POR MAIORES REPASSES,MÉDICOS PARAM DE ATENDER 4ª

08 de outubro de 2012

A partir desta quarta-feira, médicos e hospitais de pelo menos 16 Estados brasileiros vão paralisar o atendimento eletivo dos planos de saúde. Mas a Associação Médica Brasileira (AMB) garante que as consultas serão reagendadas e os casos de urgência e emergência serão atendidos normalmente. As associações estaduais definirão quantos dias ficarão paralisadas, mas a mobilização segue até o dia 25 de outubro.

O secretário de Saúde Suplementar da Federação Nacional dos Médicos, Márcio Bichara, alega que nos últimos 11 anos, o reajuste cobrado pelas operadoras dos planos de saúde dos usuários foi de 150%, mas o aumento nos repasses aos profissionais foi de apenas 50% no mesmo período. As entidades médicas reivindicam que o valor pago pelos planos de saúde aos médicos pela consulta passe de R$ 40 para R$ 80.

"O reajuste cobrado dos nossos pacientes não está sendo repassado para os médicos, engrossando o lucro das operadoras de plano de saúde. A receita das operadoras cresce, em média, 14% ao ano. A crítica que a gente faz é que o honorário médico já representou 40% dos gastos das operadoras em 2000, hoje é entre 14% e 18%. Defasou muito e ficamos com honorários aquém da própria necessidade de médico de consultório", afirmou.

Em alguns Estados, os médicos cobrarão os procedimentos e consultas diretamente do paciente, mesmo que ele seja usuário de plano de saúde. O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá, afirma que, nestes casos, os pacientes receberão um recibo para pedir reembolso ao plano de saúde - que devolve apenas o valor normalmente pago pela operadora ao médico, em vez do valor integral da consulta.

"Os planos de saúde não credenciam mais serviços e médicos por contenção de custos. Quanto mais médico e mais hospital credenciado, mais dinheiro gasto. Esse mercado não atrai mais o médico, que está saindo do atendimento dos planos, e a situação vai piorar. A cada ano, há um aumento de 5% no número de usuários dos planos, enquanto o número de prestadores médicos não aumenta", argumentou. 

Confira quais os planos afetados nos Estados:Estado - Planos Alvo - Período

Acre - Todas as operadoras - 10 a 17 de outubro
Alagoas - Assembleia em 08/10 para decidir sobre paralisação
Amapá - Não haverá paralisação
Amazonas - Todas as operadoras - 15 de outubro
Bahia - Hapvida, Amil/Medial, SulAmérica, Cassi, Petrobras, Geap e Golden Cross - 10 a 19 de outubro
Ceará - Não haverá paralisação
Distrito Federal - Não haverá paralisação
Espírito Santo - Assembleia em 08/10
Goiás - Amil, Cassi, Capesesp, Fassincra, Geap, Imas e Promed - 17 a 19 de outubro
Maranhão - Unimed, Unihosp, Hapvida, Conmed, Saúde Bradesco, Multiclinica e Geap - 10 a 24 de outubro
Mato Grosso - Grupo Unidas - 11 de outubro
Mato Grosso do Sul - Todas as operadoras - 10 a 17 de outubro
Minas Gerais - Todas as operadoras - 10 a 18 de outubro
Pará - Não haverá paralisação
Paraíba - Assembleia em 10/10
Paraná - Todas as operadoras - 10 a 25 de outubro
Pernambuco - Saúde Bradesco, SulAmérica, Itaú Unibanco, Allianz, AGF, AIG e Hapvida - 16 a 19 de outubro
Piauí - Todas as operadoras - 10 a 14 de outubro
Rio de Janeiro - Assembleia em 10/10
Rio Grande do Norte - Todas as operadoras -10 de outubro
Rio Grande do Sul - Cabergs, Saúde Caixa, Geap, Centro Clínico Gaúcho, DoctorClin e SulAmérica - 15 a 17 de outubro
Rondônia - Todas as operadoras - 15 a 17 de outubro
Roraima- Não haverá paralisação
Santa Catarina - Agemed, planos de saúde regionais e todos os planos do grupo Unidas - 15 a 19 de outubro
São Paulo - Golden Cross, Green Line, Intermédica, Itálica, Metrópole, Prevent Sênior, Santa Amália, São Cristóvão, Seisa, Tempo Assist (Gama Saúde e Unibanco), Trasmontano e Universal - 10 a 18 de outubro
Sergipe - Assembleia em 08/10
Tocantins - Assembleia em 08/10

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