TEM APRESENTA QUEIXA CONTRA HOSPITAL DE BRAGA

12 Janeiro 2012



Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM) apresentou uma queixa aos provedores de justiça nacional e europeia contra o Hospital de Braga pelo facto desta unidade prescrever apenas um medicamento para a Esclerose Múltipla.


Unidade prescrever apenas um medicamento para a Esclerose Múltipla.



A associação recorda que para o tratamento de Esclerose Múltipla  "existem actualmente oito principais medicamentos Imunomoduladores, de 1ª linha"  e que até há pouco tempo os doentes "usufruíam de medicação prescrita pelo  médico assistente, adequada à especificidade, estádio e evolução da doença".  

Desde Agosto do ano passado que o hospital de Braga "alterou a política de fornecimento  de medicação", obrigando a que a prescrição médica a novos doentes incidisse  "apenas e só sobre um único medicamento": o 'Betaferon'.    

"Só em casos muito especiais, devidamente justificados, o médico poderá  receitar um outro medicamento (Copaxone)", o que para a associação significa  "ignorar as especificidades clínicas de cada doente".   

Se os doentes medicados até Agosto "continuam com os fármacos anteriormente  receitados", os novos pacientes não têm a mesma sorte: "Actualmente, estima-se  que a incidência anual no Hospital de Braga, registe 15 a 20 novos doentes  de Esclerose Múltipla".   

"A TEM considera que esta escolha única, para além de não ser uma decisão  médica, mas sim administrativa, tem graves implicações e sérias desvantagens  e contra indicações na vida dos doentes", pode ler-se na queixa enviada aos provedores.  

A associação denuncia ainda o facto de o Hospital de Braga estar a atrasar-se na entrega da primeira medicação aos novos doentes e de, desde Outubro de  2009, se verificarem "frequentes" problemas com a entrega da medicação na farmácia hospitalar: "os doentes não recebem a sua caixa de medicação completa,  devido à distribuição do seu conteúdo por vários doentes".    

Para a TEM, esta prática poderá ter "consequências gravíssimas", como  a troca de medicação, além de gerar "grande transtorno para a vida dos doentes e seus familiares", porque têm de se deslocar várias vezes às farmácias.  

A TEM decidiu, por isso, recorrer aos provedores de justiça nacional e  europeu para que intervenha "junto dos organismos e entidades responsáveis no sentido de deliberar o imediato desbloqueamento da situação, enquanto factor determinante para a defesa da saúde e protecção destes doentes crónicos, retomando, assim, a prestação de um tratamento de qualidade para os doentes  e de prestígio do serviço nacional de saúde".    

De acordo com o Hospital de Braga, "a terapêutica é naturalmente modificada em função da eficácia do tratamento e da tolerância do doente ao medicamento, razão  pela qual existem doentes a quem são prescritos outros fármacos".  


Um comentário:

André Ponce da Silva disse...

Outro absurdo,como pode isso?