MINISTÉRIO DA SAÚDE INVESTE R$ 150 MILHÕES NA INCLUSÃO DE DUAS NOVAS VACINAS PARA CRIANÇAS

18/01/2012


Gotinhas continuarão sendo usadas em campanhas nacionais.


Vacina pentavalente e injetável contra pólio serão introduzidas no calendário básico a partir do segundo semestre.

 A partir do segundo semestre deste ano, a vacina injetável contra pólio, feita com vírus inativado, e a vacina pentavalente — contra difteria, tétano, coqueluche, influenza tipo B e hepatite B — passam a integrar o Calendário Básico de Vacinação da Criança, do Ministério da Saúde. Ao todo, o investimento nas novas vacinas chega a R$ 150 milhões. As mudanças no calendário foram anunciadas pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, em Brasília.

O secretário esclareceu que a vacina injetável contra poliomielite não substitui a gotinha, já conhecida dos brasileiros.

Embora já esteja erradicada no Brasil há 22 anos, a poliomielite ainda tem transmissão endêmica em países da África e da Ásia. A substituição completa da vacina oral pela injetada só poderá ser feita quando a doença for erradicada em todo o mundo — disse Barbosa.

Enquanto isso, serão usadas as duas formas da vacina contra poliomielite, de maneira combinada. Na primeira etapa da campanha de vacinação, marcada para 16 de junho, todas as crianças menores de cinco anos vão receber duas doses da gotinha.

Só a vacina oral gera o chamado "efeito rebanho", que é um termo técnico da epidemiologia para dizer que quando se vacina milhões de crianças ao mesmo tempo se protege também as que não foram vacinadas, porque se produz um efeito no ambiente — explicou.

Na segunda etapa, em agosto, serão introduzidas modificações. Ao invés de um dia, será realizada uma semana de vacinação, de 18 a 24 de agosto. Nessa ocasião, serão revisadas as carteiras de vacinação das crianças e atualizadas as vacinas. É quando será feita a imunização contra poliomielite com a vacina injetada, bem como a inclusão da vacina pentavalente no calendário da criança.

Produção nacional
A vacina pentavalente será produzida em parceria com os laboratórios Fiocruz/Bio-Manguinhos e Instituto Butantan. As crianças serão vacinadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade. Com o novo esquema, além da pentavalente, a criança manterá os dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano, coqueluche). O primeiro, a partir dos 12 meses, e o segundo reforço, entre quatro e seis anos. Os recém-nascidos continuam a receber a primeira dose da vacina contra hepatite B nas primeiras 12 horas de vida para prevenir a transmissão vertical.

Dentro de quatro anos, o Ministério da Saúde pretende transformar a pentavalente em heptavalente, com a inclusão das vacinas inativada contra poliomielite e meningite C.

As vacinas combinadas possuem vários benefícios, entre eles o fato de reunir, em apenas uma injeção, vários componentes imunobiológicos. Além disso, os pais ou responsáveis precisarão ir menos aos postos de vacinação, o que poderá resultar em uma maior cobertura vacinal — observou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também presente na coletiva.

A vacina heptavalente será desenvolvida em parceria com laboratórios o Ministério da Saúde, a Fiocruz/Bio-Manguinhos, o Instituto Butantan, e Fundação Ezequiel Dias. A tecnologia envolvida é resultado de um acordo de transferência entre o Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz, e o laboratório Sanofi.

Com a implantação da pentavalente, o governo estima que haverá uma economia de R$ 700 mil ao ano, devido à redução no preço da vacina, além da diminuição do custo de operacionalização — transporte, armazenamento, seringas e agulhas. No decorrer deste ano, o Ministério da Saúde irá adquirir 8,8 milhões de doses da pentavalente, a um custo de R$ 91 milhões. Também serão adquiridas outras 8 milhões de doses da Vacina Inativada Poliomielite, ao custo de R$ 40 milhões. Para a manutenção de estoque estratégico, já foram compradas, em dezembro do ano passado, 3 milhões de doses da VIP, por R$ 15 milhões.

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