REVISTA PUBLICA ESTUDO SOBRE MUTAÇÃO DA GRIPE AVIÁRIA QUE GEROU POLÊMICA ENTRE CIENTISTAS

03/05/2012 


Especialistas contrários à publicação manifestaram preocupação com uma possível pandemia.


Um controverso estudo sobre uma mutação do vírus da gripe aviária criada em laboratório foi publicado nessa quarta-feira pela revista científica britânica Nature. A revista também divulgou um relatório de uma agência de biossegurança favorável à publicação da pesquisa, que gerou polêmica entre cientistas há alguns meses.

Cientistas do Wisconsin, chefiados por Yoshihiro Kawaoka, introduziram uma mutação por meio de um gene chave do vírus H5N1 e usaram o vírus da gripe H1N1, que provocou uma pandemia em 2009, para criar um "híbrido H5/H1".Seis furões foram infectados com o vírus mutante e estes transmitiram o vírus a outros furões pelo ar, mas nenhum deles morreu.

Especialistas se opuseram previamente à publicação destes estudos por temor de que a informação acabasse em "mãos erradas" e desencadeasse uma pandemia mortal de gripe entre humanos.

No fim de março, um painel não governamental de especialistas científicos e de segurança nos Estados Unidos havia dado luz verde para a publicação completa dos estudos sobre a gripe das aves mutante, revertendo a decisão anterior de omitir detalhes chave da pesquisa. O Conselho Assessor Nacional Científico de Biossegurança (NSABB) ainda considerou que "a compreensão das mutações específicas pode melhorar a vigilância internacional e a saúde pública e a segurança".

Além de publicar o estudo na íntegra, a Nature também publicou o artigo de uma agência de biossegurança no qual afirma que os benefícios da publicação superam os riscos de um uso mal-intencionado da informação divulgada. 

Estima-se que a gripe aviária seja responsável pela morte de mais da metade das pessoas que infecta, o que faz dela uma doença muito mais letal do que as cepas típicas do vírus da gripe sazonal. Segundo a Organização Mundial da Saúde, houve 573 casos de gripe das aves H5N1 em humanos em 15 países desde 2003, com 58,6% de casos fatais.

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