universal (quando mais de 75% da pele está coberta por manchas).

De acordo com os especialistas, os locais mais difíceis de serem tratados são as extremidades, como mãos e pés. E quanto antes iniciar o tratamento, melhor o prognóstico. É possível estacionar a evolução das manchas ou repigmentar a pele. Escolher o caminho ideal para o paciente é um desafio para os médicos por não ser possível prever qual a resposta de cada organismo e à grande variedade de tratamentos disponíveis.


Novos medicamentos

Entre os mais recentes tratamentos está o kellin, substância de uso tópico feita com base no extrato de uma planta chamada Ammi visnaga. Ele é aplicado na pele e a pessoa deve se expor ao sol ou à radiação ultravioleta do tipo A (UVA). O produto, porém, ainda não é vendido no Brasil e não há consenso em relação à eficácia. “Há poucos trabalhos científicos a respeito que dizem que o tratamento é eficaz”, afirma Dr. Beni.

Em outra frente, o uso de imunomoduladores – tacrolimus e pimecrolimus – vem ganhando espaço. Como o próprio nome já diz, esses medicamentos controlam as células do sistema autoimune.

Outra opção é a utilização de uma nova forma de fototerapia com radiação ultravioleta do tipo B (UVB), a chamada narrow band, ou banda estreita. O paciente entra em uma cabine e os raios UVB induzem a proliferação de melanócitos. “A vantagem com relação aos raios UVA é a redução de efeitos colaterais”, explica o Dr. Beni.

Há quase cinco anos, os dermatologistas passaram a usar também o excimer Laser, uma energia luminosa que funciona no mesmo comprimento de onda dos raios UVB e estimula a produção de melanina da pele. “Tem sido utilizado como auxílio principalmente nos casos que não respondem aos tratamentos convencionais. Mas são necessárias muitas aplicações, feitas semanalmente, e a pele só começa a responder depois de 10 a 15 aplicações”, explica Dr. Simão.

Além das novas opções que vêm sendo adotadas pelos especialistas no combate ao vitiligo, a busca por remédios cada vez mais eficazes movimenta a produção científica. Centenas de estudos em vários países do mundo estão em andamento. O mais recente parece ser a utilização do bimatoprosta, hoje encontrado em um colírio utilizado para tratar glaucoma. Segundo os estudos preliminares, a substância parece ser eficaz na repigmentação da pele, mas os médicos ressaltam que ainda são necessários mais estudos científicos para poder considerá-lo como opção de tratamento.


Fonte: Hospital Albert Einstein

EM 29 DE OUTUBRO, DIA MUNDIAL DA PSORÍASE, SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA FALA SOBRE OS ESTIGMAS E PRECONCEITOS DA DOENÇA

27/10/2015 

Cerca de 2% da população mundial tem Psoríase e sofre com o preconceito causado pela falta de informação sobre a doença. 

A Psoríase é uma doença crônica, sistêmica, inflamatória e não contagiosa que afeta principalmente a pele. 

Quem conta essa história no documentário são dois pacientes, Shirlei Pereira e Alexandre Ultramari, que têm longo histórico de convivência, dúvidas, sofrimentos e lembranças difíceis  sobre a doença.

Ambos relatam emocionados sobre todo o preconceito e a reclusão que já tiveram que enfrentar por causa da doença. Mas também contam sobre os avanços, o aprendizado, a força dos familiares e amigos e a gratidão pelos especialistas que ajudaram e ajudam na condução de todo o histórico médico e pessoal.
Psoríase tem importante impacto na qualidade de vida dos pacientes, tendo também evidências de que o prejuízo físico e mental causado por ela é comparável ou maior do que o experimentado por pacientes portadores de outras doenças crônicas, como câncer e depressão.  A doença requer atendimento por uma equipe multidisciplinar. No Brasil, os centros de referência para tratamento são escassos. 

No site www.psoriasetemtratamento.com.br é possível ter acesso a diversas informações e pesquisar sobre a doença.

Dados apurados pela Associação Psoríase Brasil através de pesquisas, enquetes e banco de dados com 2.108 pacientes voluntários mostram que os portadores da doença são vítimas constantes de preconceito e discriminação. De acordo com a pesquisa, mais de 37% dos psoriásicos já foram tratados com diferença em alguns ambientes e 48% mudaram hábitos de rotina para evitar constrangimentos. Nesse contexto, 81% tiveram autoestima e vaidade afetadas. Em 52% dos casos, a Psoríase interfere em seus relacionamentos interpessoais. A doença também interfere no tipo de roupa que essas pessoas utilizam (72%). Um total de 73% dos psoriásicos se sentem envergonhados com a doença.

O cenário evidencia a necessidade de inclusão de novas terapias, inclusive as de alta complexidade para aqueles pacientes que já passaram por todos os tratamentos convencionais e já não tem mais nenhuma opção. No levantamento realizado pela Associação descobriu-se que 64,7% dos pacientes realizam tratamentos tópicos*; 18,7% tratamentos sistêmicos**; 11% biológicos***; 3,1% fototerapia**** e 2,5% dois tratamentos (biológico + tópico ou sistêmico + tópico). Foi verificado que poucos estados do Brasil disponibilizam o tratamento por Fototerapia. Outra constatação foi que alguns medicamentos ficam em falta por longos períodos.  

Há seis anos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Associação Psoríase Brasil lutam junto ao Ministério da Saúde para demonstrar a necessidade de melhoria no tratamento da Psoríase. O pleito se dá pela liberação de medicamentos diferenciados para os portadores de Psoríase moderada a grave que sejam intolerantes, apresentem contra-indicação ou falha terapêutica aos medicamentos tradicionais disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Os medicamentos biológicos utilizados no tratamento da Psoríase já são liberados pelo SUS para tratamento de diversas outras doenças como a Artrite Reumatóide, e até mesmo para a Artrite Psoriásica, que caracteriza o comprometimento articular da própria psoríase.  

Entretanto, o paciente com psoríase apenas da pele, não tem os medicamentos biológicos fornecidos pelo SUS, mesmo que tenham a indicação clínica adequada.

Na maioria dos estados brasileiros, a medicação biológica só pode ser obtida para pacientes com psoríase através de medidas judiciais. Outro ponto a ser considerado – e que é defendido pela SBD - é que a porcentagem de medicação destinada a este tipo de paciente é pequena e pouco onera o Sistema.

Em maio de 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovou uma resolução que considera a Psoríase uma doença crônica, incapacitante, não transmissível, dolorosa, desfigurante e para a qual ainda não existe cura. O Brasil é signatário desta resolução e a SBD trabalha incansavelmente para a redução de danos e melhora da qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença.        

Dia Mundial de Conscientização da Psoríase 2015
 Para mobilizar, engajar e conscientizar a sociedade, cuidadores e pacientes sobre a Psoríase, a Sociedade Brasileira de Dermatologia lança a campanha “Um Toque de...Conhecimento, Inspiração e Informação, com exibição de documentário e mobilização nas redes sociais.

Esta ação é um desdobramento da “Declaração dos Direitos da Pele”, documento recém proposto pela Instituição que orienta sobre os direitos e deveres para uma pele saudável e a valorização do médico dermatologista associado à SBD.

Toda pele tem direito à saúde, à proteção e a um tratamento digno. Toda pele tem direito a um dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Glossário:

*Tratamentos tópicos – Aplicados diretamente sobre a pele

**Tratamentos sistêmicos - utilizados nas formas mais graves de Psoríase. Atuam no sistema imunológico (de defesa)

***Biológicos - Opção no tratamento da Psoríase assim como da Artrite Psoriásica . Os biológicos, tanto para Psoríase como para Artrite Psoriásica, ajudam a restaurar o equilíbrio do sistema imunológico

 **** Fototerapia – terapia de luz ultravioleta

FONTE:http://www.agoravale.com.br/noticias/Geral/em-29-de-outubro-dia-mundial-da-psoriase-sociedade-brasileira-de-dermatologia-fala-sobre-os-estigmas-e-preconceitos-da-doenca

OS ELEMENTOS DO SEU DIA A DIA QUE CAUSAM CANCÊR

28/10/2015 

Tabaco, fumo passivo, poluição, exposição excessiva ao sol, álcool e carne processada são substâncias causadoras de câncer, diz OMS...
À pedido da BBC Brasil, especialistas da OMS apontam substâncias e radiações que podem ser comuns nas nossas vidas e que comprovadamente causam a doença.


Na semana em que a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou linguiça, bacon, presunto e outras carnes processadas como substâncias causadoras de câncer, a BBC Brasil pediu à IARC (Agência Internacional de Pesquisa de Câncer), um dos braços da organização, para elaborar uma lista das substâncias cancerígenas, ou situações de risco, mais comumente presentes no dia a dia das pessoas.

"Não é que essas substâncias sejam altamente tóxicas por si só, mas elas são amplamente usadas nas nossas vidas e é por isso que precisamos estar atentos aos danos que causam", disse o porta-voz Nicolas Godin.

A boa notícia, segundo Godin, é que muitos fatores de vulnerabilidade podem ser evitados.
"Desenvolver a doença é, até certo ponto, também uma questão de estilo de vida", ressalta.

"Na prática, há dois grandes grupos de agentes cancerígenos, os que não podemos evitar e os que podemos. Basta fazer escolhas."

A OMS categoriza em quatro classes o perigo que substâncias ou situações representam à saúde.
É considerado "comprovadamente cancerígeno aos humanos" os 118 agentes contidos na categoria "1". Os 363 itens da categoria "2A" e "2B" são avaliados como "provável" e "possivelmente" cancerígenos. Itens do grupo "3" são "não classificáveis quanto a sua carcinogenicidade a humanos" e a categoria "4" só possui uma substância considerada "provavelmente não cancerígena aos humanos", o composto orgânico caprolactam.

Veja abaixo a lista das substâncias do grupo 1 mais comuns no nosso dia a dia, preparada pela IARC.

1) Tabaco

Tabaco chega a matar um em cada dois usuários da substância 

De acordo com estimativas da OMS, o tabaco mata até metade dos usuários da substância - que pode ser fumada ou mascada. A cada ano, mais de 5 milhões de pessoas morrem em decorrência do fumo.

"O cigarro é de longe o maior cancerígeno do mundo moderno. Imagine uma pessoa que fumou quatro cigarros ao dia ao longo de 40 anos? Não há como calcular. A toxidade disso é enorme", disse à BBC Brasil Christoph Rochlitz, chefe do departamento de oncologia do Hospital da Universidade da Basileia, na Suíça.


2) Fumo passivo

Estar ao lado de uma pessoa fumando pode ser tão mortal quanto fumar, segundo a OMS.
Dados estimam que o fumo passivo mata mais de 600 mil pessoas ao ano. Desse total, 28% são crianças. Em adultos, a exposição à fumaça do tabaco gera sérias doenças cardiorrespiratórias, além, de câncer de pulmão.

O fumo passivo é apontado como causa de morte súbita em bebês. Em mulheres grávidas, ele pode ter o efeito de causar nascimento de bebês com baixo peso.

3) Poluição

Homem faz exercício de máscara para se proteger da poluição em Pequim, na China

A poluição do ar é um problema de saúde pública que independe do estilo de vida dos indivíduos.

A qualidade do ar nas 1,6 mil cidades monitoradas pela OMS avança rumo à deterioração. Entre os 91 países estudados, os níveis de poluição apresentaram significante piora na última avaliação, divulgada em maio de 2014.

A organização estima que, em 2012, cerca de 3,7 milhões de pessoas com menos de 60 anos morreram em decorrência da exposição à poluição.

"É um fator externo que não se pode controlar e isso depende das políticas públicas ambientais de cada país infelizmente", avalia Rochlitz.

4) Exposição a raios ultravioleta

O sol se põe no Rio de Janeiro, visto do centro da cidade, após dia de forte calor na cidade 


Melanoma maligno é o tipo de câncer de pele mais letal resultante da exposição excessiva aos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.
É a principal causa de morte por câncer de pele. Evitar queimaduras solares, principalmente a superexposição repetida durante a infância, é recomendado.
Indivíduos de pele branca são mais suscetíveis à doença.
"Mas aí também vai da pessoa querer se proteger. A Austrália, que era campeã em incidência da doença, hoje já apresenta em alguns estudos índices menores de câncer de pele do que os países nórdicos da Europa. Isso se deve à tomada de consciência da população que passou a utilizar protetor solar e mudou seus hábitos", explica Rochlitz.


5) Fumaça de motores a diesel

Fumaça emitida por motores a diesel contêm nitroarenos, compostos resultantes da combustão incompleta do combustível 

A fumaça emitida por motores alimentados a diesel é considerada um agente cancerígeno categoria "1" desde a década de 80, por conter nitroarenos, compostos resultantes da combustão incompleta do combustível.
"Em termos de toxidade, estamos falando de um elemento muito danoso, mas não há como especificar o impacto específico dessa substância, porque as pessoas estão expostas a ela em ambiente abertos", diz Rochlitz.
Um estudo de 2012 em parceria do Instituto Nacional de Câncer e do Instituto Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho dos Estados Unidos constatou aumento no risco de mortes por câncer de pulmão entre mineiros que trabalhavam no subsolo expostos à fumaça de diesel.

6) Contato com químicos formaldeídos

O formaldeído é um químico bastante comum, amplamente utilizado na fabricação de resinas e presente em produtos como solvente de cola.
Trata-se de um gás oriundo da oxidação do metanol, mas também pode ser encontrado na forma líquida, o formol.
O principal risco vem da inalação, que pode resultar em câncer da região do nariz e da faringe, e em leucemia.
"Mas se você não está diretamente exposto ao produto por meio do seu ambiente de trabalho, não deveria se preocupar muito com isso. É uma causa de câncer, mas pode ser evitada", avalia Godin.
"É um risco ocupacional para pintores. Tintas são complexas e variam muito. Algumas são cancerígenas, mas não é possível apontar um único agente específico", pondera o pesquisador da IACR, Robert Baan.

7) Uso de hormônios progesterona e estrogênio em reposição hormonal, ou em pílulas anticoncepcionais

Alguns métodos anticoncepcionais aumentam risco de câncer

Tema de muita polêmica entre as mulheres, tratamentos de reposição hormonal e métodos anticoncepcionais são apontados como comprovados fatores do aumento de risco de câncer quando há uso de hormônios combinados.
Estudos da OMS de 2007 concluíram que o uso associado de progesterona e estrogênio em mulheres após a menopausa aumentavam as chances de desenvolver câncer de mama.
Pílulas contraceptivas contendo os dois ingredientes também são consideradas carcinogênicas da categoria "1". "Sim, é comprovado que a combinação desses hormônios é cancerígena", assinala Rochlitz.
A IARC faz a ressalva, porém, de que esses agentes servem para proteger contra câncer de ovário e da mucosa uterina.

8) Álcool

No mundo, 76,3  milhões sofrem de alcoolismo

"O álcool é uma substância que pode ser boa ou má, dependendo da quantidade e qualidade que você ingere", avalia Rochlitz.
Consta na lista IARC que álcool etanol e álcool metil presentes em bebidas alcoólicas são substâncias comprovadamente cancerígenas do tipo "1".
Rochlitz ressalta, porém, que o consumo moderado de vinho pode ajudar o sistema cardiovascular, segundo pesquisas recentes. Existem 2 bilhões de consumidores de álcool no mundo e, desse total, 76,3 milhões sofrem de alcoolismo, segundo números da OMS.

9) Carne processada

Salsicha e bacon, entre outros embutidos, foram classificados como produtos carcinogênicos pela OMS

Adicionado recentemente à lista das substâncias cancerígenas, a carne vermelha processada é amplamente consumida no mundo industrializado.
Bacon, linguiça e presunto fazem parte do café da manhã da maioria das famílias e abandonar esses ingredientes é a nova recomendação da OMS.
"Um aumento no consumo de 50 gramas ao dia de carne processada representa 18% a mais de chances de desenvolver câncer da região do colo e reto. Eu mesmo vou passar a moderar a dieta", exemplifica Rochlitz.

10) Exposição ao gás radônio

Pouco conhecido fora da tabela periódica, o radônio é um gás radioativo - resíduo da desintegração de rádio e tório presente em rochas - que sobe do solo à superfície. O gás em geral se dilui no ambiente, mas pode ter concentrações perigosas em ambientes fechados. Alguns materiais de construção também são fonte de radônio.

Ele é incolor, inodoro e é a principal causa específica de mortes por câncer de pulmão após o tabaco.
A epidemiologista Lene Veiga, do Conselho Nacional de Energia Nuclear, é a representante brasileira nos encontros da OMS sobre o assunto.

Ela explica que no Brasil ainda não há um levantamento específico sobre a extensão do problema, mas países desenvolvidos de clima temperado ─ onde as casas têm calefação e isolamento térmico ─ já buscam desenvolver políticas públicas.
"O gás está presente no material de construção. É um fator que não podemos controlar, mas precisamos entender. As pessoas estão expostas a isso inevitavelmente", conclui Veiga.
Salsicha e bacon, entre outros embutidos, foram classificados como produtos carcinogênicos pela OMS

CAMPANHA NOVEMBRO AZUL DA IMPORTÂNCIA DO EXAME PARA DETECTAR O CÂNCER DE PRÓSTATA

28/10/2015

Sete novos casos da doença surgem a cada hora...


Estudorealizado este ano pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) 1 apontou que 51% dos homens nunca consultaram um urologista. 

Doença mais prevalente nos homens, o câncer de próstata tem estimativa de 69 mil novos casos2 ao ano, ou seja, 7,8 novos casos a cada hora. 

A doença não tem prevenção, no entanto, seu diagnóstico precoce é essencial para o tratamento curativo. 

Hoje em dia, é possível até mesmo não retirar o tumor, quando ele é classificado de baixo risco, apenas acompanhar sua evolução, o que é chamado de vigilância ativa.

Para conscientizar a população da importância dos exames anuais a partir dos 50 anos, a Sociedade Brasileira de Urologia e o Instituto Lado a Lado pela Vida realizam o Novembro Azul. 

A campanha, idealizada pelo Instituto Lado a Lado Pela Vida, tem foco na conscientização do câncer de próstata no Brasil.

Ao longo do mês serão realizadas ações em todos os estados brasileiros, que contemplam a iluminação de pontos turísticos e monumentos, palestras informativas para leigos, intervenções em locais de grande circulação, além do VIII Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem, que será realizado no dia 17 de novembro – Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata – na Câmara dos Deputados, em Brasília. 

“Pessoas da raça negra e quem tem familiares de primeiro grau que tiveram a doença devem procurar um urologista para avaliar a necessidade de iniciar seus exames a partir dos 45 anos”, alerta o presidente da SBU, Carlos Corradi. O exame da próstata consiste no toque retal e na dosagem sérica do PSA no sangue. 

A realização de exames nessa faixa etária está relacionada à diminuição de cerca de 21% na mortalidade pela doença em estudos de grande porte e longo seguimento.

“O urologista é o profissional médico capaz de diagnosticar e tratar a doença. Por vezes, o auxílio do oncologista e do radioterapeuta é necessário. 

Na maioria dos casos iniciais, o paciente não tem sintomas e só a avaliação rotineira com o exame de PSA e o toque retal permitem estabelecer a suspeita e prosseguir na investigação”, afirma o diretor de Comunicação da SBU, Carlos Sacomani.

Novidades

Atualmente, ao descobrir-se o câncer de próstata, é possível avaliar sua agressividade. “Nos últimos anos, estudos de imagem realizados em biópsias dos tumores possibilitam individualizar a doença e determinar o melhor tratamento para aquele caso”, afirma Corradi. 

Ao ser classificado como de baixo risco, pode ser indicado o tratamento de vigilância ativa, metodologia baseada na observação da evolução do quadro sem intervenções terapêuticas quando o câncer é classificado como indolente e o paciente se enquadra em uma série de requisitos.

Até 2010, ao descobrir-se um câncer de próstata em estágio avançado, o tratamento era paliativo. A partir de então começaram a surgir diversos medicamentos que proporcionam sobrevida e uma melhor qualidade de vida ao paciente. 

“Recentemente chegaram ao Brasil quatro medicamentos que podem prolongar a vida em média de 4 a 6 meses cada um deles. Eles atuam retardando a progressão do tumor”, afirma o coordenador do Departamento de Uro-oncologia da SBU, Lucas Nogueira.

O objetivo do Novembro Azul, no entanto, é diagnosticar casos no início, quando as chances de curam beiram 90%.  

Fatores de risco:

Idade (cerca de 62% dos casos são de homens a partir dos 65 anos)

Histórico familiar

Raça (maior incidência entre os negros)

Alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, verduras, legumes e grãos

Sedentarismo

Obesidade 

Sintomas (só aparecem nos casos avançados):

Vontade de urinar com urgência

Dificuldade para urinar

Levantar-se várias vezes à noite para ir ao banheiro

Dor óssea

Queda do estado geral

Insuficiência renal

Dores fortes no corpo 

1 Estudo realizado em parceria com a Bayer com 3.200 homens, com mais de 35 anos, em oito cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Curitiba) em julho de 2015.

2 Estimativas para o câncer de próstata 2014 do Instituto Nacional do Câncer (Inca)

Sobre a Sociedade Brasileira de Urologia

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é uma associação científica sem fins lucrativos, representativa dos médicos brasileiros especializados em urologia, especialidade clínica e cirúrgica responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento das enfermidades do sistema urinário de ambos os sexos e do sistema genital masculino. Realiza campanhas anuais de conscientização do câncer de próstata desde 2004. O urologista é o médico responsável pelo exame da próstata.

A SBU congrega cerca de 5 mil profissionais. Site: www.sbu.org.br/publico 

CÉLULAS-TRONCO PARA TRATAR O DIABETE TIPO 1

13/10/2015

Equipe da Universidade de São Paulo (USP) cria método inovador que frearia a doença.


No diabete tipo 1, o sistema imunológico, que deveria proteger o corpo, passa a investir contra o pâncreas, prejudicando, assim, a produção de insulina. 

Atingida pelo fogo amigo, a glândula deixa de produzir esse hormônio que coloca a glicose para dentro das células do organismo — aí, ela fica sobrando nos vasos, onde causa estragos diversos.

Para cessar a agressão ao pâncreas, um grupo da USP Ribeirão Preto conseguiu “desligar” o sistema imunológico de 23 pacientes quando ele mal havia começado suas ofensivas contra o órgão — ou seja, até seis semanas após o diagnóstico do diabete tipo 1. 

Primeiro, os médicos estimularam a medula óssea dos diabéticos a produzir células-tronco capazes de originar novas células imunológicas. Depois, os pacientes passaram por sessões de quimioterapia pesada para acabar com as células de defesa problemáticas. 

Finalmente, aquelas células-tronco foram reinjetadas nos participantes, que tinham entre 12 e 31 anos. Com um sistema imune novinho em folha e sem vocação para a autossabotagem, o pâncreas logo voltou a fabricar insulina. 

A experiência foi um sucesso — tanto que grande parte dos sujeitos submetidos à técnica reduziram drasticamente as doses de insulina que precisavam tomar diariamente. Alguns até ficaram livres das injeções. 

O método arrojado deu esperança aos indivíduos acometidos pela diabete tipo 1 e, por isso, ganhou a categoria Saúde e Prevenção do Prêmio SAÚDE 2008. Este ano, a premiação reconhecerá pela décima vez os maiores projetos ligados à saúde brasileira. E você pode ajudar a escolher os vencedores. 

Conheça os finalistas e faça suas escolhas no mdemulher.abril.com.br/saude/saude-e-vital/vote-no-premio-saude-2015

FAMOSOS QUE SOFREM DE DOENÇAS CRÔNICAS

TERÇA, 13 DE OUTUBRO DE 2015

Muitos famosos aparentam ter vidas perfeitas, mas, por trás do aspeto irrepreensível, estão problemas iguais aos de todos nós.

As doenças não discriminam e podem afetar-nos a todos.

Surpreenda-se com as doenças de que sofrem algumas celebridades.

Atrás da aparência perfeita, muitos famosos sofrem de doenças de crónicas.



Alec Baldwin
O ator sofre de Doença de Lyme. Esta doença é uma infeção bacteriana que se transmite pela picada de um inseto.  

Bono
O vocalista dos U2 sofre de glaucoma há 20 anos.

Catherine Zeta-Jones
A atriz é bipolar.

Cher
A cantora foi diagnosticada em 1991 com Encefalomielite Miálgica ou Síndrome de Fadiga Crónica. Esta doença afeta o cérebro, os sistemas gastrointestinal,imunitário e cardíaco.

Halle Berry
Aos 22 anos, a atriz foi diagnosticada com diabetes.

Hugh Jackman
O ator já teve cancro da pele três vezes.

Jack Osbourne
O filho de Ozzy Osbourne anunciou em 2012 que tem esclerose múltipla.

Jon Hamm
O ator sofre de vitiligo. Esta doença é caracterizada pela perda de pigmentação em algumas zonas da pele. Jon confessou, “Tenho vitiligo. É provocada pelo stress, aparece e desaparece. Antes de 'Mad Men' não tinha.”

Kathleen Turner
A atriz sofre de artrite reumatoide. Quando um médico lhe disse que ia passar o resto da vida numa cadeira de rodas, despediu-o imediatamente.

Kim Kardashian

Embora pareça perfeita, Kim Kardashian não o é. A socialite sofre de psoríase.

Kristen Johnston
A atriz tem Lupus Mielite, que é uma doença neurológica causada pela inflamação da espinal medula.


Lil Wayne
O rapper tem epilepsia. Chegou a estar hospitalizado durante uma semana depois de sofrer três convulsões consecutivas.

Michael J. Fox
Todos nos lembramos do ator anunciar há uns anos atrás que sofre de Parkinson.

Michael Phelps
O nadador olímpico foi diagnosticado aos 9 anos com Défice de Atenção e Hiperatividade.

Miley Cyrus
Em 2009, Miley Cyrus revelou que sofre de taquicardia, um problema cardíaco que provoca o aceleramento do batimento do coração. Miley afirmou que "o tipo de tarquicardia que eu tenho não é perigoso. Não me vai fazer mal, mas assusta-me. Não há momento nenhum em que esteja em palco que não pense no meu coração".

Morgan Freeman
Em 2013, o ator revelou que sofre de fibromialgia. Um dos sintomas que Morgan Freeman sente é uma dor excruciante no braço.

Pamela Anderson
A atriz e modelo sofre de hepatite C. Trata-se uma doença infecciosa que afeta, principalmente, o fígado.
Pamela Anderson, de 48 anos, confessou, "só me restam mais 10 anos, 15 anos, se tiver sorte, o que é triste e assustador. Mas ultimamente tenho vindo a sentir-me muito bem. Por algum motivo, o meu fígado está a ficar mais saudável".

Paula Deen
A famosa cozinheira sofreu de depressão e agorafobia durante 20 anos.
Casou aos 18, foi mãe aos 19 e aos 23 ficou orfã e sofreu de uma grave depressão. Desde aí, o seu refúgio foi a cozinha.

Prince
O cantor sofre de epilepsia e tem convulsões desde criança. “Os meus pais não sabiam o que fazer nem como lidar com a situação, mas faziam o melhor que podiam com o pouco que tinham”, revela Prince.

Sarah Hyland
A atriz de 'Modern Family' sofre de doença renal desde criança. Em 2012 fez um transplante do rim. Quem lhe doou um rim foi o seu pai.

Tom Hanks
O ator sofre de diabetes tipo II desde os 36 anos.

Toni Braxton
Com 15 anos de idade foi diagnosticado Lúpus à cantora. O seu tio morreu também de Lúpus.

DIAGNÓSTICO PRECOCE PODE EVITAR PROBLEMAS PROVOCADOS PELA ARTRITE REUMATOIDE

11/10/2015

Estima-se que dois milhões de brasileiros são afetados por essa doença crônica que causa dor, inchaço e rigidez nas articulações.


Curitiba – Dor, inchaço e rigidez nas articulações. Atenção aos sintomas clássicos da artrite reumatoide (AR), porque apenas o diagnóstico precoce pode evitar as deformidades dessa doença crônica e inflamatória que compromete as articulações e pode causar problemas articulares e desgaste ósseo, incapacitando os pacientes de executar tarefas simples. 

E não é uma doença de idosos, um dos mitos relacionados à artrite reumatoide. A idade média em que os brasileiros recebem o diagnóstico da doença progressiva é aos 39 anos, auge da vida produtiva. Segundo Rina Giorgi, diretora do Serviço de Reumatologia do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo, epidemiologicamente, antes dos 50 anos a doença atinge três mulheres para cada homem.

Nos últimos anos, a abordagem da artrite reumatoide passou por uma revolução. Essa se deve não só à chegada de medicamentos, mas também a uma mudança de estratégia. A tendência é o chamado treat to target, em que o alvo é a remissão da doença, já que ainda não existe cura. “E para isso o grande problema não é remédio, esse está na rede pública. O problema é o acesso ao médico para o diagnóstico. Mas ele custa a chegar ao reumatologista e, até lá, fica passando por vários médicos”, lamenta Rina. Ainda é muito comum que a população, em caso de dor, procure o ortopedista, sendo que as dores músculo-esqueléticas, relacionadas aos músculos e articulações podem ser da área de atuação da reumatologia.

Pesquisa da Pfizer em 13 países, incluindo o Brasil, em que foram ouvidos 3.649 pacientes pelo Instituto Nielsen no Brasil, revela que mesmo para os já diagnosticados é um desafio obter informações corretas sobre a doença. O levantamento faz parte de uma iniciativa internacional, chamada de RA NarRAtive (Rheumatoid Arthritis), parceria de um painel global de médicos e organizações de pacientes.

Os dados, divulgados às vésperas do Dia Mundial da Conscientização da Artrite Reumatoide, celebrado amanhã, 12 de outubro, alertam sobre as consequências do diagnóstico e adesão ao tratamento tardios. “Quanto mais cedo for diagnosticado, mais rapidamente o paciente poderá ser tratado, diminuindo a atividade da doença, prevenindo danos irreversíveis, aliviando a dor e melhorando sua qualidade de vida”, explica Rina Giorgi.

O público feminino representou 67% dos entrevistados, dos quais 37% tinham entre 18 e 44 anos; 32% tinham entre 45 e 54 anos; 21%, entre 55 e 64 anos; e 11%, 65 anos ou mais. Vinte por cento dos pacientes brasileiros relataram ter AR grave. Tendo em vista a complexidade da doença, 95% relataram alguma preocupação ligada à patologia, principalmente quanto ao impacto sobre a qualidade de vida e à extensão dos danos provocados nas articulações. A maioria dos pacientes (55%) reclama do estigma decorrente da doença, que também acaba interferindo na vida profissional. Isso porque, segundo a pesquisa, o medo de sofrer discriminação desestimulou 19% a procurar emprego. Outros 22% não buscam apoio emocional na família e 17% evitam se socializar com parentes e amigos.

TRATAMENTO 

Um dos aspectos avaliados na pesquisa foi a adesão ao tratamento. Quase 60% dos pacientes o definem como bem-sucedido quando o inchaço e a inflamação nas articulações diminuem. Setenta e nove por cento gostariam de tomar menos remédios e 67% desejam dispor de mais opções. Além disso, sete em cada 10 desejam mudar algo nos remédios existentes. As principais alterações se referem à eficácia no alívio dos sintomas (29%), ao número de eventos adversos (24%) e à frequência para tomar o medicamento (25%). Segundo Rina Giorgi, há hoje quatro classes de medicamentos para artrite reumatoide, as chamadas drogas modificadoras do curso da doença reumática, também conhecidas como DMARD, que controlam o processo inflamatório. Essas podem ser sintéticas, sintéticas alvo-específicas, biológicas e biossimilares.

As drogas alvo-específicas orais são uma classe nova. O citrato de tofacitinibe está disponível no Brasil há poucos meses. Administrado por via oral, o medicamento tem um mecanismo inovador, inibindo uma proteína importante nos processos inflamatórios característicos da enfermidade. Além disso, é o primeiro tratamento oral, não biológico, do tipo DMARD. A droga é indicada para pacientes adultos com AR de moderada a grave que tiveram intolerância ou não responderam de forma adequada às terapias realizadas com outros DMARDs, sintéticos ou biológicos. Hoje, estima-se que pelo menos 30% dos pacientes com AR estejam nessa condição.

Segundo Lícia Mota, presidente do Comitê de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), do Serviço de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), o tratamento deve começar nos primeiros meses ou mesmo semanas de manifestação da doença para que seja possível prevenir as sequelas, depois irreversíveis. “Se o paciente chegasse ao reumatologista precocemente, conseguiríamos fazer o diagnóstico e logo tratar, mas ele muitas vezes automedica a dor e o inchaço nas juntas com corticoides e anti-inflamatórios. Ele não muda o curso de evolução da doença, a dor nem passa, e ele perde a janela de oportunidade que é iniciar o tratamento em até 12 semanas”, lamenta. A maior parte das deformidades vem exatamente nos primeiros anos da doença.

Onde ocorre

Temporomandibular
Pescoço
Ombro
Cotovelos
Punhos e mãos
Quadris
Joelhos
Tornozelos
Pés

Definição

A AR é uma doença autoimune, multifatorial e sistêmica. Há uma predisposição genética envolvida, alguns genes relacionados já foram identificados, e pessoas doentes na família têm uma chance maior de também desenvolver. O evento biológico específico que dá início à disfunção ainda é desconhecido.

Como ocorre

O processo de inflamação causado pela artrite reumatoide decorre de uma disfunção do sistema imunológico, que passa a atacar as articulações dos pacientes. Há também um agente desencadeador no ambiente. Vírus e bactérias, estresse e tabagismo são alguns deles. Evitar o fumo é, inclusive, a única medida preventiva conhecida. Fatores hormonais também estão relacionados, motivo pelo qual a doença é bem mais comum em mulheres. As causas ainda não estão bem esclarecidas, mas a principal manifestação da doença é a sinovite, uma inflamação da membrana sinovial que envolve as articulações. Mas a AR pode acometer também pele, olho, pulmão, rim.

Consequências

Interrupção das atividades diárias (higiene pessoal e trabalho)
Interrupção das funções de lazer
Perda da capacidade funcional
Tratamento

O tratamento é feito À base de:

Analgésicos
Corticosteroides
Drogas antirreumáticas
Anti-inflamatórios não hormonais
Anti-inflamatórios hormonais

Sintomas

Rigidez matinal
Dores e inchaço nas articulações, como:
Dedos das mãos e pés
Entre os dedos e a palma das mãos
Punhos
Cotovelos
Ombros
Quadris
Tornozelos

Em alguns casos:

Pequenos caroços (nódulos reumatoides)
Uveíte (nos olhos)
Pneumonite
Neuropatias
Cansaço
Febre
Fibrose intersticial
Secura vaginal
Boca e olhos secos

ARTRITE REUMATOIDE É DIAGNOSTICADA GERALMENTE AOS 39 ANOS, DIZ PESQUISA

8/10/2015

Normalmente  associada  a  idosos,  a doença  pode  atingir  também  jovens  e  crianças...


A idade média em que os brasileiros detectam que estão sofrendo de artrite reumatoide é 39 anos, no auge da vida produtiva, revela pesquisa internacional divulgada hoje (8) no 32º Congresso Brasileiro de Reumatologia. 

Embora esse resultado ajude a desmistificar a doença, geralmente associada a pessoas idosas, a identificação precoce da artrite reumatoide ainda é um desafio para a medicina, já que ela também pode atingir jovens e crianças.

Realizada pelo Instituto Nielsen para a Pfizer, a pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros que relatam ter a doença são mulheres (67% do total dos entrevistados), das quais 37% têm entre 18 e 44 anos, ou seja, são jovens. A pesquisa ouviu 3.649 pessoas, de setembro do ano passado a janeiro deste ano, em 13 países: Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, França, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Turquia e Argentina. No Brasil, foram ouvidas 324 pessoas.

“Os números trazem preocupação, porque sabemos que esta é a realidade. Eles são uma constatação desses fatos. Sabemos que nem todo mundo tem acesso [ao médico reumatologista]. 

É comum que pacientes cheguem ao reumatologista cinco anos depois, e vemos que o desastre já está feito”, disse a médica Rina Giorgi, diretora do Serviço de Reumatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e membro da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Segundo Rina, o grande problema relacionado à doença é, de fato, o acesso do paciente ao médico. “O problema não é a medicação, que está disponível na rede pública. O problema é ter acesso ao médico ou ao reumatologista. A prevenção da doença é o diagnóstico precoce e o acesso rápido ao médico”, afirmou.

Como o diagnóstico costuma sair no auge da vida produtiva, é frequente que o paciente passe por perdas profissionais importantes, como ter o horário de trabalho reduzido ou pedir aposentadoria precocemente. Do total de brasileiros ouvidos, 35% disseram que a doença abalou sua vida profissional, 14% aposentaram-se precocemente e 17% contaram que tiveram que pedir demissão.

A pesquisa revelou também que um a cada cinco brasileiros ouvidos na pesquisa tem artrite reumatoide grave. Quase metade (46%) dos pacientes que responderam à consulta disseram que evitam fazer perguntas ao médico porque temem ser vistos como pacientes “difíceis”. Além disso, oito a cada dez pacientes não se mostram confortáveis em expor seus receios e preocupações aos médicos.

A maioria dos pesquisados brasileiros (59%) revelou ainda que teve que parar de desempenhar alguma atividade com o surgimento dos sintomas.

Segundo a médica Rina Giorgi, a artrite reumatoide impacta principalmente “o doente que não se trata”, já que hoje, com o tratamento feito assim que sai o diagnóstico, a pessoa pode desenvolver diversas atividades e até trabalhar. “O paciente que aderiu ao tratamento pode trabalhar”, disse Rina.

Comorbidade

A presença de comorbidade ( quando há o diagnóstico de uma segunda doença no mesmo indivíduo) é comum no paciente com artrite reumatoide. Entre os brasileiros, 26% disseram ter outra doença inflamatória, 22% tinham distúrbios cardíacos e 22% eram diabéticos. A doença também levou 44% dos pacientes a sofrer de ansiedade e 33%, de depressão.

Quanto ao tratamento, 64% dos brasileiros entrevistados disseram usar algum tipo de medicação, 60% praticam exercícios e 49% seguem dieta.

A artrite reumatoide é uma doença crônica, inflamatória e sem cura, que atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil. A doença compromete as articulações e pode causar rigidez ou deformidade articular, tornando difícil para o paciente desenvolver atividades simples, como segurar um copo ou escovar os dentes.

Doença costuma atingir primeiro as articulações das  mãos  e  punhos  

Normalmente, a artrite reumatoide atinge primeiro as articulações das mãos e dos punhos, mas a evolução do quadro pode causar deformidades maiores, alcançando articulações mais centrais como cotovelos, ombros, tornozelos, quadris e joelhos e até comprometer a estrutura das articulações como ossos, tendões, ligamentos e músculos.

De acordo com Rina Giorgi, as pessoas que sentem dores na junta ou que apresentam inchaço persistente na articulação por mais de quatro semanas devem procurar um médico, de preferência um reumatologista. E devem evitar tomar remédio por conta própria, acrescentou a médica.