TREMOR OCULAR PODE ESCONDER DOENÇAS

Matéria publicada em 14/05/11



Esclerose múltipla, catarata e labirintite podem estar associadas ao movimento involuntário dos olhos.

Uso de lentes de contatos e óculos com prismas estão entre as opções para amenizar os tremores.

O tremor ocular involuntário, rítmico, oscilatório e repetitivo, chamado de nistagmo, tem a importante missão de chamar a atenção para problemas oftalmológicos e neurológicos.
"O nistagmo é um movimento involuntário dos olhos, geralmente de um lado para outro, que dificulta drasticamente a formação das imagens e leva a uma baixa visual intensa", explica o oftalmologista Mario Jampaulo, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).
Segundo ele, esses movimentos também podem ser verticais ou circulares e surgir isoladamente ou associados a doenças como esclerose múltipla, catarata e labirintite.

Estima-se que este tremor ocular afete uma a cada mil pessoas. Em geral, o nistagmo provoca incapacidade de fixar imagens e uma significativa baixa visual, especialmente para a visão a distância. Esta disfunção pode ser congênita ou adquirida.

O oftalmologista lembra que o nistagmo congênito difere do iniciado na fase adulta. Na infância, o tremor pode ter causas relacionadas a um defeito do olho ou na relação de comunicação entre o olho e o cérebro. O problema pode ser hereditário e associado à catarata, doenças na retina, ou albinismo e é percebido com frequência em pacientes com síndrome de Down.

"O nistagmo adquirido pode ser um sintoma de esclerose múltipla ou estar associado a uma lesão neurológica aguda, trauma ocular intenso, labirintites, desordens na mácula (região central da retina responsável pela formação da imagem), dentre outras doenças", completa.




Tratamento
A doença pode ser controlada, de acordo com o especialista, com artifícios que minimizam a frequência dos tremores e melhoraram a qualidade de vida dos pacientes, principalmente nas crianças. Não há cura. "Na infância há mais facilidade de adaptação do que na fase adulta. Portanto, é importante um apoio educacional para ajudar no processo de focalização de imagens e para promover um bom condicionamento visual. Nesses casos, é imprescindível que a criança tenha os mesmo recursos daqueles que têm visão subnormal desde o material didático, computadores com letras aumentadas, lupas e ampliadores", orienta Jampaulo.

Os recursos para o tratamento do nistagmo são a ortóptica (oclusão alternada), uso de óculos com prismas para corrigir o mau posicionamento da cabeça e a troca dos óculos por lentes de contato. Há ainda o tratamento à base de medicamentos que inibem os tremores e o procedimento cirúrgico sobre os músculos dos olhos em busca de melhoria da acuidade visual. "Atualmente, existem estudos que avaliam a influência da toxina botulínica nesses músculos com a intenção de diminuir o ritmo dos tremores", comenta.

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