OMBRO SEM DOR

17 de dezembro de 2011


Prótese reversa é alternativa para recuperar movimentos articulares.

Uma das articulações mais complexas do corpo humano, o ombro inspira cuidados durante toda a vida. Mas é depois dos 60 anos que os danos nessa região do corpo costumam aparecer, causando dores insuportáveis. Não raro, idosos acabam sendo submetidos a cirurgias para recuperar lesões. E é aí que entra um novo procedimento que vem sendo difundido com sucesso entre os ortopedistas: a prótese reversa de ombro, que promete recuperar com mais eficácia os movimentos perdidos e viabiliza a realização de atividades cotidianas.

Com recuperação que leva de quatro a seis semanas com imobilização, e posteriormente, reabilitação fisioterápica, a técnica vem sendo aplicada pelo grupo de cirurgia de ombro da Complexo Hospitalar Santa Casa. De acordo com o ortopedista e traumatologista Fernando Carlos Mothes, cerca de 200 pacientes procuram a instituição a cada mês com sintomas de dores nos ombros. Esta também é a terceira queixa mais frequente nos consultórios de ortopedia, ficando atrás apenas da dor lombar e da dor no joelho, respectivamente.

– A diferença é que esta prótese inverte o princípio biomecânico do funcionamento do ombro – acrescenta Mothes.

Com o aumento da expectativa de vida da população, as lesões de ombro se tornam bem mais prevalentes, como lesões degenerativas, de tendão e artroses. Isso se deve ao fato de que os tendões do manguito rotador (tendões internos do ombro) enfraquecem com o tempo e se rompem, gerando dor e limitação dos movimentos. E estas lesões, quando não tratadas, tendem a progredir. Um quadro considerado grave é quando, além da ruptura, muitas vezes irreparável, existe artrose na articulação (desgaste da cartilagem).

Na opinião de Fábio Matsumoto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo, essa enfermidade é como se o paciente estivesse com o braço amarrado junto ao corpo, tamanha a perda dos movimentos.

– Até pouco tempo atrás, a artropatia era um problema tratado com medidas paliativas, como analgésicos, infiltrações e fisioterapia. O cenário mudou após o desenvolvimento de uma prótese especial de ombro, a prótese reversa, já liberada pela Angência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – completa.

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