NOVOS CASOS DE HANSENÍASE CAEM 15% EM UM ANO NO PAÍS

26/01/2012


Doença atinge pele e nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz.

O tratamento da doença, que tem cura, é gratuito e pode ser realizado em qualquer unidade de saúde do SUS.



O Brasil registrou uma queda de 15% no índice de novos casos de hanseníase entre 2010 e 2011. Entre menores de 15 anos, este percentual baixou 11%. Os dados preliminares mostram que, no ano passado, 30.298 novos casos foram detectados, o que corresponde a 15,88 ocorrências por 100 mil habitantes. Destes, 2.192 foram registrados em menores de 15 anos. Em 2010, o número geral foi de 18,22 por 100 mil habitantes, correspondendo a 34.894 novos casos da doença no país, sendo 2.461 na população menor de 15 anos.

Estamos obtendo um avanço sustentado no combate à hanseníase. Queremos ampliar esse esforço para obter a eliminação da doença como problema de saúde pública no país — afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Ele explica que a meta do Plano de Eliminação da Hanseníase, estabelecido no ano passado, é reduzir para um o número de casos da doença para cada grupo de 10 mil habitantes até 2015. Além disso, o SUS trabalha para diminuir em 26,9% o índice em menores de 15 anos, aumentar o percentual de cura (90% dos casos novos) e examinar 80% dos contatos intradomiciliares dos novos casos da doença.

O alcance das metas prevê um esforço conjunto para a interrupção da cadeia de transmissão da endemia, com ações de vigilância em saúde e atenção aos pacientes — explica Barbosa.

O secretário reforça que o Ministério da Saúde tem incentivado a mobilização dos municípios prioritários. Ao todo, 97% deles - o que corresponde a 245 municípios - receberão recursos adicionais, que somam R$ 16 milhões. A previsão é que estes recursos comecem a ser liberados ainda neste mês. Em contrapartida, as secretarias municipais de saúde devem desenvolver ações como busca ativa de casos novos, tratamento e acompanhamento de portadores da doença, prevenção de incapacidades e reabilitação e vigilância dos contatos no domicílio dos pacientes. A estratégia está inserida no programa do governo federal Brasil Sem Miséria.

— É fundamental que todos os municípios brasileiros ofereçam o serviço de diagnóstico, tratamento e atenção integral às pessoas acometidas pela hanseníase. No último ano, conseguimos um aumento de 290 unidades de saúde aptas a oferecer assistência a portadores da doença, passando de 9.155 para 9.445 unidades — garante o secretário.


A doença

A hanseníase é uma doença infecciosa e atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. Ao perceber algum sinal, é importante que a pessoa com suspeita da doença não se automedique e procure imediatamente um serviço de saúde mais próximo.

É preciso observar manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo. Também é importante ficar atento às áreas da pele que não coçam, mas que causam a sensação de formigamento e ficam dormentes com diminuição ou ausência de dor, da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.


Tratamento

Todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. A doença pode causar incapacidades físicas, evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Gratuito e eficaz, o tratamento pode durar de seis a 12 meses.

Os medicamentos devem ser tomados todos os dias em casa e uma vez por mês no serviço de saúde. Exercícios para prevenir as incapacidades físicas, além de orientações da equipe de saúde, também fazem parte do tratamento.

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