SAIBA MAIS SOBRE A INFLUÊNCIA,TAMBÉM CONHECIDA COMO GAGUEIRA

17/01/2012


Colin Firth interpretou no cinema o Rei George VI, que pediu ajuda ao fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush) para superar a gagueira.


Rei George VI, que inspirou o filme "O Discurso do Rei", ilustra superação do problema, que não tem cura definitiva.

 
A disfluência, mais conhecida como gagueira, é entendida como uma dificuldade do cérebro na temporalização e automatização dos movimentos da fala. Ela pode ser causada por múltiplos fatores, entre eles o genético — o gene responsável pela gagueira pode ou não se manifestar, dependendo da interação com os fatores social e psicológico a que a pessoa é exposta — e o orgânico, no caso de lesões cerebrais.

De acordo com a fonoaudióloga Sabrina Möller Martinho, a gagueira pode aumentar em momentos de tensão. Isso acontece inclusive com pessoas fluentes, que em uma situação de estresse, como falar em público, com um superior ou sobre um conteúdo que não domina, podem apresentar algumas disfluências.

Não há cura para a gagueira, no sentido de eliminar o caráter genético ou orgânico envolvido, mas há tratamentos com bons resultados e reduções significativas das rupturas da fala. No filme O Discurso do Rei, George VI teve sucesso em seu discurso, porém não é curado da gagueira — exemplifica Sabrina.

Existem diferentes linhas de tratamento para a disfluência, visando à diminuição dos seus sintomas, como repetições, prolongamentos, pausas, bloqueios, entre outros. Por ser um distúrbio de fala, o tratamento adequado é o fonoaudiológico.

Sabrina reforça que as pessoas devem esperar quem gagueja terminar de falar e não completar as palavras ou frases do interlocutor. Um aparelho comercializado no Brasil desde 2008, pode ajudar no tratamento. Usando o mecanismo do retorno auditivo alterado, por meio do atraso auditivo (delay) e da alteração da frequência da voz, o aparelho gera uma segunda voz e simula o efeito coro, um fenômeno natural que reduz a gagueira. Ao contrário do que se pensa, ele é usado na orelha e não na garganta ou na boca.

É uma opção em situações agravantes, como reuniões e apresentações em público — descreve a fonoaudióloga.

Mito ou verdade?

:: A gagueira é contagiosa.

Mito. A gagueira não "pega" pela convivência. Não é preciso ter receio de conversar ou interagir com pessoas que gaguejam. As causas da disfluência são genéticas ou orgânicas.

:: Gago que canta não gagueja.

Verdade. As pessoas com gagueira não costumam gaguejar durante o canto porque ele é processado no cérebro de forma diferente da fala espontânea, autoexpressiva. No canto, há pistas externas como ritmo, melodia e uma letra que já existe, fatores que auxiliam o cérebro e favorecem a fluência. 

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