INVESTIGADORES DO IMM DESENVOLVEM MEDICAMENTO NA ÁREA DAS DEFESAS IMUNOLÓGICAS

19/05/2011 - 14:02

 

Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) vão desenvolver um medicamento na área das defesas imunológicas e da inflamação, a pedido de uma biofarmacêutica multinacional, numa colaboração pioneira em Portugal entre universidades e o mundo empresarial, avança a agência Lusa.

A biofarmacêutica belga UCB e a empresa de biotecnologia portuguesa TechnoPhage assinam hoje um protocolo que alia três áreas do mundo da ciência: a básica, através dos investigadores do IMM, a aplicada, TechnoPhage, e a clínica, UCB.

De acordo com o investigador do IMM e professor da Faculdade de Farmácia de Lisboa, João Gonçalves, a TechnoPhage contactou o grupo de investigação que lidera no instituto para ajudar a empresa “no desenvolvimento de um medicamento anti-corpo, financiado pela UCB”.

“Nós iremos fazer uma grande parte do desenvolvimento desse medicamento, na área da inflamação e da auto-imunidade”, disse à Lusa João Gonçalves, lembrando que esta é uma área “importante e com uma necessidade imensa de novos anti-corpos e de novos fármacos”.

O papel da equipa do IMM “é encontrar o melhor medicamento, a melhor proteína, que depois será desenvolvido pela TechnoPhage em parceria com a UCB”.

A doença que irá beneficiar da descoberta ainda não está estabelecida.

“No início do desenvolvimento dos medicamentos ainda não sabemos bem qual será a sua indicação terapêutica, mas será na área das defesas imunológicas e da inflamação, tipo artrite reumatóide e Esclerose Múltipla”, explicou o investigador.

João Gonçalves considera os benefícios deste protocolo “muito grandes” para o IMM, começando na colaboração “estreita” com uma empresa multinacional.

Acima de tudo, o investigador destaca o facto de “não ser só uma investigação básica, mas algo aplicado”.

“Isto é algo inovador, porque habitualmente as empresas investem apenas com algumas bolsas, e o que se passa aqui é um projecto de desenvolvimento de um medicamento”, afirmou, lembrando que é “algo que no estrangeiro se faz muito correntemente, mas em Portugal é pioneiro”.

Este afastamento entre as universidades e a indústria leva a que “muitas vezes a tecnologia que se desenvolve nos laboratórios se perca pelo caminho”.

“No fundo é o aproveitar de muitas valências e competências que nós [universidades] temos e que estão subaproveitadas”, sublinhou.

No início, a equipa do IMM irá receber 20 mil euros, “que vão servir para começar a estrutura do projecto”, o restante chegará à medida que os objectivos forem cumpridos.

“É muito importante para que as universidades saibam trabalhar deste modo, uma maneira muito mais ‘profissional’ de trabalhar”, disse o investigador.

Além disso, João Gonçalves considera que para um instituto de investigação “é muito bom” poder demonstrar que é capaz de desenvolver algo com capacidade de aplicação terapêutica.

 

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