VIRÚS ONCOLITICOS ATACAM CÉLULAS-TRONCO CANCERIGINAS NO PÂNCREAS



2011-05-16 | 11:44



Uma investigação realizada no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York (EUA), mostrou a eficácia dos vírus oncolíticos, em especial no combate ao cancro do pâncreas. Esse tipo de vírus infecta rapidamente e mata as células-tronco cancerígenas, oferecendo uma nova possibilidade de tratamento para tumores resistentes à quimioterapia convencional e à radioterapia. As descobertas são especialmente importantes já que o cancro pancreático tem um prognóstico mau, sendo difícil de detectar e tratar em estágios precoces, avança o portal ISaúde.

Cientistas liderados pela investigadora cirúrgica Joyce Wong, do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, investigaram a possibilidade de usar vírus oncolíticos, microrganismos geneticamente modificados para expressar genes de monitorização, como uma possível terapia contra células-tronco cancerígenas no pâncreas. Os resultados do estudo indicam que estas células-tronco provocam o reaparecimento da doença e a metástase, mesmo depois do tratamento, e que estes vírus podem oferecer uma nova estratégia de tratamento.

"O que aprendemos é que os vírus oncolíticos foram projectados para atacar selectivamente as células cancerígenas e para ter um perfil de baixa toxicidade em estudos com animais. Atacar a célula-tronco cancerígena pode ampliar a nossa capacidade de erradicar tumores e de prevenir a recorrência da doença", explicou Wong.

Embora muita investigação tem sido realizada sobre como isolar as células-tronco cancerígenas de vários cancros hematológicos, esta pesquisa baseou-se na presença ou na ausência de certos marcadores na superfície celular. Diversos mecanismos de resistência dos tumores a quimioterapia e radioterapia também foram examinados. Mas, até hoje, não houve qualquer estudo a avaliar se os vírus geneticamente modificados poderiam atacar e matar células-tronco do cancro pancreático.

Os investigadores tentaram determinar se os vírus que continham um gene marcador que expressa a proteína verde fluorescente poderiam infectar as células-tronco do cancro pancreático e, finalmente, matá-las. Os resultados foram promissores e documentaram que a actividade viral estava correlacionada com a expressão da proteína verde fluorescente.

Wong ressalta que outros estudos são necessários para determinar se a administração do vírus oncolítico in vivo ajudará a erradicar tumores e a prevenir a recorrência. Embora os resultados iniciais sejam encorajadores, ela defende a necessidade de uma investigação mais aprofundada para verificar se os vírus oncolíticos serão clinicamente úteis para uma terapia.

 


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