03/12/201
Viver com Esclerose Múltipla é o tema principal do IX Congresso
Nacional da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), que se
realiza no dia 8 de Dezembro, a partir das 9:30, no Auditório da
Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, como forma de
comemoração do Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, assinalado
a 4 de Dezembro. Segundo Manuela Duarte Neves, directora da SPEM,
“viver com esta doença em Portugal é, cada vez mais, um desafio porque
se assiste de novo a mais uma tentativa de regressão no tratamento dos
doentes em alguns dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”,
avança comunicado de imprensa.
“Existem no mercado seis medicamentos aprovados para a primeira linha de tratamento para a Esclerose Múltipla. No entanto, em cada vez mais hospitais do SNS está a privar-se um número considerável de doentes da medicação adequada, sem se atender às concretas prescrições dos médicos neurologistas assistentes. As razões apontadas são de política economicista relacionada com a aquisição do medicamento”, justifica a dirigente.
Assim, o tratamento da Esclerose Múltipla será o assunto das intervenções de médicos especialistas na manhã do Congresso, para esclarecer os doentes sobre qual o estado da arte na terapêutica para a patologia e quais as perspectivas futuras. Um tratamento adequado poderá evitar a progressão da doença até ao estado de incapacidade e inactividade em que se encontram 55,6% das pessoas que sofrem de Esclerose Múltipla em Portugal, a grande maioria devido a reformas compulsivas, segundo números apurados pelo estudo de empregabilidade realizado pela SPEM (acessível em www.spem.org). Dos indivíduos inactivos, 41,5% foi despedido ou reformou-se antecipadamente, 33,2% desistiu por falta de capacidade para trabalhar e 15,7% atingiu o limite de tempo de baixa por doença. É importante lembrar que esta patologia atinge sobretudo as mulheres (dos 5 mil doentes diagnosticados em Portugal, 3.500 são mulheres), pelo que os temas da tarde deste IX Congresso serão a sexualidade e a maternidade na Esclerose Múltipla. Este público-alvo das comunicações deriva do facto de o diagnóstico ser feito maioritariamente a jovens adultos, entre os 20 e os 40 anos, em plena idade produtiva e de constituição de família. Marina Caldas, jornalista de saúde, moderará este painel que incluirá, além das apresentações dos médicos especialistas, testemunhos de um casal e de uma recente mãe, cujas experiências retratam na primeira pessoa a vivência com a Esclerose Múltipla.
A sessão de abertura do Congresso ficará a cargo de José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos, e Ana Jorge, ex-ministra da Saúde, fará uma intervenção sobre o panorama actual do acesso aos cuidados de saúde.
A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas via formulário online: http://goo.gl/vkmJ1. É possível almoçar na Cantina da Faculdade, por marcação. Mais informações em www.spem.org ou telefone 218 650 480.
Nenhum comentário:
Postar um comentário