ALIMENTOS PROIBIDOS,DOENÇA CELIACA

08 de outubro de 2011


Ter reações à ingestão de comidas comuns no cardápio, como pães e leite, é mais comum do que você imagina.

 

 O namorado convida para jantar fora, a turma para o chope no fim de tarde e a família para a clássica macarronada no final de semana. Quem convive com reações adversas a algum ou mais tipos de alimento é desafiado a driblar, a vida inteira, ingredientes proibidos na dieta, algo que requer muita disciplina e organização.

Representadas por qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, as reações adversas podem ser classificadas como tóxicas e não tóxicas. As reações tóxicas dependem mais da substância ingerida, como por exemplo toxinas bacterianas presentes em alimentos contaminados, que podem causar uma gastroenterite ou das propriedades farmacológicas de determinadas substâncias presentes em alimentos, como a cafeína no café, que podem causar insônia ou taquicardia. Já as reações não tóxicas podem ser classificadas em não imunológicas (intolerância alimentar) ou imunológicas (alergia alimentar e doença celíaca).

Viver desviando de glúten, leite, lactose, crustáceos, castanhas, entre outros tantos itens bastante presentes no nosso dia a dia, não é nada fácil, mas acredite, já foi bem mais complicado. Em razão do aumento no número de pessoas com esses sintomas no mundo, graças a diagnósticos corretos, avanços tecnológicos, entre outros fatores, o mercado está adaptando dar uma resposta positiva a este público.

– Eu não vou a uma pizzaria há anos – comemora a advogada Carolina Job Brose, intolerante à glúten e à lactose e vice-presidente da Associação dos Celíacos do Brasil – Rio Grande do Sul (Acelbra), que congrega 2 mil cadastrados no Estado, se referindo a uma pizzaria de Porto Alegre que oferece massa na versão sem glúten, desde que o pedido seja feito um dia antes.

Diagnosticada aos três anos com doença celíaca (patologia que afeta o intestino delgado de adultos e crianças que consomem alimentos que contenham glúten), Carolina comemora muitos desses avanços junto a Acelbra. O principal deles é a lei que obriga os fabricantes de alimentos a discriminarem nas suas embalagens se os alimento “Contém Glúten” ou “Não contém Glúten”.

Conforme o alergologista Giovanni Di Gesu, diretor da Associação Brasileira de Alergia e imunopatologia da regional do Rio Grande do Sul (Asbai-RS), a prevalência de reações adversas a alimentos tem aumentado de maneira significativa nas últimas décadas.

– O estilo de vida moderna, com uma maior exposição a alérgenos ambientais e poluentes, a interrupção do aleitamento materno e a introdução precoce de alimentos sólidos são alguns dos fatores associados ao aumento da prevalência das doenças alérgicas – explica o médico.

Outro dado alarmante vem de um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Umea, na Suécia, e da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. O material, publicado no mês de julho deste ano no periódico científico PloS One, aponta que a doença celíaca é responsável pela morte de cerca de 42 mil crianças todos os anos – a maioria na África e na Ásia.

 

 

 

 

Genes podem estar associados à doença celíaca

   

 

CLIQUEM NO LINK ABAIXO PRA MELHOR ENTENDER:

http://www.clicrbs.com.br/pdf/12197420.pdf

 

 

 Outra pesquisa, publicada recentemente na revista científica Nature Genetics, identifica novos genes associados à doença celíaca. Os cientistas acreditam que seus resultados possam acelerar o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos para a doença, bem como de tratamento. Salvo algumas exceções, quem se enquadra nesse perfil acaba convivendo com as reações a vida toda.

– De maneira geral, o tratamento é realizar testes diagnósticos e parar imediatamente de consumir aqueles alimentos que definitivamente lhe fazem mal – alerta o alergista e chefe do serviço de Imunologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luiz Fernando Jobim.

Segundo Jobim, está havendo um exagero por parte de alguns médicos no diagnóstico equivocado de intolerâncias alimentares, alergias e má absorção intestinal:

– As pessoas chegam no consultório do médico em busca de uma resposta imediata para os seus problemas, exagerando em suas queixas. Por outro lado, são pouco investigados e acabam com o rótulo de alguma doença, quando na verdade podem estar somente com sintomas de estresse da vida corrida que levam.

Carolina Brose está acostumada a viver com a rotina de quem precisa cuidar até se o óleo usado para fritar a batata-frita foi “contaminado” com algum tipo de alimento “proibido” para celíacos, como farinha de trigo. A mudança de hábito é mais complicada para quem foi diagnosticado na fase adulta, ainda que a descoberta seja uma libertação.

– Eu dormia com um balde do lado da cama. Foi como nascer de novo – conta, aliviada, a professora Kenya Freitas Junqueira, sobre as crises de vômito que tinha quase diariamente.


Fique por dentro

LUIS FERNANDO JOBIM, alergista

De maneira geral, o tratamento é parar imediatamente de consumir aqueles alimentos que lhe fazem mal.

FONTE:http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a3517844.xml&template=3898.dwt&edition=18110

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