III FÓRUM NACIONAL DE MEDICAMENTOS NO BRASIL

25/11/2011
 
Evento aponta soluções para o fortalecimento da indústria. 

A necessidade do fortalecimento do complexo industrial da saúde e a produção de remédios com menor custo foram unanimidade entre os conferencistas e os participantes do III Fórum Nacional de Medicamentos no Brasil. O evento ocorrido no dia 24 de novembro (quinta-feira), lotou o auditório do Interlegis, em Brasília. Os remédios biológicos e biossimilares também ganharam espaço no debate, por serem conceitos muito novos tanto para a indústria quanto para os consumidores. O senador Eduardo Suplicy abriu o Fórum destacando a importância da tecnologia de ponta para o fortalecimento da indústria brasileira. 
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As Parcerias Público-Privadas (PPPs) são um exemplo do que pode ser feito para construir uma política industrial forte, visto que a premissa mais importante das PPPs é a transferência de tecnologia. Dados do Ministério da Saúde mostram que o parque produtivo nacional conta com 25 laboratórios públicos que atuam em parceria com empresas privadas nacionais e estrangeiras. O investimento saltou de R$ 8,8 milhões no ano 2000 para R$ 52,4 milhões em 2011. Outro exemplo vem da indústria de genéricos. No Brasil, 90% dos genéricos consumidos são desenvolvidos e produzidos localmente, o que agrega valor e também desenvolve o mercado de trabalho regional. “Desde a implantação dos genéricos, em fevereiro do ano 2000, o Brasil já economizou R$ 20 bilhões”, afirmou o coordenador técnico da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Genéricos (Pró-genéricos), Luciano Lobo. 

O fortalecimento da indústria foi apontado como meta prioritária pelo representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alexandre Lopes. “O Plano Brasil Maior traz uma nova política industrial lançada nesse ano pelo governo federal, que vai ampliar o investimento fixo de 18,4 para 22,4% do PIB no desenvolvimento da indústria nacional. O complexo da saúde já vinha sendo trabalhado e vamos aprimorar com foco em inovação e em tecnologia”. 

Um novo conceito tecnológico que veio somar-se ao desenvolvimento da indústria nacional são os chamados remédios biológicos - produzido por biossíntese em células vivas, e não sintéticas. “Os biofármacos representam o maior desenvolvimento da indústria e apresentam soluções eficazes para doenças como câncer, artrite e Esclerose Múltipla, por exemplo”, pontuou a diretora da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Vera Valente. 

O presidente do Instituto Butantan e professor da Faculdade de Medicina da USP, Jorge Kalil, complementa que “o que precisamos são cérebros, gente capacitada e fixada nas instituições, nas faculdades e na indústria. Há um grande crescimento na pesquisa científica sem que isso se transforme em patentes e produtos no Brasil”. 

A desoneração da carga tributária foi abordada pelo deputado federal José Antonio Reguffe que salientou “a União perderia apenas 0,11% do valor de arrecadação tributária se isentasse os remédios de imposto”. 

A terceira edição do Fórum Nacional de Medicamentos ainda teve a participação de palestrantes do Ministério da Saúde: Clarice Petramale, da Comissão de Incorporação de Tecnologia, e Kellen Rezende, coordenadora de Base Química e Biotecnologia; e do assessor da presidência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ricardo Ferreira Borges. A mediação ficou a cargo do diretor do Hospital Universitário de Brasília, Armando Raggio. 

O debate foi promovido pelo Instituto Ação Responsável em parceria com a Íntegra Brasil, com patrocínio da MSD, Cristália, Sanofi e Medley. 

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